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·29 de julho de 2024

Com feito goleador inédito, fenômeno de Zâmbia ainda busca primeira vitória olímpica

Imagem do artigo:Com feito goleador inédito, fenômeno de Zâmbia ainda busca primeira vitória olímpica

A primeira jogadora a marcar três hat-tricks em Jogos Olímpicos. Nove gols ao todo, em cinco partidas. Um verdadeiro fenômeno na artilharia... Mas sem saber ainda o que é comemorar uma vitória. O nome da braba é Barbra Banda, que tenta em sua segunda participação olímpica levar para a Zâmbia a felicidade de uma vitória.

O tamanho do feito de Barbra Banda, na verdade, só é aumentado pelo contexto. Nunca na história do futebol olímpico, feminino ou masculino, um(a) jogador(a) conseguiu um "hat-trick de hat-tricks". E ainda por um país sem tradição no esporte, com um elenco frágil em relação às grandes potências que buscam a honra de uma medalha olímpica.


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Participar de uma Olimpíada, por si só, já é um grande feito para a Zâmbia de Barbra. A primeira vez foi em Tóquio. Lá, a craque conseguiu já um feito inédito, com dois hat-tricks em sequência, logo após estreia com derrota, apertada, contra o Brasil (1 a 0). Os três gols contra a China foram fundamentais para o primeiro ponto conquistado na história, no empate em 4 a 4. Mas contra a Holanda os gols não impediram a humilhação da goleada por 10 a 3.

O destino tem colocado para a Zâmbia provações muito além das suas capacidades. Em Paris, a estreia foi logo contra os Estados Unidos, grande potência do esporte, com derrota por 3 a 0. Barbra ainda se esforçou para liderar sua seleção contra a Austrália, outra potência, mas viu sua equipe levar virada no fim, por 6 a 5, depois de ter aberto três gols de vantagem.

Com nove gols em Olimpíadas, Barbra conseguiu se infiltrar entre as maiores artilheiras. O recorde é brasileiro, com os 14 gols de Cristiane. A craque zambiana se aproximou do número em apenas cinco jogos.

Com 24 anos, Barbra ainda tem tempo para fazer mais história. Foi nesta temporada que a jogadora se mudou da China para os Estados Unidos, que vem se surpreendendo com o tamanho do talento da atacante. Foram 12 gols e cinco assistências em 12 partidas pelo Orlando Pride, de nossa rainha Marta. É artilheira e líder de participação em gols, ao lado de Chawinga, mas com quatro jogos a menos que a rival.

Racheal Nachula também escreve história em Paris

Barbra não é a única jogadora da seleção de Zâmbia a fazer história nas Olimpíadas. Contra a Austrália, Racheal Nachula, autora da assistência para o primeiro gol da artilheira, entrou para um seleto grupo de atletas olímpicos, disputando o torneio em esportes diferentes.

Veterana, com 38 anos, Nachula fez sua estreia pela Zâmbia justamente contra a Austrália. Ela não esteve entre as representantes do país em Tóquio e, na realidade, só conseguiu a vaga para Paris por lesão de Grace Chanda. Mas a jogadora teve um passado de sucesso em outra modalidade.

Em 2008, em Pequim, Racheal Nachula estava na equipe zambiana... de atletismo. Correu os 400 metros, e o fez entre as melhores do mundo, atingindo as semifinais da disputa. O esporte, afinal, está mesmo no sangue da zambiana.

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