Daniel Barbosa, do Movimento Vitória SAF, rebate modelo defendido por Fábio Mota: “Sem controle, ninguém investe” | OneFootball

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Arena Rubro-Negra

·29 de abril de 2025

Daniel Barbosa, do Movimento Vitória SAF, rebate modelo defendido por Fábio Mota: “Sem controle, ninguém investe”

Imagem do artigo:Daniel Barbosa, do Movimento Vitória SAF, rebate modelo defendido por Fábio Mota: “Sem controle, ninguém investe”

O Arena Rubro-Negra entrevistou Daniel Barbosa, criador do Movimento Vitória SAF (MVSAF), grupo que defende a transformação do Vitória em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Em um momento decisivo para o futuro da instituição, o movimento detalhou suas propostas, fez críticas ao modelo defendido pela atual gestão e destacou a importância da mobilização da torcida.

Arena Rubro-Negra: Qual é o principal objetivo do Movimento Vitória SAF a curto e médio prazo?


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Daniel Barbosa: Nosso objetivo é muito claro: fazer com que o Vitória faça parte de um grande grupo multiclubes, modernizando e profissionalizando nossa instituição. A curto prazo, queremos sensibilizar a atual gestão para avançar nesse processo. Se isso não acontecer, vamos trabalhar para disputar as próximas eleições com uma chapa pró-SAF. Estamos fortalecendo o Movimento Vitória SAF, que cresce rapidamente graças à adesão dos torcedores e sócios à nossa proposta.

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Arena Rubro-Negra: Por que o modelo “49/51” defendido por Fábio Mota é considerado ineficaz pelo movimento? Esse modelo inviabiliza a entrada de grandes investidores?

Daniel Barbosa: Nós chamamos esse modelo de “SAFake” ou SAF (Sociedade das Antigas Famílias). Grandes redes multiclubes não entram nesse tipo de operação como acionistas minoritários. Pelo contrário, querem trazer sua expertise para controlar a operação do futebol. Qual investidor sério vai injetar dinheiro no Vitória sem deter o controle da principal atividade do clube? Não há qualquer chance disso acontecer.

Arena Rubro-Negra: Como o movimento enxerga o risco de “vender o clube” ou perder a identidade rubro-negra em uma SAF?

Daniel Barbosa: Defendemos que o contrato de SAF seja elaborado com muita cautela. Devem ser incluídas cláusulas de investimento mínimo anual e cláusulas de desempenho que permitam a recompra das ações em caso de descumprimento. Além disso, a Lei 14.193/2021 protege a identidade dos clubes. Com 10% das ações, a associação impede a venda de ativos imobiliários sem autorização dos sócios. E, mesmo com apenas 1% das ações, mudanças em símbolos, hino, cores, nome ou cidade sede também dependeriam da aprovação dos associados.

Arena Rubro-Negra: O movimento mantém contato com algum grupo de investidor?

Daniel Barbosa: Não compete ao MVSAF fazer contatos com investidores. Essa é uma atribuição dos representantes oficiais do clube. Nosso papel é cobrar e sensibilizar a direção para caminhar nesse sentido. Alguns membros do movimento realizam contatos informais. Recentemente, um dos fundadores conversou via rede social com Nassef Sawiris, dono do NSWE Group (Aston Villa), que demonstrou interesse no mercado brasileiro.

Arena Rubro-Negra: A associação civil do Vitória ainda pode ser útil após a transformação em SAF?

Daniel Barbosa: A associação deve continuar ativa e atuante, cobrando resultados e fiscalizando o investidor. Além disso, poderá comandar outras modalidades esportivas, como esportes olímpicos, games e MMA, ampliando a presença do clube para além do futebol.

Arena Rubro-Negra: O Vitória está preparado para atrair um grande grupo de investidores?

Daniel Barbosa: Acreditamos muito nisso. Salvador é a quarta maior capital do país, temos uma torcida representativa, um patrimônio gigantesco, um centro de treinamento estruturado e uma marca reconhecida mundialmente na formação de talentos. O Vitória é, sem dúvida, um clube altamente atrativo.

Arena Rubro-Negra: A falta de transparência da atual gestão é um obstáculo para avançar na discussão da SAF?

Daniel Barbosa: Sem dúvida. Recentemente, vimos episódios lamentáveis, como a presença de seguranças em reuniões do Conselho para intimidar conselheiros. A falta de acesso a documentos importantes dificulta a mobilização de sócios e torcedores. Há conselheiros que afirmam que o presidente Fábio Mota nunca participou de reuniões para dialogar com o colegiado.

Arena Rubro-Negra: Existe articulação com conselheiros ou o movimento ainda é restrito à torcida?

Daniel Barbosa: O Movimento Vitória SAF é recente, mas já reúne mais de 500 apoiadores, incluindo mais de 100 sócios votantes e diversos conselheiros, tanto atuais quanto antigos. No momento oportuno, vamos ampliar o diálogo institucional.

Arena Rubro-Negra: O que mudaria para o torcedor comum caso o Vitória vire uma SAF nos moldes defendidos por vocês?

Daniel Barbosa: Queremos que o Vitória volte a ser protagonista nos grandes campeonatos. Defendemos ingressos acessíveis para torcedores carentes, a organização do match day com shows e eventos, e o uso da área do Barradão para criar um clube recreativo simples para sócios, com piscina, parque infantil e churrasqueira. O torcedor precisa viver o clube e se sentir parte dele.

Arena Rubro-Negra: O que o movimento espera da torcida rubro-negra neste momento?

Daniel Barbosa: Apoio e participação. Nossa democracia foi conquistada com suor e luta. Estamos finalizando uma campanha de lançamento do MVSAF para os próximos dias. O apoio de todos, especialmente dos sócios com direito a voto, será fundamental. Quem quiser conhecer ou fazer parte do movimento pode nos procurar no Instagram (@movimentovitoriasaf).

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