FNV Sports
·02 de maio de 2020
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Que o futebol mexicano possui uma série de destaques estrangeiros em sua Liga MX, não é novidade. No entanto, cada vez mais estrangeiros começam a brilhar na segunda divisão da terra Azteca. Um destes expoentes é o goleiro uruguaio, Franco Torgnascioli. A muralha celeste, defende as metas do Mineros de Zacatecas, atual líder da competição. O camisa 22 deu uma entrevista coletiva para o Futebol na Veia, contando sobre a sua trajetória, alegrias e infelicidades no futebol. Como resultado disso, confira abaixo detalhes da carreira de Franco e suas percepções sobre cada momento.
Franco Torgnascioli começou nas categorias de base do Danubio, todavia, após subir para os profissionais foi emprestado para Boston River em 2013. O intuito era que o goleiro jovem ganhasse experiência e minutos em campo. Pelo clube, jogando a segunda divisão do Uruguai, Franco fez 32 jogos. Apesar do time não ter conseguido o acesso, o goleiro se destacou ao sair de campo sem levar gols em 12 oportunidades. Com o fim do empréstimo e as boas atuações, o mesmo voltou ao seu time de origem no ano seguinte.
O goleiro que hoje possui 29 anos, destacou a importância de ter encontrado um grupo unido e da forma positiva de como o trataram neste começo.
“Desfrutei muito, fiz grandes amigos e valeu muito para eu ganhar experiência e a confiança do Danúbio para jogar a primeira divisão. A verdade é que eu devo demais ao Boston River, porque lá me trataram como mais um jogador prata da casa e me senti muito bem com isso.”
Na volta ao Danúbio, Franco teve uma oportunidade rara. O jogador fez parte do plantel campeão nacional de 2014, entretanto, na fazia parte do time titular. Último título de um clube sem ser Nacional ou Peñarol. Com a saída de Salvador Ichazo para o Torino, Torgnascioli ganhou a vaga de titular e defendeu as metas dos Diluvio por dois anos. Neste período o jogador além de atuar em partidas do campeonato uruguaio, fez também suas primeiras aparições em torneios internacionais.
Apesar do bom desempenho em campo, o time não conseguiu repetir o sucesso do campeonato nacional e foi eliminado na fase de grupos da Libertadores da América de 2015 e na primeira fase da Sul Americana de 2016. Curiosamente, os dois times que eliminaram o Danúbio naquela Libertadores eram brasileiros, São Paulo e Corinthians. Embora tenha perdido as duas partidas no Brasil por placares elevados, Franco Torgnascioli fez grandes defesas e foi bastante elogiado. Ele guarda com carinho os elogios, sobretudo, do ex-goleiro e ídolo do São Paulo, Rogério Ceni.
“Tenho uma ótima recordação desses jogos, porque Rogério Ceni falou muito bem de mim. Na época, teve uma notícia dele falando que eu deveria ser o sucessor dele quando se aposentasse. A verdade é que isso ficou marcado para sempre e sou muito agradecido por essas palavras”
Franco falou também da sua vontade de um dia voltar para o Danúbio e do carinho que guarda pelo clube:
“A Danúbio penso em voltar, porque é minha casa. É o lugar onde eu nasci e é como minha família.”
Não apenas os jornalistas brasileiros e sul americanos ficaram com uma boa impressão de Franco, como também times de toda a América se interessaram. Com sua boa sequencia, o jogador acabou sendo vendido para o Grupo Pachuca. Este grupo é dono dos clubes Pachuca, Léon, Mineros de Zacatecas no México, do chileno Everton de Vina e do argentino Talleres. Apesar de ter o passe ligado ao Pachuca, o jogador nunca atuou por lá e acabou sendo emprestado para Mineros, Everton e para o time espanhol Lorca FC.
Muitos torcedores se perguntaram os motivos de nunca ter atuado com a camisa do Tuzos e porque de tantos empréstimos. Para Torgnascioli, não existe um motivo específico. Ele conta também que o grupo sempre o tratou bem e lhe deu oportunidades bastantes importantes mas que tenta sempre evoluir para um dia vestir a camisa do Pachuca.
“A verdade é que não teve a oportunidade em si de atuar pelos Tuzos, mas trabalho todos os dias com essa intenção. Sou muito grato ao Grupo Pachuca porque sempre me deram confiança e se comportaram sempre muito bem comigo. Sempre durmo com a ilusão de um dia jogar pelos Tuzos que é a equipe que me comprou. Creio que por vários motivos, não saberia dizer pois o futebol é muito complexo.”
Depois de boas atuações no Mineros de Zacatecas em 2016, Franco foi emprestado para clubes de fora do México em busca de mais desafios e uma rodagem maior. Lorca FC e Everton de Vina Del Mar, respectivamente, da Espanha e do Chile foram os clubes que defendeu nos anos de 2017 e 2018. No entanto, por motivos diferentes não conseguiu repetir as boas atuações tidas no Uruguai e no México.
No time espanhol, o jogador encontrou dificuldades para assumir a titularidade e acredita também que quando teve chances não as aproveitou. Por sua vez, no Chile foi diferente. O jogador chegava para ser titular e atuar na primeira divisão do país, no entanto, uma lesão grave no ligamento cruzado. Franco Torgnascioli contou um pouco do que aprendeu nestes momentos difíceis.
“Cheguei ao Everton com a idéia de que seria titular, mas a lesão me impediu de jogar. Sem dúvidas, uma lesão acaba por te deixar muitos aprendizados, te fortalece e sem dúvidas sou um outro jogador depois dela. Eu melhorei muito em tudo que envolve a parte mental e hoje eu aproveitei toda essa aprendizagem.”
Em 2019, o jogador voltou ao Mineros de Zacatecas em busca de retomar a sua carreira e os bons jogos. Sem dúvidas da para dizer que isso foi conquistado. Em 8 partidas pelo Clausura do Ascenso MX, o time conquistou o feito de vencer seis jogos e empatar outros dois. Sendo assim, o time conseguiu a primeira colocação na tabela e a invencibilidade no torneio. Todavia, o campeonato foi interrompido pela pandemia do Covid-19 e dado como encerrado, tirando assim a possibilidade do time lutar pelo acesso a primeira divisão.
Pela segunda vez, Franco e Mineros fazem um belo casamento. Hoje, o clube é onde o goleiro mais vezes atuou e também o que em mais minutos esteve em campo. Um dos segredos para este sucesso é a ótima relação do jogador com a torcida e com os integrantes dos Zacatecas.
“A verdade é que sempre me trataram muito bem. A torcida me da muito carinho e eu tento retribuir igualmente, porque me trataram como um mexicano mais e me fizeram se sentir muito querido aqui. Por isso sou muito agradecido. A diferença ( entre as duas passagens pelo clube) é que me senti muito melhor nesta segunda vez, porque lógico tenho mais experiencia, estou mais maduro e aproveitei muito mais.”
Olhando mais para o futuro, Franco falou para o Futebol na Veia, o que espera do seu futuro e quais são seus maiores sonhos dentro do futebol:
“Desde que cheguei ao México, sempre tive a vontade de jogar na primeira divisão. Então diria que dois dos meus sonhos é poder de jogar a Liga MX e fazer parte da Seleção Uruguaia. Estes são os sonhos que tenho a curto e largo prazo.”
Foto Destaque: Reprodução/ Franco Torgnascioli