Trivela
·07 de julho de 2022
Trivela
·07 de julho de 2022
Uma das candidatas ao título europeu apresentou as suas credenciais nesta quinta-feira no estádio St. Mary’s de Southampton. A bicampeã Noruega foi implacável contra a Irlanda do Norte, marcou três vezes no primeiro tempo e selou uma vitória tranquila por 4 a 1 em sua estreia pelo grupo A – o mesmo da anfitriã Inglaterra.
A vantagem era de dois gols aos 13 minutos, e a falta de qualidade da Irlanda do Norte, que está disputando uma grande competição pela primeira vez, ficou muito clara, com dois erros crassos que contribuíram para o time comandado pela ex-Bola de Ouro, Ada Hegerberg, a craque do Barcelona, Caroline Graham Hansen, e a ótima Guro Reiten, do Chelsea.
Após um boicote cobrando condições melhores da Federação Norueguesa ao time feminino, e de uma lesão séria que a deixou afastada dos gramados por 21 meses, Hegerberg voltou a defender a campeã europeia de 1987 e 1993 em uma grande competição. Perdeu algumas chances e muitas vezes optou pelo passe às companheiras em vez da finalização.
Apesar de goleada, a Irlanda do Norte pelo menos marcou seu primeiro gol em uma competição oficial ao descontar no começo da etapa final. O lado negativo foi cutucar a onça com vara curta e acordar uma seleção norueguesa que parecia ter entrado em modo de administração, mas voltou a apertar para construir a goleada.
Reiten abriu uma atuação fabulosa aos 10 minutos com um passe perfeito à esquerda, onde Julie Blakstad dominou e soltou um chute rasante de perna esquerda, no canto da goleira Jacqueline Burns. A pressão inicial seguiu. Frida Maanum bateu de fora da área, sem problemas para Burns. Na saída de bola, Chloe McCarron foi desarmada por Frida, Hegerberg ficou com a sobra e rolou para a companheira marcar o segundo.
A vencedora da primeira Bola de Ouro da história entregue a uma mulher teve duas ótimas chances de marcar, primeiro com uma cabeçada no contrapé de Burns, depois ao fim de uma jogada maravilhosa da Noruega, de pé em pé, até Reiten dar um último toque para trás. Hegerberg chegou batendo de primeira, com desvio. Na cobrança de escanteio, Nadene Caldwell deu uma cotovelada na bola, e Graham Hansen converteu o pênalti claro.
O 3 a 0 pareceu satisfazer a Noruega, que exigiu apenas mais uma defesa complicada de Burns, nos acréscimos da etapa inicial, com um chute colocado de Hansen de fora da área. Assim que o jogo foi retomado, porém, a Irlanda do Norte descontou. Meio por acaso, mas descontou. A bola ficou viva dentro da área, após cobrança de escanteio. Rachel Furness chutou tão mal que encontrou Julie Nelson no outro lado. A cabeçada foi salva por Guro Pettersen no outro lado da linha.
Mas não foi suficiente para dar esperança às norte-irlandesas. A Noruega precisou apertar apenas um pouquinho. Hegerberg ganhou uma dividida com Burns pela direita e cruzou rasteiro pra boca do gol. Reiten não alcançou por pouco antes do corte. Quatro minutos depois, aos nove, ela bateu falta de perna esquerda no canto direito. Burns, mal posicionada, demorou para pular e não alcançou.
Hegerberg quase deixou o seu. Quer dizer, chegou a deixar, mas foi anulado. Incontrolável, Reiten combinou com Hansen antes de entrar livre pela esquerda da área e rolar para a companheira empurrar às redes. Mas estava em posição de impedimento. O técnico Martin Sjogren começou a rodar o seu elenco, aproximadamente aos 20 minutos, e o ritmo norueguês finalmente diminuiu. De qualquer maneira, Burns teve que fazer mais uma defesa – uma das sete do jogo – para frustrar uma dessas substitutas, Karina Saevik, que bateu cruzado pela esquerda, com muita liberdade.
Finalista de duas das últimas quatro Eurocopas, e sem conseguir uma boa campanha na Copa do Mundo desde 2007, a Noruega começou muito bem a sua caminhada em solo inglês e agora se prepara para enfrentar as anfitriãs em Brighton na próxima segunda-feira.