Da parceria com Raphinha ao futebol vietnamita: a história de um brasileiro na Ásia | OneFootball

Da parceria com Raphinha ao futebol vietnamita: a história de um brasileiro na Ásia | OneFootball

Icon: oGol.com.br

oGol.com.br

·11 de fevereiro de 2025

Da parceria com Raphinha ao futebol vietnamita: a história de um brasileiro na Ásia

Imagem do artigo:Da parceria com Raphinha ao futebol vietnamita: a história de um brasileiro na Ásia

Sabemos que tem jogador brasileiro nos quatro cantos do mundo. Pensa em uma liga por aí e sem sombra de dúvidas há alguém representando nosso futebol por lá. Não é diferente na Liga Vietnamita, a V-League. Cria do Vila Nova, parceiro de Raphinha no início de carreira no Avaí e ex-CRB, o meia Caio César defende o Nam Dịnh, atual líder do campeonato local.

Para chegarmos ao motivo que levou Caio César até o Vietnã, temos de voltar duas décadas. Nascido em Cubatão, mas criado em São Vicente, Caio César teve uma infância de "moleque de futebol de rua". Na rua, sempre nasceu o grande jogador brasileiro.


Vídeos OneFootball


Quando jogava um campeonato pelo time do bairro, Caio César se destacou e foi mandado a Goiânia para fazer teste no Vila Nova. Convenceu a família que seria boa ideia, foi e passou na peneira de três dias. Lá, começou a carreira como jogador profissional. Superou a saudade de casa, a ausência dos pais em um momento tão importante da formação do menino, que virava homem.

Início no Brasil e parceria com Raphinha

A estreia no profissional foi no Goiano de 2014. Sem muita sequência, acabou negociado com o Avaí e, em 2015, atuou pela equipe sub-20 ao lado de Raphinha, hoje craque do Barcelona e da seleção brasileira.

"Quando eu cheguei em 2015, o Avaí estava na Série A e fizeram um investimento alto. Eu fiquei nessa de treinar com profissional e descer para o sub-20. O Raphinha estava no sub-20. Ele já estava voando, já tinha inúmeros gols, éramos parceiros. Conseguimos fazer um bom trabalho juntos no sub-20, ele foi artilheiro do campeonato com 20 e poucos gols. Na reta final, ali em final de setembro, começo de outubro, subiram a gente para o profissional em definitivo, eu e ele. Ficamos juntos, treinando, não fizemos nenhuma partida. Acho que o Raphinha até foi convocado para os últimos jogos. E no final de 2015 ele foi vendido para Portugal. Mas é um cara que sempre jogou muita bola e mostrou que ia chegar em um nível muito alto. Esse ano, está mostrando para o mundo todo o jogador que sempre foi", lembra Caio César, que até hoje acompanha a carreira do antigo companheiro.

Se Raphinha foi para Portugal, Caio César teve a chance de ter uma sequência maior pelo Leão, somando 55 partidas entre 2016 e 2017, com um acesso para a Série A no currículo.

"Joguei 2016, Catarinense, Série B, a gente subiu, eu como titular, com uma sequência boa. Depois, acabou meu contrato, fui para o Tombense, time do meu empresário, Eduardo Uram. Joguei quatro meses e fui vendido para o Kawasaki Frontale", contou.

Do outro lado do mundo, Caio César sofreu um pouco na adaptação inicial. Perdeu alguns "vícios" do jogador brasileiro para conseguir se consolidar no mercado asiático, não pelo Frontale, mas no V-Varen Nagasaki.

"Teve o período de adaptação, se adaptar a liga, velocidade da bola, do campo, do jogo, é outro ritmo. A gente vem do Brasil com umas manias, também. Naquela época eu tinha 21 para 22 anos, precisava evoluir algumas coisas. Eu, como volante, tinha esse negócio de ficar pisando na bola toda hora. Aprendi a ficar sempre de lado para bola, dominar sempre orientado, olhando já para onde vai passar. No Brasil, o cara pisa, depois vira de frente para tentar achar o passe. Tive de aprender para o futebol ser mais rápido, raciocínio, agilidade com a bola. Foram coisas que me fizeram evoluir muito, ser um jogador mais completo", analisou.

Com mais de 150 jogos pelo V-Varen, Caio César guarda a temporada de 2020 com carinho. Foi o ano com mais gols da carreira (seis), e um acesso para a J-League que bateu na trave.

"Fui muito acima da média, era mais um segundo volante, fiz bastante gols. Em um jogo decisivo, a gente estava em terceiro, faltavam dois jogos, e a gente jogou contra o Kofu em casa. A gente estava três ou quatro pontos atrás dos líderes, lutando para subir. Nesse jogo, a gente estava ganhando de 1 a 0, fiz um golaço, chute de longe, lá na gaveta. Jogo na nossa mão, mas infelizmente num escanteio no fim, levamos o gol. Ficou marcado para mim, acabou nosso sonho. Depois do jogo, além da partida que fiz, do belo gol, ficou marcado pelo momento ruim de não ter conseguido subir", recordou.

A oportunidade no Vietnã

O volante ainda passou pelo CRB em 2024, sem a sequência como titular que esperava, até surgir o desafio de atuar no Vietnã. Caio César acredita que seu perfil, já adaptado ao futebol asiático, foi crucial para que a porta do continente fosse aberta novamente.

"Meu perfil ajuda muito, na Ásia eles gostam de jogadores altos, fortes, que brigam no meio campo. Sou um volante box to box, e na Ásia eles gostam muito, é difícil achar jogadores assim. Quando acham, eles investem. Graças a Deus, consegui vir para a Ásia e fazer um bom trabalho, me consolidar, já estou no meu sétimo ano", ressaltou.

O brasileiro confessa que não conhecia muito da liga quando recebeu o telefonema para jogar no Nam Dịnh, mas recebeu boas referências e se surpreendeu quando chegou lá. "É um campeonato que está crescendo, estrangeiros de qualidade, vietnamitas bons jogadores. Acho que daqui a alguns anos, vai estar em um nível bom, também".

Ainda sem alguma história inusitada no país, de população de mais de 100 mil habitantes, Caio César projeta continuar muitos anos na Ásia. "Meu objetivo ainda é ficar muito tempo na Ásia. Quero continuar por aqui, no Vietnã, ou voltar para o Japão. Lá para frente, vamos ver".

Recentemente, o jogador revelou ter recebido uma sondagem do Criciúma, e vê com bons olhos um retorno ao Brasil para defender o Tigre no futuro.

"Tenho vontade de jogar muito no Criciúma, minha esposa é de lá, quando parar, vou morar lá. Ano passado quase fui para lá. Tenho vontade de encerrar a carreira lá, vou estar em casa também. Mas vamos ver".

Saiba mais sobre o veículo