Ex-técnico no CAP, Turra aconselha Vitor Roque no retorno ao Brasil: 'Melhor opção' | OneFootball

Paulo Turra foi um dos primeiros técnicos da carreira profissional de Vitor Roque. Foi com o treinador o ápice da passagem do atacante pelo futebol brasileiro, em 2023, antes de ser confirmada sua venda para o Barcelona. Em conversa com a reportagem de oGol, Turra relembrou a passagem, aconselhou o atacante no provável retorno ao Palmeiras e projetou aonde o jogador melhor se encaixaria no time de Abel Ferreira.

Turra não esquece quando Vitor Roque chegou em Curitiba. Um menino franzino, tímido, mas que Luiz Felipe Scolari, então técnico do Furacão, já via com potencial para se tornar um grande jogador.

"O Vitor Roque, quando chegamos, ele recém havia chegado do Cruzeiro. Era jovem, menino, acanhado. O professor Felipe chegou para mim e para o Precidelli (também auxiliar de Felipão) e falou: 'esse menino tem muito futuro. Nós vamos lapidar ele e fazer um craque. Como já fiz muitos'. E ele, com o jeitão dele: 'É, aquele tal de CR7 lá, cê lembra?', (risos). E foi o  que aconteceu. Chegamos 08 de maio de 2022. 08 de maio de 2023, ele já era referência do Athletico, campeão sul-americano sub-20, gols no Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, era o cara do Athletico. O Vitor Roque era muito bom", recordou Turra.

A evolução do atacante, entretanto, veio após muito trabalho e esforço no dia a dia de clube. Turra, que assumiu o comando técnico do Athletico quando Felipão se tornou diretor técnico, lembra o comprometimento de Vitor Roque para trabalhar os pontos que precisava evoluir naquela época.

"O Vitor Roque sabe quantos e quantos pós treinos eu, Pracidelli e Felipão ficamos fazendo específico com ele. Vitor Roque perna esquerda, perna direita, cabeceio, ataca primeiro poste, ataca profundidade. E ele sempre queria mais. Em um ano e três meses, ele que chegou como promessa do Cruzeiro, foi vendido para o Barcelona.  Eu falo com ele até hoje. E ele sempre fala: 'professor, muito obrigado por tudo'", contou.

Com Turra no comando, Vitor Roque fez 25 jogos e marcou dez gols. Depois de terminar 2023 com 21 tentos e 7 assistências em 45 jogos. Nos primeiros seis meses na Catalunha, atuou só duas vezes como titular e marcou o mesmo número de gols.

"Fiquei sabendo através de uma entrevista, que o Xavi não pediu centroavante. Queria um meia. Por isso. Quem estava lá era o Lewandowski. Foi uma grande venda, mas em um momento que não era ideal para ele. Um clube com problemas internos, problemas em campo. Jogar uma responsabilidade em um guri com 18 anos, é complicado", comentou Paulo Turra.

O retorno ao Brasil

O treinador, entretanto, acredita que Vitor Roque continua com potencial para ser "um dos melhores do mundo". E voltar ao Brasil, para o Palmeiras, foi uma decisão acertada.

"Sinceramente, dentro do perfil que o Palmeiras tem hoje, e do time que ele está hoje, eu aconselharia ele a vir ao Palmeiras. Ele vai estar em um time grande, lutando por grandes competições. Com todo respeito ao Betis, luta para meio de tabela. Até em termos de seleção, é interessante voltar ao Brasil. O Palmeiras luta por todos os títulos. E ele é novo, ele fica dois, três anos, e volta para um clube grande (da Europa) com um estofo de ter conquistado grandes títulos no Palmeiras", aconselhou o antigo comandante.

Abel Ferreira geralmente prefere o 4-2-3-1 como esquema base, mas com Paulinho e Vitor Roque, pode mudar o esquema pela primeira vez para ter dois atacantes. Paulo Turra acredita que o ex-comandado pode atuar bem em ambas as formações.

"No Athletico, conseguimos fazer com que ele fosse referência, mas sem ser pivô. E conseguimos fazer ele jogar no 4-4-2 ao lado do Pablo. Mas ainda acredito que ele como nove, próximo da grande área, ele é mortal, é fatal", finalizou.

A conversa com o técnico Paulo Turra rendeu diversos outros temas, que irão ao ar nesta sexta-feira.