Com seis gols só na prorrogação, o Campeonato Norueguês teve um dos playoffs de acesso mais insanos da história | OneFootball

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Trivela

·16 de dezembro de 2021

Com seis gols só na prorrogação, o Campeonato Norueguês teve um dos playoffs de acesso mais insanos da história

Imagem do artigo:Com seis gols só na prorrogação, o Campeonato Norueguês teve um dos playoffs de acesso mais insanos da história

O Campeonato Norueguês teve o desfecho de seu título apenas na rodada final, com o Bodo/Glimt se coroando bicampeão. No entanto, ainda faltava definir os playoffs de acesso, e o terceiro promovido na Eliteserien superou uma das partidas mais emocionantes já registradas no futebol. O regulamento local prevê um jogo único nos playoffs, em campo neutro, para selar o destino entre o antepenúltimo da primeira divisão e o sobrevivente dos mata-matas da segundona. Pois o duelo entre Brann e Jerv seria uma completa loucura em Oslo: as duas equipes empataram por 4 a 4, com 58 finalizações ao longo dos 120 minutos. Foram dois penais defendidos no tempo normal, duas bolas nas traves, uma expulsão e seis gols só na prorrogação, cinco deles no segundo tempo extra. A definição nos pênaltis ainda se arrastou por 18 cobranças, até que o Jerv ganhasse por 8 a 7 e festejasse o inédito acesso à elite norueguesa.

Tradicional figurante na elite e dono de três títulos nacionais, o Brann ficou na antepenúltima colocação do Campeonato Norueguês, à frente apenas dos rebaixados Stabaek e Mjöndalen. Nos playoffs, tentaria evitar a sensação experimentada em 2014, quando tinha sofrido seu rebaixamento mais recente. Já na segundona, HamKam e Aalesund conquistaram o acesso direto, enquanto o Jerv precisou de um caminho mais longo para subir. Apesar de ficar na terceira posição, a equipe disputou um mata-mata que envolveu o quarto, o quinto e o sexto colocado na tabela. Só depois de sobreviver a essa fase eliminatória, ganhando a decisão nos pênaltis, é que os auriazuis receberam o direito de desafiar o Brann pela promoção.


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A partida decisiva dos playoffs seria disputada na Intility Arena, casa do Valerenga, e já teria um clima particular por causa da densa neblina, que mal permitia ver o jogo na TV. O Brann teve um domínio brutal durante o primeiro tempo, com 71% de posse de bola e 15 finalizações. Porém, num de seus únicos dois arremates na primeira etapa, o Jerv saiu em vantagem. Aos 29 minutos, Torje Wichne abriu o placar com uma cabeçada. Os alvirrubros tentariam uma reação imediata e, além de uma bola na trave, tiveram um pênalti a seu favor. Bard Finne não aproveitou a oportunidade e parou no goleiro Oystein Ovretveit.

No início do segundo tempo, o Brann finalmente conseguiu o empate, logo aos quatro minutos, num rebote aproveitado por Aune Selland Heggebo. Todavia, a virada não saiu porque Ovretveit pegou mais um pênalti na meta do Jerv, agora diante de Mathias Rasmussen. O segundo tempo seguiria com um massacre dos alvirrubros, com mais 18 finalizações, mas Ovretveit estava inspirado e acumularia sete defesas para forçar a prorrogação. O Jerv, então, veria o cenário virar no tempo extra.

Logo no primeiro minuto da prorrogação, Runar Hove foi expulso pelo Brann e Diego Campos retomou a vantagem para o Jerv, em cobrança de pênalti. Quando os alvirrubros tentaram novo empate, pararam na trave. A vantagem simples se manteve até o meio do segundo tempo extra, quando Diego Campos anotou 3 a 1 para o Jerv. Porém, mesmo com só mais oito minutos no relógio e um jogador a menos, o Brann finalmente acertou a pontaria e arrancou o inesperado empate, rumo ao 3 a 3. Kasper Skaaanes marcou o segundo de cabeça aos nove minutos e Vejebah Sakor anotou o terceiro, dois minutos depois, num chute da entrada da área.

A essa altura, com só mais quatro minutos restantes, era de se esperar que o jogo seguiria para os pênaltis, certo? Erradíssimo. O Jerv, afinal, não deixaria de aproveitar o homem a mais e marcou seu quarto gol aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação. Shuaibu Lalle Ibrahim recebeu o ótimo lançamento de Mathias Wichmann para fazer. Só que o Brann também não entregou os pontos e, no último minuto, buscou outro milagroso empate. Num lance confuso na pequena área, foram necessários três chutes seguidos até que Silvert Heltne Nilsen balançasse o barbante novamente. Ao fim da prorrogação, com o 4 a 4 no placar, a definição ficou aos pênaltis.

Na marca da cal, os dois times acertaram suas três primeiras cobranças e ambos erraram na quarta – com mais uma defesa de Ovretveit pelo Jerv. Com o 4 a 4 ao final da série normal, as alternadas começaram. A precisão se seguiu por mais três batedores de cada lado, até que o momento decisivo ocorresse no nono chute de cada time. Robert Taylor, do Brann, parou em Ovretveit e Lalle Ibrahim seria o responsável por garantir a vitória por 8 a 7 do Jerv, que consumou o apoteótico acesso para a primeira divisão.

O Jerv conquista o acesso inédito exatamente no ano de seu centenário. Localizado em Grimstad, uma cidade de 23 mil habitantes no sul do país, o clube militou durante grande parte de sua história entre a quinta e a terceira divisão. A primeira vez na segundona aconteceu só em 2015, após dois acessos consecutivos. Desde então, foram sete temporadas seguidas no segundo nível até a estreia na Eliteserien. E, pela maneira como essa promoção aconteceu, os novatos merecem respeito em sua primeira aparição na elite.

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