oGol.com.br
·27 de novembro de 2024
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O Botafogo enterrou traumas para ficar a dois passos do paraíso. No Allianz Parque, o Glorioso superou os momentos adversos da partida, derrubou o concorrente ao título, Palmeiras, com vitória por 3 a 1, e retomou a liderança do Campeonato Brasileiro.
O Alvinegro chega a 73 pontos e abre três de vantagem para o Verdão, que cai para a vice-liderança. Faltam apenas duas rodadas: o Bota encara Internacional (fora) e São Paulo (casa), enquanto o Alviverde visita o Cruzeiro e recebe o Fluminense. Antes, porém, no sábado, os cariocas decidem a Libertadores contra o Atlético Mineiro.
O jogo começou elétrico como esperado. Quem não estava no mesmo ritmo, sofria. Almada, em lance de desatenção, errou passe na defesa e deixou com Raphael Veiga. O meia adiantou para Richard Ríos, que conseguiu a primeira conclusão do duelo, de canhota. Já estava desequilibrado, e acabou facilitando a defesa de John.
O Palmeiras começou mais forte, e aproveitou a falta de foco do rival para voltar a ameaçar na bola parada. Veiga mandou escanteio na área aos seis minutos e Gustavo Gómez aproveitou saída errada de John para desviar. A bola passou muito perto da trave. Se o paraguaio tivesse caprichado um pouco mais...
Aos nove minutos, Marcos Rocha fez um grande lançamento nas costas de Bastos para Rony, que não conseguiu concluir bem, mesmo sozinho na área. No lance, o zagueiro angolano se machucou e virou preocupação, inclusive, para a final da Libertadores no fim de semana.
O Botafogo pareceu mais tenso no início, sentindo o peso da partida, sofrendo com a pressão do rival. Mas uma bola parada tirou o peso das costas. Almada recebeu cobrança de escanteio na entrada da área e mandou rasteiro na área para Gregore, que bateu de primeira e venceu Wéverton para abrir o placar.
O panorama da partida não mudou depois do gol. A pressão palmeirense continuou forte e Rony, aos 22, ficou com sobra de bola na pequena área e se jogou nela, de carrinho. Acertou a trave. A sorte ainda estava do lado dos cariocas.
Aos poucos, o Glorioso foi entrando no jogo. Passou a trocar a bola com mais tranquilidade, abordou melhor os lances defensivos e administrou melhor a pressão adversária. O Verdão começou a errar mais. As chanches também mudaram de lado e Almada, em arremate de fora da área, colocou Wéverton para trabalhar. Savarino, na sequência, recebeu de Almada, girou e bateu rasteiro. Wéverton pegou novamente.
Estêvão "acordou" sua equipe com grande jogada pela direita, depois de minutos de pressão do rival. O menino ganhou da marcação, esperou o momento certo e mandou do outro lado para Marcos Rocha, que apareceu como um centroavante para cabecear no contrapé de John, que teve ótimo poder de reação para chegar na bola e fazer uma defesaça.
Abel Ferreira voltou para o segundo tempo com Flaco, sinal de que mais bolas seriam levantadas na área. Na primeira, Rony cruzou, Flaco tentou o desvio e a bola passou, com muito perigo, muito próxima da trave. Flaco recebeu na sequência por baixo, e tentou encobrir John, mas acabou recuando para o goleiro.
O Botafogo tinha tempo e espaço para avançar nos contra-ataques. Marlon Freitas, Almada e Savarino eram responsáveis por ligar as jogadas em velocidade com Igor Jesus e Luiz Henrique. Faltou caprichar no último passe.
Quando Abel preparava para se colocar Mayke, Marcos Rocha se enroscou com Igor Jesus na área, tentou acertar um tapa no adversário, e chega a acertar, e acabou expulso de campo. O Verdão teria de correr atrás do resultado com um homem a menos.
Logo depois da expulsão, o Alvinegro chegou ao segundo gol. John cobrou tiro de meta e deu um grande passe para Igor Jesus, que desviou de cabeça para Savarino ficar na cara do gol. O venezuelano não perdoou, tirou de Wéverton e ampliou a vantagem botafoguense: 2 a 0.
Com o rival tonto, Almada teve tudo para fazer o terceiro logo na sequência. O argentino recebeu na cara do gol pela canhota e bateu cruzado. Wéverton, com grande defesa, evitou o pior. A noite que começou promissora para os paulistanos foi caminhando em um rumo completamente diferente.
Enquanto a torcida palestrina protestava, e duelava ela própria na arquibanada entre protestos e apoio ao técnico, em campo o lado alvinegro buscava mais gols. Não apenas para enterrar os traumas contra o carrasco da temporada passada, mas para lavar a alma na véspera da partida mais importante da história do clube.
Houve, sim, tempo para mais gol, e redenção. De Adryelson, o jogador expulso na histórica virada palmeirense ano passado. Savarino cobrou escanteio com muita curva e Adryelson subiu nas costas da defesa para marcar de cabeça. Adryelson também enterrou o trauma dele. O Botafogo, mesmo após o golaço de Richard Ríos com um chutaço de fora nos acréscimos, está a dois passos do paraíso, e com uma decisão de Libertadores no meio do caminho...