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Fogo Na Rede
·17 de fevereiro de 2025
Marcelo Barreto avalia estaduais e planejamento do Botafogo: ‘Há riscos de acreditar que o que aconteceu com Artur Jorge é regra, não a exceção’
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Fogo Na Rede
·17 de fevereiro de 2025
Apresentador do “Redação SporTV”, Marcelo Barreto dedicou a coluna dele no jornal “O Globo” deste domingo, 16, para avaliar a existência do Campeonato Carioca, debate cada vez mais efervescente entre torcedores e profissionais da imprensa esportiva.
— Não sou um grande fã da expressão “novo normal”, que me passa a impressão de ter surgido para fazer a gente aceitar sem reclamar o que mudou para pior. Mas tenho que admitir que o que defendi ao longo desta semana, em minha volta à “Redação SporTV”, talvez seja algo parecido: será que não está na hora de normalizar a avaliação que vocês da imprensa e da torcida fazem das atuações ruins dos times grandes nos Estaduais? Especialmente nesta temporada, com o calendário ainda mais espremido pelo Mundial de Clubes, que se esticará agora até fins de julho e desfalcará reservas e sub-20, escalações que já estão em evolução aparente. Mas, com a primeira competição já rolando, não tem sido comum tratar a pré-temporada com jogos oficiais, não seria justamente esse o momento de experimentar? – iniciou.
Em meio ao debate proposto no texto, Barreto destacou o planejamento do Botafogo desde que mudou o modelo para SAF. Desde então, com o aval de John Textor, o Glorioso não utiliza força máxima na competição. Assim, nas últimas duas edições, 2023 e 2024, ficou fora das semifinais da competição e conquistou o título da Taça Rio — prêmio de consolação do Estadual aos times que terminam a primeira fase entre a 5ª e a 8ª colocação.
— Hoje, os torcedores do Botafogo fazem piada com a expressão “rumo ao tri da Taça Rio”. Há quem diga que toda brincadeira tem um fundo de verdade, e por trás dessa está a sensação de que não ter disputado as semifinais do Estadual nas últimas duas temporadas ajudou na formação do elenco campeão do Brasileiro e da Libertadores. E realmente parece ser um caminho do meio: longe do vexame de ser rebaixado, o time se mantém em atividade até o fim contra adversários mais fracos, evitando o desgaste dos clássicos decisivos. Há riscos, claro, como o de passar a acreditar que esperar até abril para contratar um treinador, a exemplo do que aconteceu com Artur Jorge, é a regra, e não a exceção — e substituir o interino durante o processo não melhora essa impressão – destacou.