MundoBola Flamengo
·04 de fevereiro de 2025
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·04 de fevereiro de 2025
Após a conquista da Supercopa, Filipe Luís se referiu como uma "cópia de Jorge Jesus", dando uma forte declaração sobre suas semelhanças. O ex-lateral comandado por JJ disse que o português foi o maior de todos os tempos e quer fazer a mesma história. A declaração movimentou o analista Raphael Rabello, do canal Falando de Tática, que destrinchou as semelhanças.
"Vivi como jogador, com o maior. Jorge Jesus. Via como ele não relaxava e deixava o time com ambição. Aquilo me despertou uma chama. Sou mais ou menos uma cópia dele. Nunca chegarei perto, mas o que quero é, um dia, fazer história do jeito que ele fez. Sonho alto, não vou mentir, mas sou realista e sei que nem tudo na vida são alegrias", disse Filipe Luís.
Apesar da declaração de Filipe, Raphael, que não discordou, fez um adendo sobre as semelhanças, alegando que elas são defensivas.
"As semelhanças acontecem mais na parte defensiva. Só que a forma como o time defende influencia na forma como o time ataca, então também há semelhanças na parte ofensiva", diz o analista.
A semelhança mais destacada por Raphael é o bloco alto. Ele ilustra com lances do jogo contra o Botafogo e explica que os jogadores possuem boa organização sobre o pedaço do campo que precisam estar a cada movimento dos companheiros.
"Todo mundo correndo para frente para encaixar esse bloco alto. Sempre andando para frente, encaixando individual, assim como o time de JJ em 2019 (...) Bloco alto é bem organizado, com regras de ação bem definidas. O Gerson no cantinho entendeu que o BH está andando para frente e tem que encaixar no jogador mais próximo dele. O Flamengo obriga o chute, tem o Pulgar encaixado e o Gerson também. Ele se desloca para encaixar e tirar a linha de passe. Mostra o quão coordenado é esse bloco alto, assim como era o do JJ", explica.
O analista diz ainda que "quando a gente fala de bloco alto, o Filipe faz de tudo para copiar o que o JJ fazia e está dando muito certo". Além disso, analisa que "quando o Flamengo obriga o adversário a dar o chutão, o time se organiza, assim como o do JJ, para vencer o duelo de primeira ou segunda bola".
Ainda falando da defesa, o analista diz que Filipe Luís se inspira em Jorge Jesus nos encaixes coordenados, por exemplo. Um jogador rapidamente cobre o outro quando se tenta pressionar um segundo jogador adversário.
"Esses encaixes são muitos bem coordenados. O Bruno está encaixado no Marlon Freitas, resolve andar para frente para pressionar o Barboza e o Pulgar pressiona o Marlon Freitas. Quando um atleta abandona o encaixe que ele está para abordar um segundo opositor, um companheiro vai encaixar nesse jogador que estava sendo marcado", diz.
A pressão também é grande no Flamengo de Filipe Luís, assim como no time de 2019. Não é raro ver marcações dupla ou triplas no homem com a bola.
"Gerson perde a bola e vão três jogadores para cima do Matheus Martins. O Matheus tenta levar para a lateral, três jogadores em volta, assim como fazia o Flamengo do JJ. O Filipe tenta reproduzir", conta.
A ação de tomar a frente do jogador rival também é replicada na equipe atual.
"Outra coisa é o Léo Ortiz tomando a frente do adversário. O JJ cobrava muito estar a frente do seu adversário para poder interceptar e ter mais chances de ganhar esse duelo. O Filipe também está sempre atento a esse tipo de detalhe", comenta.
Por fim, a falta tática no caso da pressão pós-perda não sair como imaginado também é adotada por Filipe Luís.
"Falta tática. Não deu para pressionar pós-perda? Falta tática. Se não deu para neutralizar, melhor fazer a falta do que sofrer um gol. Mais uma semelhança muito grande entre Filipe e JJ", conclui sobre o aspecto defensivo.
Não é só na marcação que os times de 2019 e 2025 se parecem. Raphael explica que a pressão, quando dá certo, resulta em estilo parecido, já que as jogadas se aceleram para surpreender o adversário e aproveitar a superioridade.
"A influência de como você defende na forma como você ataca. Quando você rouba a bola aqui no campo de ataque, você acelera a jogada, não entra em ataque posicional. Nesse sentido, há uma semelhança na parte ofensiva", indica.
O conceito de "atacar marcando" é mais um fator apontado pelo analista.
"Atacar marcando é outra semelhança. Jogadores posicionados para vencer a segunda bola, ficar com o rebote e manter a posse, para não ter perigo de contra-ataque", explica.
Por fim, ele cita algumas outras semelhanças ofensivas entre Filipe Luís e Jorge Jesus.
"Ofensivamente, há outras similaridades. Posso apontar a mobilidade, time móvel, troca de posição, e também a ultrapassagem dos laterais com os meias trabalhando mais por dentro", finaliza.