Criciúma x Galo: coletiva de imprensa de Gabriel Milito | OneFootball

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Clube Atlético Mineiro

·04 de agosto de 2024

Criciúma x Galo: coletiva de imprensa de Gabriel Milito

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Pergunta: Queria que você analisasse a derrota de hoje. O Galo tem sofrido muitos gols no Campeonato Brasileiro.

Gabriel Milito: Sim, é certo que é um déficit que temos, e temos que revisar essa questão para o futuro. Creio que somos superiores aos adversários. Criamos muitas situações de gol. E os adversários, fazendo menos chances, são contundentes e marcam gols. Seguramente, para sermos uma equipe forte, não podemos sofrer tantos gols.


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Não gosto quando recebemos gols,  mesmo que haja qualidade dos gols que sofremos. Hoje, o primeiro gol foi de cruzamento em bola parada. O segundo também, depois de um desgarro… São situações que temos e devemos melhorar. E também devemos melhorar a nossa contundência ao gol adversário. Pela nossa proposta de jogo, geramos situações. Mas há perdas em certos lugares que são perigosas e permitem contra-ataques dos adversários. Precisamos melhorar urgentemente. Falamos, trabalhamos, mas ainda não conseguimos. Creio que vamos melhorar. Precisamos melhorar para ser mais competitivos. Com uma boa defesa, estaremos mais perto das vitórias. Nesse aspecto, devemos melhorar muito.

Pergunta: Percebemos que o Atlético está muito exposto. Atacantes ficam cara a cara com o goleiro. Seria uma mudança de esquema? Essa necessidade de melhorar passa pelo que? Mudar peças? A maneira de jogar?

Gabriel Milito: Devemos revisar isso. Nós somos uma equipe de ter a posse de bola, empurrar o rival para ele ficar no seu próprio campo. E, geralmente, criamos mais situações do que o adversário. Do contrário, seria ceder mais a bola, recuarmos. Defender mais perto do nosso goleiro. Seria uma alternativa. Não descarto isso, mas não é o que eu sinto. Nós, com esse sistema, podemos sair bem. É um problema de altura. Podemos jogar com linha de quatro, linha de cinco. Mas é um problema de altura. Altura significa: vamos jogar no campo do adversário ou vamos jogar no nosso campo? É uma decisão que o treinador deverá tomar. Eu creio que temos jogadores para pressionar o rival. Erramos muitos gols, e em algumas perdas de bola, geramos contragolpes que nos afetam. Mas, jamais, ou poucas vezes foram em superioridade numérica. Atacam em espaços grandes, o que é sempre mais difícil de se defender. É mais fácil nós defender em espaços reduzidos. Para isso, devemos jogar 30, 40 metros mais atrás. Se você perde jogando dessa maneira, vão falar que é um time defensivo e que perde. É uma possibilidade ser mais defensivo? Sim. Podemos tentar? Sim. Mas essa equipe demonstrou que pode jogar assim, ofensivamente. Já o fez com eficiência, sobretudo no começo. Necessitamos de regularidade. Mais regularidade. Necessitamos sentir a maneira de jogar. Cada jogador precisa sentir isso individualmente também. Revisar e ajustar os defeitos. É uma situação que eu devo resolver, junto aos jogadores. Mas sou eu que devo resolver. Por isso falo que é mais um problema de altura do que de sistema. Os gols sofridos foram de bola parada. No jogo passado, gol de bola parada e outro de perda de posse e chute fora da área. Creio que não é trocar tudo porque perdeu. Antes, se elogiava. Agora, serão críticas. Por que? Pelo resultado. Se ganha, está tudo bom. Se perde, não. Eu gosto de jogar da maneira que fazemos. Entendo que precisamos de eficácia. Prefiro gerar menos chances de gol e converter do que gerar muito e não marcar. Isso aconteceu nesses dois jogos quando eles estavam 0 a 0. Em situação que nosso time chega na área do rival, sendo profundo. Mas, por uma coisa ou outra, o último passe não sai. Desde aí, hoje saíram de contragolpe, fizemos uma falta onde saiu o gol. De o Scarpa acertar a trave e, no contra-ataque, virar o escanteio. Estamos convencidos da maneira de jogar. E falo isso após uma derrota. Quando ganha, é fácil dizer que estamos convencidos. Eu respeito a opinião de todos. Agora, se ganhamos, que se mantenham as críticas sobre as nossa proposta de jogar. Se ela é boa, é boa sempre, perdendo ou ganhando. Se ela é ruim, é ruim perdendo ou ganhando. Sei que tem coisas para melhorar, mas não vou mudar meu estilo.

Pergunta: Qual ajuste tático necessário na equipe na ausência de Hulk?

Gabriel Milito: Nenhum. Entrou Vargas no lugar do Hulk. Não tivemos que fazer nenhuma mudança tática. Só mudamos de nome. Hulk não pode jogar e entrou Vargas. Um atacante no lugar de outro atacante.

Pergunta: Você falou sobre altura do jogo. O Atlético fez partida de volume de jogo, oportunidades. Por que não conseguiu os gols?

Gabriel Milito: Temos que ter mais instinto assassino. Mais! Os gols, há que fazê-los. E há que evitá-los no nosso arco. E as perdas, pela qualidade dos jogadores que temos, precisamos evitá-las em certos lugares do campo. Elas te matam. Se as circulações são interrompidas em perdas evitáveis, sofremos perigo. A equipe é valente, ataca. E precisa não deixar o rival gerar situações. Não tem nada a ver com a ideia de jogo. Nada. Tem a ver com, ao atacar, está posicionado de forma a se preparar para se defender. Meu trabalho é falar com jogadores e corrigir. Tudo começa em evitar começar perdendo. No jogo anterior conseguimos remontar após estar perdendo por dois gols. Isso não vai acontecer sempre. Há que não conceder gols evitáveis. E, depois, ter esse instinto assassino para, criando chances, fazer gols. Duas situações de gol? Uma ter que ser gol. É o que acontecem com os rivais contra a gente. Muitas vezes aconteceu de o rival marcar no primeiro ataque. E nós? Não pode ser: cria, falha, cria, falha. Equipe ganhadora, cria e marca gol. Se impõe. Isso temos que melhorar. E eu estou responsável por isso.

Pergunta: Até que ponto o calendário brasileiro, com vários jogos, te atrapalha?

Gabriel Milito: Se me preocupa? Não. Eu queria jogar amanhã, depois da derrota. E não na quarta-feira. Gostaria de jogar amanhã. Há muitos jogos, calendário é assim para todos. Nós temos jogadores que encorparam o plantel, podemos fazer rotações. Não me parece um problema. Estamos preparados para competir.

Pergunta: Você disse que, no início do trabalho, seu time fazia muito bem a ideia de jogo…

Gabriel Milito: Agora também, não? Hoje a equipe não dominou o jogo? Gerou situações de gol? Jogou bem ou mal? A bola circulou bem? Mal?

Pergunta: Eu queria saber o seguinte: por que agora você tem tido mais dificuldade de obter resultados? Inclusive, você tem um elenco mais reforçada do que no início.

Gabriel Milito: Porque é futebol. É futebol. O rival te conhece. É impossível sempre ter um estado de forma lá em cima durante toda temporada. Eu creio que podemos fazer melhor, mas ainda não obtivemos êxito. Lutaremos para ter. Estou convencidos que esse time pode ter sequência de vitórias. Creio que vamos conseguir. Entendo que há dúvidas. Derrotas trazem isso. Mas não tenho dúvidas que temos um time para ganhar. Irei aguentar as críticas, se for necessário. Vamos trabalhar e lutar com o desejo de ganhar, ganhar, ganhar, sabendo o quão é difícil. Mas é o nosso objetivo. Vamos ver se a gente consegue isso.

Pergunta: O Galo está perto de contratar o Deyverson. No que ele pode agregar ao time?

Gabriel Milito: É um jogador de muita experiência, que conhece muito bem a liga brasileira. É um jogador ganhador, porque ganhou Libertadores, outros títulos. Tem características que nos interessa muito. É um jogador de finalização, de área. Nós chegamos muito na área. Cadu fez um gol dessa maneira. E creio que Deyverson pode aportar muitos gols assim para a equipe. Quando nós dominamos os adversários, nós metemos na aérea, com cruzamento. Essa característica desses jogadores é importante ter. Creio que ele irá aportar isso.

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