PL Brasil
·10 de setembro de 2020
PL Brasil
·10 de setembro de 2020
Uma equipe que conseguiu se reinventar devido ao estilo de seu técnico, mas que esbarrou nas mesmas limitações da edição anterior. Para a temporada 2020/2021, o Wolverhampton busca melhorar o seu jogo e encaixar caras novas para chegar mais longe na tabela.
Na Premier League 2019/2020, a equipe de Nuno Espírito Santo terminou em 7º, a mesma posição da campanha anterior. Apesar da aposta positiva nos contra-ataques, o time sofreu com a defesa – foram 40 gols tomados em 38 jogos.
O grande triunfo dos Wolves foi no âmbito continental. Teve uma sólida campanha na Europa League, que foi levada à sério desde os playoffs. Na fase de grupos, venceu Besiktas e Slovan Bratislava nos dois jogos. Perdeu apenas para o Braga.
Na fase eliminatória, a equipe bateu tanto Espanyol como Olympiacos, mas foi eliminada nas quartas de final para o Sevilla. Infelizmente, para a torcida dos Wolves, os bons resultados na volta da Premier League não foram suficientes para que o time voltasse à competição europeia. Provavelmente, em 2020/2021, o Wolverhampton deve focar as suas atenções na liga nacional.
Em campo, também há notícias boas visto que alguns atletas mostraram evolução. Daniel Podence, de 24 anos, se concretiza como um grande nome devido aos seus dribles, passes decisivos e lançamentos.
Além disso, uma das maiores qualidades do time consiste na organização tática. João Moutinho e Rúben Neves dominam o meio-campo. Aliás, a dupla é essencial para o técnico Nuno Espírito Santo, pois são flutuantes e dinâmicos.
No entanto, a equipe precisa corrigir uma das maiores deficiências que atrapalhou o seu rendimento: o problema na criação. Foram apenas 51 gols na temporada, com uma baixa média de 8,9 chances por jogo e 1,29 gols por partida na Premier League.
A solução mais eficaz seria contratar, visto que o time precisa de reforços (zagueiro, volante e lateral). O problema está na falta de novos nomes na atualidade, além da saída de Doherty para o Tottenham.
São três as alternativas que surgem para compor esta vaga. Oskar Buur (jovem que demonstrou segurança na Europa League), Luke Matheson (que mostrou qualidades quando teve chance contra o Manchester United) e Dion Sanderson (cedido ao Cardiff, mas que pode voltar aos Wolves) estão de olho na vaga.
Outra notícia negativa está nos reforços recentes que não renderam. Mesmo custando 43 milhões de libras no total, Pedro Neto, Bruno Jordão e Patrick Cutrone (emprestado à Fiorentina em janeiro) tiveram desempenho abaixo.
Restando uma semana para o retorno da Premier League, o Wolverhampton acertou três contratações para reforçar o elenco: A primeira foi a chegada de Fábio Silva, português que marcou 20 gols em 26 jogos na equipe sub-19 do Porto. O jovem também ganhou chances na equipe principal do clube português.
Fábio Silva custou 35 milhões de libras e se tornou o reforço mais caro da história dos Wolves. As expectativas são animadoras e resta saber se o dinheiro foi bem investido. Afinal, trata-se de um atleta ainda muito jovem.
A segunda contratação foi do experiente lateral-esquerdo Marçal, de 31 anos. O brasileiro atuava pelo Lyon desde 2017 e chegou às semifinais da última Champions League.
Por fim, a última contratação foi a chegada de Vitor Ferreira por empréstimo. Campeão português pelo Porto, o jovem de 20 anos chega para ser uma opção no meio-campo.
Caso as apostas rendam o esperado e a caravela portuguesa consiga manter a regularidade de sempre, é bem provável que o Wolverhampton em 2020/2021 brigue novamente por uma vaga na Europa League.
VEM:
Matija Sarkic (Aston Villa, free-agent), Marçal (Lyon, £1.78m), Fabio Silva (Porto, £35m)
VAI:
Ryan Giles (Coventry City, empréstimo); Hélder Costa (Leeds, £16m); Jordan Graham (Gillingham, free-agent); Connor Johnson (dispensado); Callum Thompson (dispensado); Tsun Dai (Shenzhen, não revelado); Elliot Watt (Bradford, não revelado); Will Norris (Burnley, não revelado); Connor Ronan (Grasshopper, empréstimo); Renat Dadashov (Grasshopper, empréstimo); Morgan Gibbs-White (Swansea, empréstimo); Cameron John (Doncaster, não revelado); Matt Doherty (Tottenham, £14.7m); Matija Sarkic (Shrewsbury Town, empréstimo)
Certamente, o destaque dos Wolves continua sendo Raúl Jiménez. Na Premier League 2019/2020, ele marcou 17 gols e foi mais uma vez artilheiro do time, mostrando melhora em relação ao último ano.
Sendo o “jogador-âncora” (que traz equilíbrio para os demais), o mexicano fez boa parceria com Adama Traoré. A dupla se entendeu muito bem e foi responsável por orquestrar a maior parte das jogadas ofensivas da equipe na edição passada da PL.
Jiménez é um centroavante com muito recurso – um dos mais técnicos da liga. Que ele é um exímio finalizador todos nós já sabemos, mas o camisa 9 também sabe preparar jogadas para quem vem de trás. Tudo isso graças aos seus ótimos movimentos de pivô.
Contratado para a temporada 2019/2020, Pedro Neto não correspondeu às expectativas depois que chegou da Lazio. Com 29 jogos disputados (nove como titular), o atacante marcou apenas três gols, contribuiu pouco para o sistema defensivo (0,2 interceptação por jogo, 40% de disputas de bola vencidas) e foi desarmado com frequência (6,3 perdas por jogo). Tudo isso na liga inglesa.
Entretanto, mostra um potencial muito interessante. Atacando por ambos os lados, o português é excelente em chutes de longe. Além disso, tem qualidade nos passes decisivos, nas finalizações, nos cruzamentos, na ocupação de espaços e em segurar a bola.
Caso ajuste suas deficiências já citadas, poderá, enfim, ganhar mais tempo de jogo e se tornar peça-chave no ataque do Wolverhampton em 2020/2021.
3-4-3: Patrício; Boly, Coady, Saiss; Traoré, Neves, Moutinho, Vinagre; Podence (Pedro Neto), Jiménez, Jota. Técnico: Nuno Espírito Santo.
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