
Calciopédia
·10 de abril de 2025
Com dificuldade, a Fiorentina bateu o modesto Celje na ida das quartas da Conference League

Calciopédia
·10 de abril de 2025
A Fiorentina é repetitiva. Quantas vezes não escrevemos que a equipe violeta sofreu mais do que o esperado num jogo contra adversário pouco expressivo na Conference League? Bem, contra o Celje, da Eslovênia, aconteceu de novo. Apesar da vitória por 2 a 1 na casa do rival, os italianos viram uma boa vantagem construída ao longo do duelo diminuir e quase sumir no último lance. Ainda assim, puderam celebrar uma importante vitória, que lhe aproxima da oportunidade de disputar a terceira semifinal consecutiva da competição.
O modesto Celje chegou ao duelo com a história a seu lado: nunca um time da Eslovênia tinha chegado às oitavas de final de um torneio continental e, consequentemente, às quartas. Méritos para o técnico Albert Riera, ex-Liverpool e seleção espanhola, que tem uma história curiosa. Em 2014, o meia assinou com a Udinese, mas sequer estreou pelos bianconeri e teve seu contrato rescindido porque passava mais tempo em cassinos eslovenos, a poucos quilômetros de Údine, do que em treinamentos. No país em que se dava à jogatina, se encontrou como um treinador de sucesso em nível local.
Riera, contudo, teve que administrar um sério problema para o duelo com a Fiorentina: autor de seis gols na Conference League, o lituano Kucys sofreu lesão no ligamento cruzado do joelho e deve ser substituído por Matko até o fim da temporada. Por outro lado, os selecionáveis eslovenos Karnicnik, Svetlin e Seslar tinham condições de jogo e apareciam como destaques do time.
Numa insólita formação da Fiorentina, Folorunsho jogou como ala pela esquerda e chegou a ser deslocado para a direita (Ansa)
Do outro lado, Raffaele Palladino mexeu bastante na sua Fiorentina. O técnico optou por um time misto, com seis alterações em relação ao duelo contra o Milan, pela 31ª rodada da Serie A, e por um 3-5-2 curioso, com chances concedidas a Moreno e Folorunsho, improvisados nas alas direita e esquerda, respectivamente – mais tarde, depois que Parisi substituiu o argentino, o ítalo-nigeriano ainda atuaria por alguns minutos no flanco destro. Além disso, Zaniolo foi escolhido como parceiro de ataque de Beltrán. O artilheiro Kean descansou, sentadinho no banco de reservas.
Numa etapa inicial que passou longe de ser uma das mais agitadas da competição, foram os mandantes que criaram a primeira oportunidade de gol. Aos 7 minutos, numa boa trama pela direita, Nieto carregou a bola e ajeitou para Delaurier-Chaubet arrematar forte, de canhota, acertando a parte externa da rede de De Gea. Os eslovenos mantiveram a posse após essa chance, mas não conseguiram levar perigo à meta violeta.
Do outro lado, a Fiorentina não chegava ao ataque e só resistia ao Celje, que buscava incomodar em construções pelos flancos. Até que, aos 27 minutos, o capitão Ranieri fez uma jogada individual pela esquerda, passou por Kvesic, dividiu a bola com Nieto e chutou de qualquer jeito, contando com a complacência do goleiro português Ricardo Silva para abrir o placar – a pelota passou por entre as pernas do camisa 41.
Depois que a Fiorentina inaugurou o marcador, nada mais ocorreu no primeiro tempo. O duelo voltou equilibrado do intervalo, com o Celje tentando importunar a Fiorentina e os italianos respondendo em contra-ataques. Porém, num lance fortuito, o VAR chamou o árbitro Felix Zwayer para revisar um pisão de Karnicnik em Mandragora e, após a penalidade ter sido assinalada, o volante italiano não hesitou: encheu a canhota, converteu e ampliou o placar para os gigliati.
Mandragora sofreu e converteu o pênalti que deixou a Fiorentina com vantagem mais confortável contra o Celje (LaPresse)
Tudo estava muito tranquilo para a Fiorentina, até que Pongracic atropelou Matko de forma totalmente irresponsável, cometendo um pênalti evidente, marcado na hora pelo árbitro alemão. Delaurier-Chaubet cobrou bem, deslocando De Gea, e diminuiu para o Celje, aos 68 minutos.
O tento animou os eslovenos, que ainda viram a Viola ter um gol anulado por impedimento, e o arqueiro espanhol teve que trabalhar. Aos 87 minutos, por exemplo, De Gea se desdobrou para espalmar uma boa cabeçada de Vuklisevic. O camisa 43 ainda precisou esticar a perna esquerda para, no último lance do jogo, impedir a festa do brasileiro Edmilson, ex-Velo Clube.
No fim das contas, a Fiorentina se valeu da frase eternizada pelo cantor Falcão: “é melhor escapar fedendo do que morrer cheiroso”. O susto pode ter servido para reafirmar à Viola que o Celje já fez história e, além de nada ter a perder, tem qualidade suficiente para incomodá-la também no Artemio Franchi. Obviamente, a equipe italiana é favorita, mas cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
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