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·27 de novembro de 2024

Hugo Souza explica por que elenco do Corinthians saiu em defesa de Augusto: “Honra a palavra”

Imagem do artigo:Hugo Souza explica por que elenco do Corinthians saiu em defesa de Augusto: “Honra a palavra”

O goleiro Hugo Souza, do Corinthians, falou nesta quarta-feira sobre a defesa pública do elenco ao presidente Augusto Melo, que terá seu impeachment votado pelo Conselho Deliberativo na quinta. Nas palavras do arqueiro, o gesto se deu por Augusto “honrar a palavra”, especialmente em relação ao pagamento de salário e direitos de imagem dos jogadores.

“Acho que nosso posicionamento foi feito e bem feito. Eu e todo elenco tomamos a decisão de fazer esse posicionamento porque desde quando cheguei, tudo que essa diretoria e o Fabinho falaram para mim, eles cumpriram. E antes de chegar aqui, o clube tinha meses e meses de imagem atrasada, entre outras coisas. Jogadores que não recebiam seus salários. E o presidente e o Fabinho colocaram isso como o objetivo principal, até porque trabalhamos todos os dias e somos dignos de receber. E eles honram a palavra deles. Nos apegamos a isso e entendemos que temos que ficar do lado de quem está do nosso lado. Eu não estou preocupado com isso, nosso foco é terminar bem o ano, fazer grandes três jogos e buscar vaga na Copa Libertadores, o que ninguém acreditava. Independentemente de qualquer coisa, nosso posicionamento seguirá o mesmo”, disse Hugo em entrevista coletiva.


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Após a vitória do Corinthians sobre o Vasco, no último domingo, Gustavo Henrique e Rodrigo Garro também reforçaram o apoio a Augusto, com a ressalva de que não buscam se envolver nos assuntos políticos do clube. Já Emiliano Díaz comentou que a comissão técnica defendeu publicamente o presidente como forma de gratidão pelo suporte dado ao longo da temporada.

Além dos jogadores do elenco, as torcidas organizadas também se manifestaram contra a votação do impeachment de Augusto no Conselho, especialmente pelo fato da temporada ainda estar em andamento. Na última terça-feira, alguns torcedores se reuniram com Romeu Tuma Júnior, presidente do CD, para tentar adiar o processo, o que não deve ocorrer.

Votação no Conselho

Romeu Tuma Júnior marcou a reunião de votação do impeachment de Augusto Melo. Os conselheiros do clube vão definir nesta quinta-feira, no Parque São Jorge, se concordam ou não com a destituição do mandatário corintiano. A primeira chamada da convocação será às 18 horas (de Brasília), enquanto a segunda será às 19 horas.

Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube. A votação no Conselho será secreta.

Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Segundo apuração da Gazeta Esportiva, a Assembleia só deve ocorrer em 2025, ainda sem data definida.

Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído.

Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. Isso, no entanto, não exclui a possibilidade de um novo processo de afastamento no futuro.

No documento enviado aos conselheiros, a reunião é ordenada com as seguintes pautas:

a) Palavra do Presidente do CD para expor os motivos da convocação em razão do recebimento da denúncia pela Comissão de Ética e Disciplina,;

b) Deliberação sobre o motivo da Convocação da Reunião;

c) Prazo regimental para manifestação do representante dos Conselheiros Requerentes do Pedido de Destituição do Presidente da Diretoria e/ou Representante da Comissão de Justiça do CD; Palavra do Presidente da Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo pelo tempo regimental para leitura e sustentação do parecer da Comissão;

e) Prazo regimental para defesa oral/sustentação oral do Presidente da Diretoria ou de seu representante legal;

f) Votação em escrutínio secreto pela Destituição ou não do presidente da diretoria;

g) Proclamação do resultado e providências estatutárias, em sendo o caso.

Entenda os motivos

No último dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).

Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.

Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicita a destituição de Melo.

O documento, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP”, conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.

O documento pede “tramitação sucinta” e se apega, principalmente, ao Artigo 106, “b” e “d”, do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de “Lavagem” ou ocultação de bens.

Art. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:

b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.

d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.

Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:

-“Laranja” na intermediação da VaideBet.

-Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.

-Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral.

-Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores.

-Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.

No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como “vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes” e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido “ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora”.

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