oGol.com.br
·10 de novembro de 2024
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Pep Guardiola chegou a um feito inédito em sua carreira como treinador depois da derrota para o Brighton, por 2 a 0. O espanhol nunca havia perdido quatro jogos em sequência em toda sua carreira como técnico. E, de quebra, Pep viu o Manchester City voltar a sair derrotado quatro vezes consecutivas pela primeira vez desde 2006.
Talvez essa seja a pior fase dos Citizens sob a tutela do ex-Barcelona e Bayern. Com contrato que se expira na metade de 2025, Guardiola pode encerrar a trajetória no lado azul de Manchester sem o brilho das outras temporadas, para buscar outro desafio no futebol.
A última vez que o Manchester City enfrentou uma sequência de (ao menos) quatro jogos com derrotas foi na temporada 2005/06. Na ocasião, sob o comando do inglês Stuart Pearce, os Citizens chegaram a seis derrotas consecutivas ao fim da temporada. Os jogos foram contra Wigan, West Ham (FA Cup), Chelsea, Middlesbrough, Tottenham e West Ham, novamente.
Na época, o clube ainda não contava com o investimento do Abu Dabhi United Group, que só chegou em 2008. Os nomes mais conhecidos do elenco naquela época eram Andy Cole, Darius Vassels e Bradley Wright-Phillips, que ainda era apenas um jovem de 21 anos. Naquela temporada, o City terminou o Campeonato Inglês na 15ª colocação.
Fazia quase 18 anos que o City não ficava quatro, ou mais, partidas perdendo em sequência. Se levarmos em conta três jogos, isso ocorreu na temporada 2017/18, quando o time caiu nas quartas da Champions, perdendo as duas partidas para o Liverpool, e levou a pior no intervalo, no clássico de Manchester, já na era Guardiola.
E quando a marca é sobre o treinador, o recorde negativo fica ainda mais longe. Pep nunca havia perdido quatro jogos em sequência desde que iniciou a trajetória como técnico, no Barcelona B em 2007. Três derrotas consecutivas já foi uma realidade ao espanhol outras duas vezes na carreira.
A primeira vez foi na temporada 2014/15, no comando do Bayern. O clube bávaro saiu derrotado dos jogos contra o Bayer Leverkusen, por 2 a 0, contra o Barcelona, por 3 a 0, e contra o Augsburg, por 3 a 2. Naquela altura, o Bayern já era campeão da Bundesliga, mas deu adeus à Champions para o Barça, na semifinal.
A história de amor e sucesso entre Pep Guardiola e Manchester City pode estar próxima do fim. Com contrato que se encerra em junho de 2025, o treinador espanhol pode deixar a Inglaterra para rumar ao seu quarto clube em toda a carreira, depois de Barcelona, Bayern e, óbvio, do City.
Com as quatro derrotas seguidas e, provavelmente, em sua pior fase nas últimas cinco temporadas, Pep vive um raro momento de instabilidade. Se antes era comum o City nadar de braçadas no começo da Premier League e deslanchar na primeira fase da Champions, hoje isso não é uma realidade.
Campeões das últimas quatro edições, os Citizens ocupam a vice-liderança do Campeonato Inglês, cinco pontos atrás do Liverpool. São 23 pontos somados em 11 jogos, com derrotas para Brighton e Bournemouth que não deveriam acontecer. A eliminação para o Tottenham na Copa da Liga Inglesa também pesa na má fase.
Na competição europeia, o cenário é mais desanimador. Depois de empatar com a Inter, atropelar Slovan Bratislava e Sparta Praga e, por fim, ser goleado pelo Sporting, o clube é o 10º colocado na classificação geral com sete pontos em quatro jogos. Hoje, os Citizens jogariam os playoffs para, em caso de triunfo, disputar as oitavas.
Depois de 18 conquistas, entre uma Liga dos Campeões e quatro Premier Leagues, o ciclo de Guardiola no clube inglês pode ter chegado ao fim. A dúvida sobre a renovação do vínculo se arrasta desde maio e os rumores apontam que o destino poderia ser outro, como a seleção brasileira.
A instabilidade atual não deve ser o grande problema, entretanto. Pep ainda tem prestígio no grupo e poderia, inclusive segundo a imprensa local, viajar para Abu Dhabi na Data-Fifa para discutir uma renovação de contrato. Mas o treinador alega o cansaço acumulado de tantos anos no mesmo projeto.
"Não é certo que tenha terminado a minha carreira em Manchester, tenho de refletir sobre o assunto. Tudo pode acontecer. Estou um pouco cansado", disse o treinador, em outubro.