CBF
·29 de julho de 2021
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Com experiência de sobra e muita confiança no trabalho da equipe, Érika não vê a hora de disputar as quartas de final de uma Olimpíada pela quarta vez. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (29), véspera da partida contra o Canadá, a zagueira analisou o adversário da Seleção Brasileira neste mata-mata.
“Enfrentar o Canadá é sempre duro. Sabemos da qualidade que aquela seleção tem, e individualmente elas têm jogadoras que desequilibram. Mas também sabemos da qualidade que temos do nosso lado, e é fundamental a gente acreditar no nosso trabalho. Temos muitos vídeos do passado, temos vídeos recentes, sabemos como elas jogam, mas futebol é futebol. Não podemos nos desconcentrar e perder o foco em nenhum momento do jogo, não pode bobear, fechar os olhos para nada, e os detalhes vão ganhar cada partida. Iremos para o jogo super concentradas e o objetivo é ganhar, não existe outro objetivo além de fazer isso e bem feito. Temos uma proposta de jogo e, do outro lado, elas terão trabalho também”, projetou Érika.
Na Era Pia, as Guerreiras do Brasil enfrentaram as canadenses em quatro oportunidades. Venceram duas e empataram duas, marcando oito gols e cedendo apenas dois. No mês passado, em jogo preparatório, as duas seleções empataram por 0 a 0. A estrela da equipe, Christine Sinclair, luta gol a gol para superar as brasileiras Marta e Cristiane no ranking de maiores artilheiras das Olimpíadas. Com bom humor, Érika enalteceu a adversária de longa data.
“Sabemos que a equipe do Canadá vem com gás e vontade. Até passei ali do ladinho e a Sinclair, tava ali, me deu um tapinha nas costas, disse ‘oi, Kika!’, que é como ela me chama, e deu uma piscadinha. E eu só pensando ‘olha, se eu jogar, mulher, não vou te deixar fazer nada’ (risos). A gente não comenta sobre o recorde, nunca conversei com as meninas nesse sentido, mas a Cris pode me pagar um jantar se ela quiser, a Marta também, para eu segurar a Sinclair se eu for jogar (risos). Brincadeiras à parte, sabemos que ela é uma excelente jogadora, gosto muito dela, já joguei contra várias vezes e já joguei com ela, sei da qualidade que ela tem. Mas do nosso lado também tem e estamos correndo atrás para isso, para não permitir que ela pense muito e execute seu melhor futebol, que é tão bonito, contra a gente”, disse Érika, que vê na união do grupo a chave para conquistar o principal objetivo nesta sexta: a vitória.
“Estamos fazendo um bom trabalho, sim, não tenho dúvidas disso. Aceitamos e iremos até o final com a ideia da Pia e de toda a comissão, e isso é o mais importante. Sabemos o quanto o estafe da Pia é condicionado a fazermos o melhor, ela te suga ao máximo para que você dê o seu máximo, e consegue fazer isso. Os detalhes que ela vem nos trazendo são importantes. E nós aceitamos isso, estamos juntas com ela, porque ela sabe a qualidade de cada peça. Não esperem 20 a 0, não esperem mais 10 a 0, placares elásticos. Queremos fazer o básico, mas fazer bem feito. Queremos colocar nosso trabalho e, de alguma forma, que seja meio a zero, gol de unha, o que a gente puder fazer, mas sair com uma vitória, será o nosso objetivo principal. Trabalhamos para isso, para estar bem entrosadas e seguir o trabalho”, garantiu.
Brasil x Holanda - Seleção Feminina nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Érika Créditos: Sam Robles/CBF
A zagueira sabe que as Guerreiras do Brasil representam milhões de brasileiros, e que esse exemplo motiva as meninas que estão começando no esporte a seguir adiante. Érika ressaltou a importância do apoio da família para que outras meninas como ela e Rayssa Leal, de apenas 13 anos, possam realizar seus sonhos e levar o nome do país ao topo do esporte.
“Essa pergunta me remete demais ao meu passado, porque eu andei de skate quando era menor, continuo andando hoje com minha sobrinha e o primeiro presente que dei a ela foi um skate. E muitas pessoas falavam ‘não faça isso, ela vai se machucar porque é coisa de menino’ e na nossa família não tem essa. É importante que você permita que a criança escolha o que ela quer ser: jogadora, médica, skatista, capoeirista, enfim. Tive oportunidade de praticar vários esportes, mas você precisa do apoio dos pais, sim, isso vai ser fundamental. Eu tive e hoje sou jogadora de futebol. Olha a importância de você praticar esporte quando é criança. Olha onde a Rayssa chegou, o mundo inteiro a conhece a Rayssa. Acredito que ela hoje, aos 13 anos, não tenha ideia do que ela é, do que está proporcionando a muitas meninas ainda mais novas que ela. E ela está fazendo brincando, né? Com tanto carinho, amor, prazer, porque é isso que ela gosta”, exaltou Érika.
Brasil e Canadá se enfrentam nesta sexta-feira (30), às 5h (horário de Brasília), no Estádio de Miyagi. A partida será transmitida por TV Globo, SporTV e BandSports.