Mark Delgado e o anel que dividiu Los Angeles: Como o Galaxy venceu o jogo das narrativas durante o El Trafico | OneFootball

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Território MLS

·19 de maio de 2025

Mark Delgado e o anel que dividiu Los Angeles: Como o Galaxy venceu o jogo das narrativas durante o El Trafico

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Mark Delgado não buscava polêmica durante o El Trafico – jogo entre as duas equipes de Los Angeles. Mas em rivalidades intensas, cada símbolo importa—e um anel de campeão acabou sendo a faísca que reacendeu a chama entre LAFC e LA Galaxy, duas equipes divididas pelas lentas estradas da cidade. Desta vez, a batalha aconteceu nas redes sociais tambem, não apenas no gramado.


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O meio-campista Marky Delgado, atualmente peça fundamental no elenco do LAFC, foi homenageado por seu antigo clube justamente um dia antes do seu primeiro El Tráfico com a nova camisa no Dignity Health Sports Park. Delgado ajudou o Galaxy a conquistar a MLS Cup de 2024, o que lhe garantiu direito a um anel comemorativo. No entanto, o timing e a divulgação do gesto geraram uma reação inesperada.

“Claramente o que me disseram não foi cumprido… Eu não fiquei feliz com a situação”, revelou Delgado após a partida, frustrado por algo que deveria ser uma homenagem discreta e privada ter se tornado um viral público.

Um jogador, um anel e uma rivalidade

Delgado, 29 anos, deixou o Galaxy no início da temporada devido a limitações no teto salarial e redução de minutos sob comando de Greg Vanney. Optou por permanecer em Los Angeles, atravessando a rivalidade ao se juntar ao LAFC em uma transferência pouco usual, aumentando ainda mais as expectativas.

Desde então, tem se tornado uma peça versátil e essencial para o técnico Steve Cherundolo, demonstrando sua experiência e capacidade em momentos decisivos. Contra seu ex-clube, Delgado ainda deu a assistência para o gol de empate do LAFC, reforçando sua relevância.

Nada disso importou quando o Galaxy usou seus canais oficiais para promover a entrega do anel—apenas 24 horas antes do clássico.

Redes sociais e a batalha psicológica

Veteranos como Dax McCarty rapidamente criticaram a atitude do Galaxy: “LA Galaxy, o que vocês estão fazendo? Vocês sabiam exatamente o impacto disso.”

Bradley Wright-Phillips, ex-astro do LAFC, também comentou, sugerindo que as imagens de Delgado emocionado e sendo ovacionado pelos torcedores do Galaxy “não deveriam ser a última imagem” antes de um confronto direto.

A reação entre os torcedores do LAFC foi imediata. Para uma torcida orgulhosa de sua identidade e que frequentemente provoca os rivais chamando-os de “levas” (referência àqueles que trocaram o Galaxy pelo LAFC), ver um dos seus demonstrando afeição pública ao rival gerou desconforto.

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Marky Delgado pelo LA Galaxy em 2022 (LA Galaxy / X)

Estratégia e psicologia no El Tráfico

A questão transcendeu as emoções; foi uma jogada estratégica. O Galaxy, sem vitórias naquele momento, realizou um movimento ousado no tabuleiro psicológico da rivalidade mais intensa da MLS. Orquestrado ou oportuno, o impacto foi claro: o LAFC perdeu dois pontos em um empate por 2 a 2, após estar vencendo até os momentos finais.

Na dinâmica das rivalidades da MLS, a tática foi impecável—utilizar símbolos, gatilhos emocionais e narrativas de torcida para desestabilizar o adversário. Funcionou.

Delgado no fogo cruzado

Preso entre a lealdade profissional e a emoção pessoal, Delgado acabou como um peão numa batalha mais ampla pelo domínio do futebol em Los Angeles. Ele deixou o Galaxy por razões práticas, mas ainda se viu emocionalmente conectado ao clube.

Para os torcedores do LAFC, ficou claro que no futebol moderno, a identidade é fluida. Jogadores se movimentam por motivos financeiros, oportunidades e ajustes táticos. Mas os fãs nem sempre seguem essa lógica—especialmente numa rivalidade construída sob a narrativa do “nós contra eles.”

Em uma liga cada vez mais movida por narrativas digitais e engajamento nas redes sociais, o El Tráfico não é apenas sobre táticas e talento. É sobre quem controla melhor a história. Esta semana, o Galaxy levou a melhor.

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