oGol.com.br
·21 de junho de 2024
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A Copa América de 2024 é um marco importante na história da seleção chilena de futebol. A competição é o ponto que marca a despedida da maior geração do país sul-americano, mas, também, o recomeço de uma esquadra em busca de trazer alegria aos chilenos.
Em 2015 e 2016, o Chile conquistou as únicas duas Copas Américas que detém no currículo. Mas, desde lá, o céu se posta nublado aos idólatras de Aléxis Sánchez, já que, depois do bicampeonato, o país parou as edições passadas do torneio nas quartas e semifinais, respectivamente, e sequer jogou as duas últimas Copas do Mundo, em 2018 e 2022.
2024 tem sido de duras despedidas para os amantes de futebol. Na Europa, a aposentadoria de Kroos movimentou a Alemanha. Na Argentina, a possível última dança de Messi e Di María transtorna os hermanos amantes de futebol. E, no Chile, o suposto adeus de Aléxis Sánchez e Claudio Bravo à seleção pode ferir o coração dos mapuches.
A geração que ergueu o título das únicas duas Copas Américas que o Chile tem o orgulho de ostentar chega ao fim da história escrita no mundo futebolístico. Jogadores marcantes como Arturo Vidal, Jorge Valdivia, Mauricio Pinilla, Gary Medel e Jean Bausejour já não vestem mais a camisa vermelha.
O fim daquela esquadra imortal está cada vez mais próximo. De todos os 24 convocados para a Copa América nos Estados Unidos, em 2024, apenas Alexis Sánchez, Claudio Bravo, Mauricio Isla e Eduardo Vargas têm as medalhas de 2015 e 2016 estampadas na estante.
A importância do quarteto é indescritível aos corações chilenos. Mas, o ex-jogador do Arsenal e do Manchester United se sobressai. Apontado, em muitas oportunidades, como o maior jogador da história do futebol nacional, Alexis segue pela última dança.
O maior artilheiro de toda a trajetória da seleção chilena até hoje pode dar adeus aos gramados nacionais. Aos 35 anos, Sánchez pode até seguir como jogador do Chile nas próximas convocações, mas a Copa América de 2024 deve ser o último grande evento com a camisa alvirrubra.
É verdade que o Chile nunca foi uma das grandes escolas de futebol da América do Sul. Não à toa que em praticamente toda a história do futebol, o continente sul-americano é mais lembrado pelos brasileiros, argentinos e uruguaios.
Hoje, os jogadores chilenos não disputam mais as ligas de alto nível do esporte mundial. Diferente dos que atuam no continente de origem, apenas nove vestem as cores de clubes europeus, pelo menos até o presente momento.
E, desses nove elencados, os dois mais marcantes símbolos da geração de ouro não são titulares. Enquanto Claudio Bravo é reserva de Rui Silva no Real Betis, Alexis Sánchez é mais um 12º jogador da Inter de Milão, embora ainda tenha sido importante no elenco de Simone Inzaghi campeão na Itália.
Por outro lado, a maioria dos atletas que estão no velho continente ainda não se fixaram nos clubes. Ben Brereton, por exemplo, não obteve sequência no Villarreal, mas é titular no Sheffield United.
O elenco chileno convocado para a Copa América que se inicia em breve é, além disso, um elenco considerado velho. A média de idade dos 24 convocados é de 28,81 anos. À título de comparação, Brasil e Uruguai ficam perto de 25 e 26 no índice. A Argentina, por sua vez, chega próxima aos chilenos, mas têm Lionel Messi e Di María também em possível "última dança".
Os resultados da seleção chilena de futebol não agrada aos torcedores nativos. Depois do bicampeonato, o elenco, na época, de Juan Pizzi ficou na sexta colocação nas eliminatórias e não conquistou a vaga para a Copa do Mundo de 2018.
Na última Copa das Confederações da história, o futebol não sorriu aos mapuches. Apesar de chegar à inédita final da competição depois de eliminar Portugal, campeão da Eurocopa na época, nas semifinais, a seleção chilena foi superada pela Alemanha e ficou com o vice-campeonato.
E nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, o Chile segue instável. Os comandados de Nícolas Córdova venceram apenas uma partida, empataram duas e perderam outras três nas cinco oportunidades que disputaram, para assumir a desonrosa oitava colocação da chave única.
A Copa América é, além de uma despedida marcante para os maiores ídolos do futebol chileno, um pingo de esperança no fim do túnel. Além de marcar o fim da geração de ouro, pode ser, também, o recomeço para um futuro mais sorridente, ou mais infeliz.