Gazeta Esportiva.com
·29 de novembro de 2024
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Ele tem a força e a palavra. Também tem a braçadeira de capitão e é a maior esperança dos torcedores do Atlético-MG para a conquista do bi da Copa Libertadores. Aos 38 anos, Hulk ainda tem muita lenha para queimar.
Experiente, o camisa 7 do Galo mantém vivo o faro de gol, uma qualidade que o time mineiro vai precisar para vencer o Botafogo no próximo sábado, em Buenos Aires.
O Atlético-MG vai para a final continental em má fase, com dez jogos consecutivos sem vencer (seis derrotas e quatro empates), sem chances de título no Brasileirão e ainda abalado pela derrota na final da Copa do Brasil para o Flamengo.
Mas, é na adversidade que o ídolo exerce sua liderança para manter o trem atleticano nos trilhos: motiva e defende seus companheiros, repreende adversários e comanda o ataque ao lado de Paulinho e Deyverson.
“É um jogador decisivo. Todos nós confiamos muito nele”, disse o técnico do Atlético-MG, Gabriel Milito. “Ele aparece quando tem que aparecer. É o nosso capitão, nosso líder. É um exemplo para nós sob todos os pontos de vista”.
A “obsessão” do capitão
Natural de Campina Grande, na Paraíba, Hulk marcou 19 gols e fez 12 assistências em 50 jogos nesta temporada, números superiores aos de seus companheiros de ataque menos experientes.
Paulinho, de 24 anos, tem 19 gols e quatro assistências em 58 jogos, enquanto Deyverson (33), marcou seis vezes e deu dois passes para gol nas 20 vezes em que esteve em campo pelo Atlético-MG.
A Libertadores é a grande obsessão de Hulk desde que retornou ao Brasil em 2021, depois de mais de 15 anos de carreira fora do país, com passagens de destaque por Tokyo Verdy do Japão, Porto de Portugal, Zenit da Rússia e Shanghai Port da China.
Em seu primeiro ano de Galo, foi o artilheiro do time com 36 gols em 68 jogos, conquistou o Campeonato Brasileiro (que não vinha para o Atlético-MG desde 1971) e a Copa do Brasil e entrou para a galeria de ídolos do clube ao lado de Reinaldo e Ronaldinho Gaúcho, que foi o astro da equipe no título da Libertadores em 2013.
“É sem dúvida obsessão, por isso se chama ‘A Glória Eterna’. Eu tenho um sonho de ganhar essa Libertadores. Batemos na trave em alguns anos, onde tínhamos grandes chances de ganhar”, disse Hulk ao portal Globo Esporte.
Respeito dos adversários
O principal torneio de clubes da América tem sido particularmente difícil para o Atlético-MG. Nas três edições anteriores, o time foi eliminado pelo Palmeiras: oitavas de final em 2023, quartas em 2022 e semifinal em 2021.
Há três anos, na ida da semifinal contra o Verdão, Hulk perdeu um pênalti que poderia ter dado a classificação ao time mineiro. Agora, o camisa 7 reconhece que o favoritismo é do Botafogo, líder do Brasileirão e que investiu mais de R$ 300 milhões em reforços.
“Temos condições de ganhar? Sim, temos. Em uma final, quando o juiz apita, é quem estiver melhor, mais concentrado. Vamos trabalhar bastante para a gente ter uma conexão boa”, afirmou.
Dez dias antes da decisão da Libertadores, Atlético-MG e Botafogo se enfrentaram em Belo Horizonte pela 34ª rodada do Brasileirão. O duelo terminou empatado em 0 a 0, mas Hulk mostrou seu espírito de liderança após o apito final.
O capitão do Galo questionou e pediu humildade ao atacante do Botafogo Luiz Henrique, que teria dito que o Atlético-MG era “um time muito fraco, uma m…”.
“Que ele aprenda com o erro dele. Tem tudo para ser craque, mas primeiro tem que ser craque como pessoa”, disse Hulk após a partida.
Luiz Henrique, de 23 anos, se desculpou dias depois: “Peço desculpas ao Hulk, respeito muito ele. É um jogador de alto nível”.