Com goleada sobre o LASK, a Fiorentina ficou perto das oitavas da Conference League | OneFootball

Anteriormente, por motivos abundantes e legítimos, fizemos críticas à Fiorentina pelo fato de a equipe viver fortes emoções na Conference League, geralmente de forma desnecessária e contra adversários bastante acessíveis. Ao encarar o LASK, da Áustria, a Viola fez diferente: os comandados de Raffaele Palladino não hesitaram, promoveram um massacre desde os primeiros minutos e venceram os alvinegros por 7 a 0. Graças ao placar mais elástico de sua história em competições continentais, os gigliati ficaram próximos da vaga direta nas oitavas de final e já garantiram pelo menos um lugar como cabeça de chave dos playoffs.

Como na próxima – e última – rodada da fase de liga da Conference League a Fiorentina viaja para enfrentar o Vitória de Guimarães, invicto e com uma das melhores campanhas do torneio, Palladino não quis dar sopa para o azar em Florença. Visando conquistar uma vitória sólida e fazer saldo contra o LASK, o técnico diminuiu o número de mudanças que costuma fazer em seu rodízio para a competição. O único realmente reserva que atuou foi o jovem goleiro Martinelli. Absoluto como centroavante dos toscanos, Kean liderou o ataque.

Afundado na parte inferior da tabela, o LASK precisava fazer uma partida perfeita para tentar se manter com boas chances de se classificar aos playoffs, mas, ao longo do jogo, mostraria várias vezes as razões pelas quais está tão mal na Conference League. Com um plantel bem pobre tecnicamente, o time da cidade de Linz foi presa fácil para a Fiorentina. Porém, para os fãs mais ligados no futebol italiano, vale destacar que a equipe é treinada por Markus Schopp, que atuou pelo Brescia em seus tempos como atleta, e conta ainda com outros nomes que passaram pela Serie A, como Berisha, ex-Lazio, e Boateng, ex-Salernitana, que não foi relacionado – sem falar em Melayro Bogarde, sobrinho de Winston Bogarde, ex-Milan.

A implacável Fiorentina precisou apenas de cerca de 75 segundos de jogo para balançar as redes do LASK. Mandragora efetuou belo lançamento, Kouamé iludiu o goleirão Jungwirth com um movimento de cabeça e a pelota passou para Kean, que dividiu com Smolcic e fez. Entretanto, o lance foi anulado devido a uma resvalada no braço do italiano. Pouco depois, aos 7, Ikoné recebeu um bolão de Ranieri, ficou cara a cara com o arqueiro e, na cavadinha, acabou batendo para fora.

Ainda no primeiro tempo, uma Fiorentina focada já tinha encaminhado a vitória sobre o LASK (Ansa)

O azar que a Fiorentina teve nos primeiros minutos se dissipou através da insistência e da pressão. Aos 10, Kayode efetuou um cruzamento muito forte, mas Parisi chegou do lado esquerdo para corrigir e já foi ajeitando para o meio da área – onde Sottil, bem posicionado, livre da marcação austríaca, fuzilou a rede do LASK.

Até a casa dos 12 minutos, a Fiorentina já poderia ter feito três gols. Entretanto, no seu único flerte com as emoções desnecessárias nesta partida, quase cedeu o empate ao LASK de imediato – e de forma esdrúxula. Após bola alçada à área, Kayode errou na ajeitada de peito e deixou na medida para Entrup. Martinelli foi corajoso ao sair para dividir com o atacante, e a pelota espirrada bateu no travessão. Parisi chegou na cobertura, limpou o lance inicialmente e, depois, ganhou o tiro de meta ao travar com Zulj, que vinha sedento pelo rebote.

Depois do susto, a Fiorentina não voltaria a sofrer. Ao contrário, dominaria a partida com muita tranquilidade e chegaria ao ataque quase sempre para marcar ou criar cristalinas chances de gol. Aos 22 minutos, o zagueirão ucraniano Talovyerov combateu Kean, usando o braço em seu rosto para detê-lo, mas se preocupou demais com esse duelo. Assim, errou o recuo para Jungwirth e deu um presentaço para Kouamé, que roubou a pelota, driblou o arqueiro e só rolou para Ikoné completar para a baliza desguarnecida.

Perto do intervalo, a Fiorentina ampliaria o placar. Aos 40 minutos, Sottil (o melhor em campo) cobrou falta na área e Richardson, com liberdade, teve a chance de cabecear forte para marcar o seu primeiro pela equipe e o terceiro da partida. Nos acréscimos, o quarto dos italianos só não saiu por centímetros: Kean limpou Smolcic com um toquinho de letra e fuzilou, mas acabou acertando a trave do LASK.

Muita Fiorentina, pouco LASK: nesta quinta, a Viola conquistou sua maior goleada em competições europeias (Getty)

Na volta para o segundo tempo, a Fiorentina – que já tinha o jogo praticamente definido – não tirou o pé. Aos 58 minutos, Sottil fez boa jogada e, na sequência, já dentro da grande área, pegou a sobra do cruzamento rasteiro de Kouamé. O camisa 7 violeta precisou tentar duas vezes, mas anotou sua doppietta. E saiu para descansar em seguida, juntamente a Kean.

As alterações não diminuíram o ritmo da Viola, até porque Gudmundsson entrou em campo esfomeado: altamente influente, o islandês participou dos três gols que fechariam a conta no Artemio Franchi. O primeiro deles ocorreu aos 69 minutos, quando o LASK sofreu com a pressão alta e perdeu a bola. Na sequência da jogada, numa tabela com o homem de gelo, Mandragora finalizou rasteiro para fazer o quinto.

Já na casa dos 80, Gudmundsson deixou Beltrán na cara do gol e Jungwirth fechou o ângulo na hora do chute de Beltrán – na sobra, Parisi mandou para fora. Dois minutos depois, o sexto tento da Fiorentina saiu numa jogada que teve ótimos passes de Gudmundsson e Kouamé, além de um arremate rasteiro de Colpani. Jungwirth defendeu a conclusão com a perna, mas a bola ricocheteou em Stojkovic e morreu na rede. Por fim, a defesa do LASK entrou em parafuso e, em fogo amigo, provocou um bate-rebate. Na sobra, Flecker acabou dando uma rasteira em Beltrán e permitindo que, de pênalti, o homem de gelo fizesse 7 a 0, aos 85.

Na próxima rodada da Conference League, que acontece já na semana que vem, a Fiorentina vai até Portugal para encerrar sua participação na fase de liga. O confronto, como afirmamos no início do texto, será duro: afinal, o Vitória de Guimarães também é forte candidato a vaga direta nas oitavas de final da competição. Já o LASK, virtualmente eliminado, recebe o islandês Víkingur. Certamente não é um bom augúrio, se considerarmos o que Gudmundsson fez em Florença esta noite.