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·31 de julho de 2024

Luz no fim do túnel: a classificação do Brasil de Arthur Elias

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Na cidade das luzes, a seleção brasileira de futebol feminino descobriu que existe mesmo uma saída no final do túnel. Após fazer uma campanha desastrosa na fase de grupos dos Jogos Olímpicos, a classificação para as quartas de final aconteceu, mas não por mérito da equipe canarinha. Para entender o cenário completo, precisaremos voltar um pouco no tempo, mais precisamente, no dia 23 de março.

Foi nesta data que a seleção brasileira conheceu suas adversárias da primeira fase da Olimpíada de Paris. Entre as equipes participantes, ficou claro que o grupo C, com Nigéria, Espanha e Japão era o cenário mais favorável para as brasileiras, uma vez que nos outros grupos, existiam França e Estados Unidos, carrascos da seleção. Restou para Arthur Elias encarar a melhor seleçã da África, da Ásia e a atual campeã mundial.


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A tarefa não era fácil, mas era possível. Com a Espanha despontando como favorita ao primeiro lugar do grupo e com a Nigéria sendo a equipe de menor tradição (historicamente), a segunda vaga seria entre Japão e Brasil, duelo em que a seleção perdeu, de virada, por 2x1. Antes, o Brasil venceu a Nigéria por 1x0 e depois, foi superada pela Espanha por 2x0 e precisou torcer para o destino resolver o rumo da equipe.

Abraço ao Canadá

Além disso, o regulamento dos Jogos Olímpicos prevê que as duas melhores seleções que estiverem em terceiro lugar, passem para às quartas de final. É sob essa luz, que a Seleção Brasileira de Futebol, caminhou em direção.

O primeiro agradecimento de Arthur Elias deveria ser para a técnica Bev Priestman, do Canadá, que resolveu espionar as adversárias. O ato de indisciplina rendeu uma punição em seis pontos para a seleção durante o torneio, no dia 27 de julho. Um dia antes da estreia contra a Nigéria, primeiro teste do treinador. Com isso, a seleção - que era uma das principais cotadas para assumir essas vagas remanescentes - deu espaço para que o Brasil pudesse entrar no seu lugar.

Ousadia e Alegria, Arthur Elias?

Esse é o estilo de jogo que o treinador propõe. Multicampeão pelo Corinthians, Arthur Elias sempre foi conhecido por cometer loucuras (conscientes) dentro de campo. Se antes incontestável, seu jeito de gerir começou a causar incômodo, principalmente, de quem acompanha a seleção brasileira. Desde os amistosos, a equipe ofensiva de Arthur Elias parecia não convencer totalmente, apesar de ter aplicado alguns placares elásticos, a performance, era que deixava dúvidas.

Nestes Jogos Olímpicos, o Brasil entrou em campo com escalações totalmente diferentes nas três partidas disputadas. Mas a que mais chamou atenção foi contra o Japão, quando em cinco minutos, a vitória virou revés. Os dois gols sofridos pelo Brasil, além de dolorosos, acenderam um alerta: a renovação da seleção brasileira, com 14 jogadoras estreantes e a mudança de comissão técnica, precisa de constância, aprender a fazer o básico e a real mentalidade vencedora.

Após a derrota, Arthur Elias disse uma frase que chamou a atenção. Para ele, é fundamental testar jogadoras.

“É muito importante numa fase de grupos a gente colocar as atletas para jogar, assim todas estão não só preparadas no nosso modelo de jogo, nas ideias, no plano de jogo, mas terem minutagem. É uma competição que significa muito para o futebol feminino brasileiro, para cada uma delas, então eu coloco para jogar e entendo que o trabalho é sempre preparar todas as atletas.”, afirmou o treinador ao site da CBF.

Ora, o tempo de fazer testes se esgotou antes da convocação para os Jogos Olímpicos. Desde que assumiu o clube, seus rodízios incluíram mais de 50 atletas até achar as 18 ideais. Se esse período não foi suficiente, todo o trabalho até a lista final é desconsiderado. Não é possível aceitar, de um treinador que preza por uma mentalidade vencedora, a ideia de que exista um rodízio no time principal para romper com as inseguranças de uma escalação perfeita.

Para a próxima fase, Arthur Elias precisa, acima de tudo, abrir mão, de forma parcial, dos seus conceitos. A fase de grupos foi repleta de erros e se não aprendermos com eles, o futuro da seleção brasileira, como um todo, pode ser um túnel, mas dessa vez, sem achar uma luz.

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