Jogada10
·19 de março de 2025
Morte de Maradona: testemunha relata ‘corpo prestes a explodir’ e detalha movimentação no local

Jogada10
·19 de março de 2025
O subcomissário da polícia de Buenos Aires, Lucas Farías, se referiu em depoimento ao corpo de Diego Armando Maradona como o de alguém “prestes a explodir”. Testemunha na audiência mais recente do julgamento da morte do ídolo argentino, ele foi o primeiro agente fardado a entrar na casa no bairro privado de San Andrés, em Tigres, na data do óbito.
“O abdômen estava muito inchado, prestes a explodir”, recordou durante o depoimento. À época, a testemunha ocupava o posto de oficial superior e estava responsável pela delegacia de Villa La Ñata. O agente se deslocou ao bairro de San Andrés ao receber um aviso sobre uma possível atribulação na residência em que Diego passou seus últimos dias.
Farías chegou à residência cerca de uma hora e 20 minutos após a morte de Diego Armando e se deparou com sete ambulâncias na entrada da propriedade. O ídolo estava sob monitoramento em uma residência alugada no lote 45 do conjunto habitacional Villanueva, num condomínio fechado.
Ainda em depoimento, o policial recordou que ninguém do lado de fora o respondeu sobre o que teria ocorrido com o ex-jogador: “pergunte na casa”. Julio Coria, membro da equipe de segurança de Diego, ficou responsável por noticiá-lo sobre a morte, seguido de um atestado de óbito apresentado por um dos médicos presentes no local.
Armando Farías entrou na residência logo após o contato com Julio Coria e encontrou Claudia Villafañe, mãe das filhas do ex-jogador, ao telefone na cozinha. Ela, então, o questionou sobre quem havia chamado a polícia até o local. Segundo relato do agora vice-comissário, a imagem da residência nunca saiu de sua mente.
Farías contou que o “quarto” de Diego se separava da cozinha apenas por uma porta de correr: “Espiei no quarto e vi algo proeminente na cama. Estava coberto [o corpo de Maradona]. Fiquei extremamente surpreso de vê-lo daquele jeito”, recordou à beira da comoção. Um vídeo do cômodo foi exibido no julgamento e refletia ao descrito pela testemunha em seu depoimento.
Advogado se referiu à residência como pocilga – Foto: Reprodução
“Fiquei impressionado com a posição cadavérica, o abdômen muito inchado, prestes a explodir. Fiquei surpreso ao ver Maradona daquele jeito. Nunca pensei que veria essa imagem”, respondeu aos promotores adjuntos de San Isidro.
A versão de Farías também reflete a do Comissário-Chefe Borge, chefe da Superintendência de Segurança da Região I da AMBA Norte. “Eu o vi morto. Ele estava coberto por um lençol branco, como se estivesse dormindo. Sua barriga estava muito inchada. Ele estava vestindo uma camiseta preta e shorts do Gimnasia y Esgrima La Plata”, descreveu.
O polêmico registro do corpo de Diego Armando foi mostrado justamente em meio ao depoimento de Borge, corroborando com as duas versões das testemunhas. Ele aparecia deitado na cama, descrita pelo agente como “colchão comum”, e coberto por um lençol branco, completamente inchado.
“Havia um desfibrilador?”, o questionaram. “Não, nenhum”, respondeu Borge.
Dois dos acusados, o neurocirurgião Leopoldo Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov, não participaram do julgamento, na última terça-feira (18). Isso porque os réus contribuíram com seus relatos nas duas sessões anteriores e, então, não se fizeram presente novamente. Já as três filhas de Maradona, Dalma, Gianinna e Jana, também testemunharam junto aos policiais.
Sete integrantes da equipe médica que cuidava do ex-craque sofrem acusações de “homicídio simples com dolo eventual”. No caso, eles respondem por optarem por realizar atos criminosos mesmo tendo ciência das consequências fatais de suas práticas. Ainda haverá um julgamento separado de uma oitava suspeita. Em caso de condenação, as sanções podem variar entre oito a 25 anos de prisão.
Estão em julgamento o neurocirurgião Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Diaz, a coordenadora médica Nancy Forlini, o coordenador de enfermagem Mariano Perroni, o médico Pedro Pablo Di Spagna e, por fim, o enfermeiro Ricardo Almiro.