oGol.com.br
·16 de setembro de 2024
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Pela quinta vez no século, o Barcelona abriu a temporada de La Liga com cinco vitórias nos cinco primeiros duelos. Um início promissor de Hansi Flick, que conta com La Masia para recolocar o Barça no topo do futebol espanhol. Como já esteve tantas outras vezes...
Se veio de uma temporada de altos e (muitos) baixos, com um criticado Xavi Hernández, o time Blaugrana apostou no alemão Flick, que vinha de um trabalho nada promissor na seleção alemã. A aposta pareceu arriscada, mas a euforia já toma o lugar da desconfiança na Catalunha.
Apesar de já beirar os 60 anos, Flick demorou a alcançar os holofotes no futebol alemão. Foi, durante muitos anos, auxiliar: da seleção alemã entre 2007 e 2014 e do Bayern de Munique em seguida.
Na temporada 2019/20 assumiu o comando dos bávaros em novembro, após a demissão de Niko Kovac. Conseguiu uma sequência impecável, com 17 vitórias em 20 jogos, conquistou a tríplice coroa e encerrou a série com a conquista do Mundial de Clubes.
Na temporada seguinte, manteve um desempenho bom, com 35 vitórias em 48 jogos, seguiu soberano na Bundesliga, mas caiu na Copa da Alemanha para o modesto Holstein Kiel, na segunda fase, e nas quartas da Liga dos Campeões.
Não seguiu no Bayern para a nova temporada. Era, já naquele ano de 2021, procurado pelo Barcelona. Mas aceitou o desafio de comandar a seleção alemã. Aumentou a série de fracassos após o tetra, com campanha ruim na Copa do Catar. Seguiu mesmo com o vexame de uma queda na primeira fase, porém acabou demitido em setembro de 2023 após levar de 4 a 1 para o Japão na Volkswagen Arena.
Aproveitando a crise entre Xavi e a diretoria barcelonista, Flick desembarcou na Catalunha e repetiu Pep Guardiola, Tito Vilanova, Tata Martino e Ernesto Valverde como os técnicos que conseguiram início 100% pelo Barça nas primeiras cinco rodadas de La Liga.
Cinco vitórias nas cinco primeiras rodadas de La Liga rendeu o título ao Barcelona neste século com uma exceção: a equipe de Tata Martino, em 2013/14, acabou perdendo o título para o Atlético de Madrid, justamente na primeira temporada de Neymar no Camp Nou.
24/25 - 5V, 17GP, 4GC - primeira no pós-Messi, com Flick e novos protagonistas.
17/18 - 5V, 17GP, 2GC - Comandado por Valverde, com Messi e Suárez na primeira temporada sem Neymar. Barça foi campeão de La Liga. Messi marcou nove gols nas primeiras cinco rodadas, com uma assistência.
13/14 - 5V, 17GP, 4GC - Com Tata Martino, primeira temporada de Neymar, ainda sem Suárez. Neymar deu três assistências no período, sem balançar as redes, enquanto Messi marcou seis vezes, com duas assistências. Barça foi vice-campeão, três pontos a menos que o Atlético de Madrid.
12/13 - 5V, 14GP, 3GC - Única temporada com Tito Vilanova, que tentava seguir o legado de Pep Guardiola. Messi marcou seis gols. Barça foi o campeão de 100 pontos, com incrível campanha de 115 gols em La Liga. Meio-campo com Busquets, Xavi e Fàbregas e Iniesta no ataque com Villa e Messi.
09/10 - 5V, 16GP, 3GC - Segunda temporada com Pep Guardiola, na qual o técnico teve atritos com Zlatan Ibrahimovic, que acabou na reserva. Pior temporada de Henry na Europa. Início da rivalidade Messi x Ronaldo. La Pulga marcou cinco vezes nas primeiras rodadas, com três assistências. O argentino comandou o título do Barça, em duelo ponto a ponto contra o Real Madrid.
O atual início 100% é o único no século sem Lionel Messi. La Pulga conseguiu protagonismo em todos os outros começos imaculados do Barcelona no século. Agora, Flick busca escrever uma nova história, com novos protagonistas que prometem iniciar uma nova era.
Com a diretoria mantendo a austeridade no mercado, o técnico alemão teve apenas um grande reforço para a temporada: Dani Olmo significou o único investimento blaugrana no mercado, de 55 milhões de euros.
Campeão europeu com a Espanha, Olmo é um dos protagonistas no time de Flick. Meia técnico, com excelente chegada no último terço, Olmo já marcou três gols com a camisa blaugrana. E o meia só estreou na terceira rodada: ou seja, são três gols em três jogos, com média de um gol a cada 63 minutos em campo.
Sem poder de investimento, Flick aposta em La Masia, uma das maiores fábricas de talento do mundo. A atual média de idade do elenco do Barça é de apenas 22,4 anos, a menor média de idades entre todos os clubes do Campeonato Espanhol. Para se ter uma ideia, o segundo time de menor média de idade em La Liga é o Valencia, com média de 24,3 anos.
Na atual temporada, Flick já usou 20 jogadores. Destes, 12 têm, no máximo, 23 anos, e oito foram formados em La Masia. Pau Victor (Girona), Pablo Torre (Racing), Gerard Martín (Cornellà) e Pedri (Las Palmas) vieram ainda jovem para o Barça, mas fizeram base em outras equipes.
A grande joia do momento é o prodígio Lamine Yamal, de 17 anos recém-completados. Jogador mais jovem a atuar pelo Barça em La Liga, Yamal é o líder em assistências e em participações em gols no campeonato. Já soma três gols e quatro passes para gols, e tem uma média de uma participação direta em gol a cada 63 minutos em campo.
Flick consegue agregar bem experiência ao time titular. A juventude de Cubarsí na defesa é complementada por nomes experientes, como os do goleiro Marc ter Stegen e dos zagueiros Iñigo Martínez e Jules Koundé. Na frente, Raphinha e Lewandowski ajudam Yamal a impulsionar o número de gols: o brasileiro tem três gols e duas assistências, enquanto o polonês é o artilheiro do campeonato, com quatro tentos e ainda contribuiu com dois passes para gol.
Se nos bastidores, o clima segue de apreensão quanto ao futuro do clube, com muitas preocupações financeiras, em campo, Flick já começa a dar uma nova cara ao Barça, em uma espécia de abraço a uma nova era. Usando a velha fórmula de La Masia...
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