Maiúscula, a Inter saiu na frente do Bayern de Munique nas quartas da Champions League | OneFootball

Maiúscula, a Inter saiu na frente do Bayern de Munique nas quartas da Champions League | OneFootball

Icon: Calciopédia

Calciopédia

·09 de abril de 2025

Maiúscula, a Inter saiu na frente do Bayern de Munique nas quartas da Champions League

Imagem do artigo:Maiúscula, a Inter saiu na frente do Bayern de Munique nas quartas da Champions League

Um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar? Bem, o minuto 88 dos jogos entre Bayern de Munique e Inter pela Champions League, na Allianz Arena, mostrou que sim. Em 2011, Pandev anotou um golaço para consumar a reviravolta nerazzurra e colocar a equipe italiana entre as oito melhores da Europa. Já em 2025, foi a vez de Frattesi repetir a dose. Ao mesmo tempo em que afastou indefinições pelo empate recém-sofrido, o meia garantiu o triunfo maiúsculo da Beneamata, que venceu por 2 a 1 e saiu na frente dos alemães nas quartas de final da competição continental.

Este navegador não é compatível. Use um navegador diferente ou instale o aplicativo

video-poster

Tanto Bayern de Munique quanto Inter chegaram às quartas de final com desfalques. A equipe de Simone Inzaghi não tinha à disposição os alas titulares – Dumfries não estará apto para jogo nem mesmo na volta, enquanto Dimarco ficou no banco da Allianz Arena, com condições limitadas – e também não podia contar com Asllani, Taremi e Zielinski. Já o time de Vincent Kompany estava esfacelado, sem Neuer, Musiala (este, fora por dois meses), Davies, Pavlovic, Coman, Upamecano e Ito. Sem dúvidas, as ausências eram mais pesadas para os Roten.


Vídeos OneFootball


Isso, contudo, não intimidou os mandantes, que tentaram pressionar a Inter desde os minutos iniciais – o que transformaria Sommer, ex-Bayern, num dos grandes nomes da etapa inicial. Logo aos 7, Olise cortou para o meio e tentou chutar de canhota, mas seu disparo foi travado por Lautaro e passou perto da trave direita do goleiro suíço. Já na casa dos 14, os bávaros tentaram asfixiar a Inter com pressão alta e passes rápidos. O francês Olise voltou a ser acionado e levantou para Kane cabecear, parando na segura defesa do arqueiro nerazzurro.

Ainda tentando encontrar seus melhores ajustes dentro da partida, a Inter não conseguia concretizar as chances que criava e sofria com o ligado Olise. Aos 20, Guerreiro recebeu um passe em profundidade do francês dentro da área, bateu cruzado e obrigou Sommer a defender em dois tempos. Já na casa dos 26, um lançamento despretensioso de Urbig chegou até Sané e Bastoni tentou neutralizá-lo com um carrinho perfeito. Só que a bola cortada bateu em Pavard e caiu nos pés de Olise, que ficou livre e gerou pânico na zaga nerazzurra. O atacante deixou na boa para Kane, mas o centroavante tirou demais do arqueiro nerazzurro e acertou a trave.

Depois dessa fase inicial de sofrimento, em que resistiu e contou com muito sacrifício de jogadores de todos os setores para não ceder aos bávaros, a Inter se achou na partida. Aos 31 minutos, Bastoni recebeu passe de calcanhar de Barella, avançou com a bola no pé e deixou Carlos Augusto em ótimas condições. O brasileiro, porém, chutou na parte externa da rede. Em seguida, o meia italiano encontrou Lautaro no mano a mano com Kim, mas o sul-coreano levou a melhor, depois que o argentino perdeu o equilíbrio.

Imagem do artigo:Maiúscula, a Inter saiu na frente do Bayern de Munique nas quartas da Champions League

O capitão Lautaro teve uma noite de grande sacrifício tático e ainda marcou um golaço na Allianz Arena (Getty)

Na casa dos 38 minutos, o crescimento da Inter rendeu frutos – a bem da verdade, a equipe armou um senhor golaço. Numa jogada que começou com ligação direta de Sommer e se transformou numa aceleração com Carlos Augusto pela esquerda, após dobradinha com Bastoni, Thuram e Lautaro deram o toque de mágica. O francês recebeu o cruzamento do brasileiro e ajeitou de letra para o argentino arrematar de primeira e com uma trivela espetacular, que deixou Urbig vendido. Assim, El Toro se tornou o primeiro interista a marcar pelo menos sete vezes numa edição de Champions League desde Eto’o, em 2010-11.

O golaço tranquilizou a Inter, que se manteve intransponível antes do intervalo e ainda voltou melhor do descanso do que os adversários. A equipe italiana encadeou algumas jogadas perigosas, mas só conseguiu finalizar numa delas, aos 56 minutos, quando Urbig rebateu um chute de Lautaro. O Bayern de Munique tentou responder pouco depois, respectivamente na casa dos 62 e 64: Laimer levantou bem e, na risca da pequena área, Stanisic cabeceou para fora; depois, Guerreiro aproveitou um corte de cruzamento, dominou no peito e bateu forte, tirando tinta do travessão.

Ao contrário do que fez em outras ocasiões, Inzaghi optou por não mexer no time entre os 65 e 75 minutos – em tempos recentes, substituições diminuíram o grau de competitividade da Inter e fizeram com que a equipe passasse por apuros. A primeira mexida ocorreu justamente aos 75, quando Mkhitaryan, amarelado, deu lugar a Frattesi. Aos 79, Darmian sentiu cãibras e foi rendido por Bisseck. E aí, tal qual em diversas outras ocasiões, desde o primeiro jogo da campanha 2024-25, contra o Genoa, os nerazzurri passaram a sofrer com solavancos defensivos.

Improvisado na ala direita, Bisseck entrou em campo muito desatento, errando posicionamentos frequentemente e dando espaços para Laimer, que aproveitou para disseminar o pânico na defesa nerazzurra. Numa das oportunidades em que a liberdade foi concedida pelo alemão ao austríaco, um cruzamento chegou na medida para Müller, que se fingiu de morto e foi esquecido por Bastoni, num raro erro do italiano. O veterano só teve o trabalho de empurrar para as redes e deixou tudo igual, aos 85 minutos.

Tinhosa, porém, a Inter não se permitiu sucumbir a lamentações e preferiu buscar a vitória que parecia muito próxima até a atípica desatenção defensiva. Assim, voltou a ter vantagem de forma quase imediata, numa transição fenomenal, aos 88 minutos, explorando a velocidade nas costas de Boey.

Imagem do artigo:Maiúscula, a Inter saiu na frente do Bayern de Munique nas quartas da Champions League

Se valendo de seu invejável faro de gol, Frattesi recebeu mais um passe decisivo de Carlos Augusto e decretou a vitória nerazzurra (Arquivo/Inter)

Assim como no primeiro gol, a jogada que terminou no barbante bávaro começou com Sommer e teve uma boa troca de passes. Espertíssimo, Barella tabelou com Lautaro e já observou Carlos Augusto arrancando como um trem pelo lado esquerdo: de bate-pronto, o camisa 23 coroou sua dominante atuação ao acionar o brasileiro, que soltou uma bomba para o meio, no intuito de que Frattesi só escorasse para a rede. Com o tento decisivo, o meia conhecido por sua grande capacidade de atacar a área adversária pode explodir após um momento complicado: nos últimos dias, sofreu com a doença e o falecimento de sua avó, de quem era muito próximo.

O Bayern de Munique até tentou imprimir nova carga em busca do empate, mas os jogadores da Inter, que já vinham se sacrificando defensivamente, protegeram o resultado e obrigaram os alemães a lidarem com sua primeira derrota em casa pela Champions League em cerca de quatro anos – eram 22 jogos de invencibilidade, com 17 triunfos e cinco empates. A propósito, a última equipe italiana a bater os Roten na Alemanha havia sido exatamente a Inter, em 2011. Sim, com aquele gol de Pandev, anteriormente citado. Desde então, sete derrotas seguidas para times da Bota, sempre com pelo menos dois gols sofridos.

Com a enorme e sofrida vitória na Allianz Arena, a Inter ganha fôlego num momento crítico da temporada, em que segue viva nas três frentes em que disputa taças, mas parece sofrer com problemas físicos que geram um rendimento menos satisfatório. O próprio Inzaghi também pode reafirmar suas convicções, já que os gols que garantiram o triunfo são exemplos evidentes de sua filosofia futebolística.

Na Alemanha, os nerazzurri mostraram que podem, sim, competir num patamar mais elevado e que podem conquistar o principal título do continente seguindo os preceitos de seu treinador. Isso também pode servir de combustível para uma maior imposição na Serie A, competição em que tem o elenco mais completo e, mesmo assim, ainda não foi capaz de abrir uma maior vantagem sobre o Napoli – no sábado, aliás, encara o modesto Cagliari e nem sonha em tropeçar. Na Champions League, entretanto, o confronto com o Bayern de Munique segue aberto. Até porque, em San Siro, a Beneamata jamais venceu os Roten. Pior, foi derrotada nas quatro vezes em que recebeu os Roten. A Inter derrubará este tabu?

Saiba mais sobre o veículo