oGol.com.br
·14 de julho de 2024
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O futebol é capaz de ultrapassar barreiras e dá mostras do seu poder transformador diariamente ao longo da história. Neste domingo, na decisão da Euro, quis o destino que dois personagens nascidos no território basco, que possui viés ideológico separatista, fossem os responsáveis por dar fim ao sonho inglês do título inédito para tornar a totalidade espanhola campeã da Europa!
Com a bola rolando, o jovem Nico Williams, natural de Pamplona, abriu os trabalhos, a Inglaterra mostrou resiliência e igualou com Palmer, mas o heroísmo se voltou para Mikel Oyarzabal, destaque da Real Sociedad, que marcou o gol decisivo e deu à Espanha o quarto título na história da Eurocopa, tornando La Roja a maior campeã do torneio: 2 a 1.
Com o nervosismo natural de uma decisão, Espanha e Inglaterra protagonizaram um primeiro tempo de muito estudo, briga por espaço e soberania das defesas sobre os ataques na capital alemã.
Na tentativa de impor seu jogo, o time espanhol até teve mais a bola e passou dos 60% de posse, mas o volume não se traduziu em oportunidades claras de gol. Muito por mérito da defesa inglesa, que acumulou mais uma grande atuação.
Impecável na defesa, o English Team mais uma vez deixou a desejar no ataque. Apesar do talento individual que tem nas peças do meio para frente, a equipe inglesa não teve jogadas de aproximação e sequer criou problemas para defesa espanhola.
Já nos acréscimos, uma finalização sem grande capricho de Foden traduziu a falta de inspiração dos primeiros 45 minutos. Do lado espanhol, a ida para o intervalo ainda foi marcado por uma baixa. Com problemas musculares, Rodri pediu para ser substituído.
Se no primeiro tempo, o que vimos foi muita transpiração e pouca transpiração, na volta do intervalo, o talento deu as caras logo no primeiro minuto e mudou a história da final... e tinha que ser nos pés dos protagonistas da competição.
Com apenas 17 anos e um dia, Lamine Yamal, jogador mais jovem da história a disputar a decisão de uma grande competição de seleções, mostrou a maturidade de uma estrela para se livrar de dois marcadores e entregar para Nico Williams (de 22 anos) bater cruzado para o fundo das redes.
A dupla de joias chamou a responsabilidade e desestabilizou a defesa inglesa, que quase entrou em colapso. Aos quatro, após mais uma boa jogada de Nico Williams, Dani Olmo recebeu com espaço na área, bateu cruzado e por pouco não marcou o segundo da Furia. E não parou por aí. Morata e Nico também bombardearam a defesa adversária minutos depois, mas a bola insistiu em não entrar.
Atordoada, a Inglaterra só conseguiu mostrar algum sinal de reação após os primeiros 15 minutos. Foi quando Jude Bellingham recebeu de Saka, girou para cima de dois marcadores e finalizou à esquerda, com muito perigo.
A Espanha respondeu com Yamal e Oyarzabal... não definiiu e acabou castigada pela resiliência inglesa, que acompanhou os Three Lions em toda Euro. Aos 28, em triangulação de cinema, Bellingham recebeu de Saka e entregou para Palmer, que, em sua primeira participação na decisão, finalizou no cantinho, sem chances para Unai Simón.
O empate inglês não diminuiu o foco dos espanhóis, que mantiveram a estratégia e seguiram buscando o ataque. Na base da pressão, a Furia chegou ao gol histórico. Aos 41, após rápida combinação pela esquerda, Cucurella recebeu, levantou a cabeça e cruzou rasteiro, na medida, para Oyarzabal, que deu um carrinho na bola e fez os espanhóis explodirem de alegria em Berlim. Nos acréscimos, o English Team ainda se arriscou num abafa, teve finalização cortada em cima da linha, mas não teve jeito. A Europa, pela quarta vez na história, é Roja!
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