Jogada10
·29 de setembro de 2022
Jogada10
·29 de setembro de 2022
Uma vitória quase óbvia, 3 a 2 Fortaleza sobre o Flamengo, no Castelão. Tratava-se de confronto entre um clube, ele, o Fortaleza, que luta para escapar do rebaixamento, embora o conjunto da obra não recomende. E outro, o Flamengo, sem substitutos decentes, com desfalques provocados por amistosos ridículos de seleções. E que – ainda – tem como objetivo garantir, pelo Brasileiro, vaga na próxima Libertadores.
Mais uma vez ficou evidente que o clube carioca caiu efetivamente de produção, Nessa briga do rochedo contra o mar, como mencionava o velho samba – reservas x titulares x misto x nada. Depende da capacidade individual, o brilho de uma ou outra estrela, para evitar o pior. Como aconteceu em 2021, essa irregularidade não resistirá ao tempo. Ou seja, até as finais das copas, que começam no mínimo em 15 dias. Dorival Júnior, que é um bom treinador, está sofrendo transformação curiosa – resgatou, em algum momento, futebol próximo ao de 2019. Mas seu time, agora, encarnou o espírito Renato Gaúcho. Caso isso não seja cortado pela raiz, as decepções serão idênticas ao do ano que passou.
Flamengo, derrota quase óbvia para o Fortaleza – Marcelo Cortes / Flamengo
O Fortaleza, diante de 50 mil pessoas, preferia jogar atrás, com medo do Flamengo, e o time carioca, com apoiadores medíocres, e com um a menos – Mateusão é uma espécie de Negreiros da década atual – não conseguia criar nada de útil. Restava aos cearenses a possibilidade de acertar um contra-ataque, o que ocorreu aos 17 minutos, quando Pedro Rocha invadiu a área sem problemas e bateu sem chance para Santos: 1 a 0.
Para um jogo que prometia muito pouco, dadas as circunstâncias, até que o gol foi um achado, pois poderia modificar o cenário. Pois o Flamengo continuou com a posse, maltratando a bola, e o Fortaleza sonhando em repetir a façanha, o que na prática deixou o panorama idêntico. Restava ao Rubro-negro – olha o Restava aí de novo – um lance individual de quem sabe, o que aconteceu aos 31, quando Gabriel, para a sorte do torcedor, resolveu fazer a jogada sozinho, para empatar: 1 a 1.
E até o fim do primeiro tempo, tal a ausência da técnica, a partida voltou a surpreender, oferecendo ao time carioca a oportunidade de virar o placar – com pênalti de Marcelo Benevenuto em Mateusão – que Gabriel cobrou com a qualidade habitual: 2 a 1. Fossem os cearenses mais audaciosos e teriam obtido no mínimo a igualdade.
Seguindo esse raciocínio, Juan Vojvoda trocou Ronald por Moisés no intervalo, para ganhar maior poder ofensivo. E o adversário providenciou substituição pontual. Pois a equipe local enfim foi para cima e precisou de apenas sete minutos para marcar novamente. Quem conhece o Flamengo faz muito tempo tinha a mais absoluta certeza que o time sofreria gol de Pedro Rocha: 2 a 2. E assim se fez.
E a coisa seguiu. O Fortaleza corria alucinado em busca da vitória, e o adversário, despedaçado, errando posicionamento e passes, efetuando trocas equivocadas, aguardava o fim do debate, dado que não perder, hoje em dia, passou a ser um grande negócio. Pedrinho raras vezes joga, na base, mas é filho do Beto. O de Pelé usava as mãos para praticar o que transformou o pai no maior craque de todos os tempos.
Juan Vojvoda passou a buscar soluções no banco que não tem, e o Flamengo vai caindo na tabela, desperdiçando uma das três chances que (ainda) existem para chegar diretamente à Libertadores 2023. Nos acréscimos, o que já era possível projetar, virou realidade: Caio Alexandre apanhou rebote e fez 3 a 2.
É de tremer tomar conhecimento que o Rubro-Negro continuará fazendo vários amistosos no Brasileiro. Isso vai matar o time.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10