Trivela
·02 de julho de 2022
Trivela
·02 de julho de 2022
Luuk de Jong chegou ao Barcelona como um negócio razoavelmente estranho. Sequer tinha espaço no Sevilla, mas os dirigentes blaugranas acharam que fazia sentido seu empréstimo em meio à crise do clube. Apesar das apostas de que o Barça pagaria um mico, o centroavante teve uma passagem digna pelo Camp Nou. Mostrou-se uma peça útil, mesmo sendo reserva, e marcou gols importantes na recuperação da equipe com Xavi. Não ficará para 2022/23, o que não impede que sua despedida tenha uma dose de respeito ao que ofereceu. Vai seguir seu caminho no PSV, clube no qual é ídolo. Os Boeren pagam €4 milhões pelo acerto com o Sevilla, em contrato assinado até junho de 2025.
A carreira de Luuk de Jong é marcada por altos e baixos, mas o PSV fica exatamente como o ápice de sua trajetória. Após estourar com a camisa do Twente logo após o título nacional dos alvirrubros, o centroavante não deu certo no Borussia Mönchengladbach e no Newcastle. O PSV reabriu as portas para ele na Eredivisie. Seriam cinco temporadas ótimas em Eindhoven. De Jong não se cansou de marcar gols e balançou as redes 112 vezes em 204 partidas, com 56 assistências. Três vezes superou os 20 gols por campanha na liga nacional, sendo três vezes campeão. Tem seu lugar na história do Estádio Philips.
A campanha mais avassaladora de De Jong aconteceu na Eredivisie de 2018/19, quando marcou 28 gols. Mesmo sem o título, terminou como artilheiro da competição. E ganhou uma nova oportunidade numa liga maior, ao assinar com o Sevilla. Entretanto, de novo teve dificuldades para se adaptar fora do país. Foram apenas 19 gols em 94 partidas, muito embora tenha se tornado herói na conquista da Liga Europa de 2019/20, com o gol da classificação na semifinal contra o Manchester United e mais dois na decisão contra a Internazionale. Nem isso impediu que o centroavante se tornasse um nome dispensável em 2021/22. O Barcelona quis.
A passagem de Luuk de Jong pelo Camp Nou não é nada de espetacular, longe disso. Mas também não merece a ridicularização sugerida no ato da assinatura. O centroavante podia não se encaixar exatamente no estilo do clube, mas manteve a sua utilidade quando necessário. Até parecia que seria dispensado por Xavi, enquanto na realidade contribuiu para a arrancada iniciada pelo treinador. Seu empréstimo não seria renovado, o que é compreensível, mas não significa menosprezo.
O Sevilla seguia sem contar com De Jong e o vislumbrado retorno para o PSV se tornou realidade. Os Boeren não gastam muito para repatriar um jogador de 31 anos, com enorme identificação com a torcida, que até capitão foi. Será uma liderança importante dentro do elenco agora comandado por Ruud van Nistelrooy, com quem pode se aprimorar no ofício. Após a saída de Eran Zahavi para o Maccabi Tel Aviv ao final de seu contrato, os Boeren engrossam as alternativas para o ataque, ao lado de Carlos Vinícius.
De Jong é o quinto reforço do PSV para a próxima temporada. O clube já tinha trazido sem custos os goleiros Walter Benítez e Boy Waterman, bem como o meia Xavi Simons, além de garantirem o empréstimo do lateral Ki-Jana Hoever. O centroavante chega com uma importância grande neste contexto, até por sua ligação anterior. Se retomar aquela fome de gols vista na primeira passagem pelo Estádio Philips, pode colocar os alvirrubros na rota por novos troféus.