Deus me Dibre
·14 de janeiro de 2021
Deus me Dibre
·14 de janeiro de 2021
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Por Guilherme Morais / @guimoraisbh
O estresse pós-traumático pode ser definido como “distúrbio caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador. […] com gatilhos que podem trazer de volta memórias do trauma acompanhadas por intensas reações emocionais e físicas.” Com o perdão do exagero, já que estamos falando “somente” de futebol, parece que a torcida do Cruzeiro volta a sofrer com males do passado. Os gatilhos que as últimas semanas nos despertaram lembram dos tempos mais sombrios do clube, que não faz tanto tempo assim.
A derrota para o Oeste – disparadamente o pior time da competição e que praticamente abandonou a própria esperança de se manter na divisão ao dispensar diversos jogadores – em pleno independência, resume toda a desorganização do departamento de futebol ao longo do ano, que tem como figura principal o incompetente diretor Deivid.
Primeiro, a culpa era de Itair e da Família União, que dilapidaram o clube. Depois, os menos 6 pontos, Enderson e Ney Franco, com maus trabalhos. Agora, já no final da competição, podemos ver que mesmo com todos esses obstáculos, uma campanha de acesso não estava tão difícil, e o Cruzeiro se embananou nas próprias pernas.
O time é o segundo pior mandante da competição (perdendo justamente para o Oeste). Decisões estabanadas com diversos jogadores, como Daniel Guedes, Zé Eduardo, Régis, Arthur Caíke, Caio Rosa, dentre outros – o torcedor certamente sabe de cada caso. Além disso, um final melancólico, com Felipão extremamente desesperançoso (possivelmente sabendo que não ficará para a próxima temporada), e Rafael Sóbis desabafando que os atletas não tem relação com a diretoria.
Toda essa situação absurda fora de campo nos relembra a diretoria antiga e nos desperta as piores sensações possíveis. Quando o time está mal somente dentro de campo, a esperança é maior, porque se pode resolver com alguma contratação ou troca de comando. Quando está mal no extra-campo, sem nenhuma explicação dos responsáveis, não sabemos o tamanho do poço, e nem se saíremos dele.
Por fim, cabe a nós, torcedores, perguntar: cadê o presidente? Ele iniciou sua trajetória trazendo como principal bandeira a “transparência”. Por ironia (ou não) do destino, terminamos a temporada com o principal jogador do time dizendo que não sabemos “nem 10%” do que está acontecendo. As famosas “lives” do mandatário desapareceram. Negócios como os de Orejuela e Jadsom parecem estar na mão de executivos amadores e que só prejudicam o Clube.
Se 2019 e 2020 foram péssimos, 2021 precisa urgentemente de novos rumos, pra que possamos enterrar de vez esse passado recente que vivemos e que todos esses gatilhos sejam, finalmente, superados.
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