Boto abre o jogo sobre início no Flamengo, prioridade no Brasileirão e outros temas | OneFootball

“O projeto está a dar-me muito prazer e acredito que vamos continuar num bom momento pelo resto do ano. Mas, no futebol, devemos ter sonhos, não planos de carreira rígidos. Quando eu estava no Benfica, achava que nunca sairia de lá porque era o maior clube português e porque eu gostava dele não só profissionalmente, mas afetivamente. No entanto, nos últimos oito anos, rodei a Europa e o mundo. Agora, com quase 60 anos, acho que gostaria de estar aqui por mais tempo e viver o momento mais alto da minha carreira. Não que ganhar no Brasil seja mais importante do que ganhar com o Benfica, mas certamente terá outro sabor e dimensão. Depois, eventualmente, voltaria a Portugal, mas num registo mais tranquilo, sem tanta pressão ou pelo menos é isso que penso agora. Daqui a dois anos, não sei” disse o dirigente.

“É um balanço super positivo. Disputámos duas competições e ganhámos. Os estaduais são uma pré-temporada, mas deu dá tranquilidade e a qualidade de futebol que estamos a apresentar, que é realmente de alto nível, e se calhar pouco visto aqui no Brasil, é algo muito positivo.” Flamengo no nível dos grandes europeus Segundo o diretor rubro-negro, o Flamengo está no mesmo nível que os quatro grandes de Portugal. Além de rasgar elogios ao centro de treinamento da equipe carioca. Confira: “Temos condições de nível Benfica, Sporting, FC Porto. O clube possui um centro de treinos que nada fica a dever nada aos melhores europeus. Temos um hotel dentro do centro de treinos, em que cada jogador tem um quarto para descansar, para se concentrar, toda a parte de fisioterapia e médica também, tudo não fica a dever nada ao melhor que há na Europa, em termos de condições físicas. Depois, em termos de condições humanas também, foi uma surpresa para mim, principalmente, sendo este um grupo que já ganhou tudo, a forma como eles se predispõem para o trabalho, foi uma agradável surpresa para mim. Nas questões culturais, por exemplo, a forma como a imprensa interage aqui com o clube, é algo que não é muito normal na Europa.” Mídia e o amor da torcida José Boto não poupou palavras para falar sobre a grandeza, e o amor, da torcida rubro-negra. Classificou, em suas palavras, como ” um poder popular enorme”. Além de, também, ter falado um pouco sobre a mídia brasileira.  “Eles aqui fazem perguntas que, por exemplo, vocês não fazem. Não usam filtro, é uma coisa mesmo muito direta. ‘Então, mas que jogador é que vai buscar?’ ‘O que é que falta para fechar?’, coisas assim. É um elogio aos jornalistas na Europa, são mais subtis na forma de retirar a informação. Mas o Flamengo é um clube com uma dimensão… é um Benfica multiplicado por 40. Tudo o que se passa no Flamengo tem uma repercussão enorme, que também é algo que qualquer um de nós na Europa não está habituado. Vamos jogar jogos do estadual, Brasília, e são centenas e centenas de pessoas à espera do autocarro no aeroporto, depois mais centenas e centenas de pessoas à espera do autocarro no hotel. Quando jogámos a Supercopa em Belém, houve pessoas que não saíram, não arredaram o pé da porta do hotel, durante horas e horas e horas, na esperança de ver um jogador ou um contacto com o treinador. É um poder popular enorme, mas que depois também tem a outra face da moeda: quando as coisas não correm bem, o que felizmente até agora ainda não aconteceu.” Flamengo e Palmeiras em nível europeu Perguntado sobre se o Flamengo seria campeão europeu, Boto não recuou e disparou ” esse Flamengo que nem foi construído mim, mas onde eu estou hoje, lutaria pelo título em Portugal.” Veja parte da entrevista concedida ao jornal “A BOLA”, de Portugal. “Não gosto muito dessas comparações porque podem soar ridículas, mas diria que, por exemplo, este Flamengo lutaria pelo título em Portugal.” Este que está a construir? ( Repórter) “Este Flamengo, que nem foi construído por mim, mas onde eu estou hoje, lutaria pelo título em Portugal.” O Palmeiras de Abel Ferreira também? ( Repórter) “O Palmeiras de Abel também. De uma forma diferente, teria que se adaptar a jogar em relva natural [o relvado do Palmeiras é sintético], mas acredito que essas duas ou três equipas disputariam o título em Portugal e noutros países. Não ficariam para trás, até porque há uma questão de ritmo de jogo que se adquire na Europa, mas certamente estariam entre os primeiros colocados em muitas ligas europeias” disse. Brasileirão como prioridade Boto deixou bem claro, se for ter que priorizar algum campeonato, será o Campeonato Brasileiro. “O Flamengo, pela dimensão que tem, pela torcida que tem, a exigência é ganhar todas as competições que disputa. É óbvio que isso não é fácil e muitas vezes não é possível fazê-lo, até porque o calendário no Brasil é uma coisa de loucos. Muitas vezes somos obrigados a priorizar alguma coisa, e se tivermos que o fazer, o Brasileirão é a nossa prioridade, mais do que a Libertadores e a Copa do Brasil.” completou.

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