AVANTE MEU TRICOLOR
·11 de março de 2025
NA MÃO GRANDE: Com pênalti inexistente e VAR dormindo, São Paulo perde para o Palmeiras e está eliminado do Paulistão

AVANTE MEU TRICOLOR
·11 de março de 2025
Grande surpresa na escalação, Luciano disputa bola em lance do jogo (Rebeca Reis/Agência Paulistão)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
O São Paulo está eliminado do Campeonato Paulista.
Na noite desta segunda-feira (10), um valente e aguerrido Tricolor mostrou disciplina tática, comprometimento e astúcia, mas perdeu por 1 a 0 para o Palmeiras, na arena verde, e se despediu no jogo único da semifinal.
O herói da classificação rival tem nome e sobrenome: o árbitro Flávio Rodrigues de Souza.
Em uma noite infeliz, ele errou no lance mais capital do jogo, no final do primeiro tempo, quando após uma lambança generalizada do trio Ferraresi, Arboleda e Rafael, o estreante Vitor Roque caiu em disputa de bola com o equatoriano. Não foi nada, mas Souza achou bem agradar os mandantes. Sem consultar o VAR. Ou sequer sem ter sido chamado por ele.
Erro doído e fatal em uma noite onde o contestado Luis Zubeldía pareceu, enfim, ter amplo domínio tático do jogo neste Estadual. De novo escalou o sistema com três zagueiros, mas com a novidade da entrada de Luciano, recuando um pouco Oscar para jogar ao lado de Alisson, único volante da noite.
Deu certo, apesar da escassez de grandes oportunidades (isso também pelo lado verde, que pareceu ter sido surpreendido).
Durante boa parte do jogo, apesar do número de finalizações ter sido maior dos palmeirenses, o São Paulo dominou as ações. No segundo tempo, por exemplo, algumas boas chances. Mas Calleri errou a testada na principal delas.
Apesar da falha bisonha, Rafael não pareceu ter sentido o impacto e também salvou o Tricolor na melhor chance criada pelo rival na etapa final.
O Tricolor volta a ser eliminado em um mata-mata pelo time verde após três anos, desde que perdeu a final do mesmo Estadual para eles, em 2022.
De fora da decisão do Paulistão, o São Paulo agora mira as competições que têm pela frente. Dia 30 (domingo), estreia no Campeonato Brasileiro ante o Sport, às 16h (de Brasília), no Morumbi.
Com a surpreendente escalação enviada a campo, o São Paulo parece ter surpreendido o rival verde e começou o clássico de maneira melhor, apesar da intensidade das duas equipes.
O domínio se dava principalmente pelo meio-campo, onde o Palmeiras, concentrando sua marcação nos lados do campo, deixava o setor despovoado e com amplo espaço para Lucas, atuando de maneira centralizada, poder fazer a articulação.
Mesmo assim, faltava capricho para o Tricolor poder furar a linha palmeirense e penetrar o último setor para tentar algo mais concreto. Tanto que o único lance de algum suspiro veio aos 12, quando Oscar cobrou uma falta da intermediária, Calleri escorou de cabeça para o centro, mas a zaga adversária conseguiu tirar.
Lógico que era pouco. Mas do outro lado o adversário também não conseguia articular. Surpreendido pela tática são-paulina de usar seus zagueiros extremos para sair jogando, com os laterais fechando a marcação, o time verde se complicava na tentativa de construir algo pelas pontas, seu ponto forte.
O cenário só foi mudar no decorrer da etapa inicial, quando Abel Ferreira enfim adiantou seus volantes e passou a preencher mais o vácuo do meio-campo, atrapalhando um pouco a proposta de jogo tricolor e conseguindo, ao menos espaço, para os arremates de longe.
Foi assim aos 23, quando Vanderlan recebeu da entrada da área e chutou, para Rafael espalmar. Sete minutos depois, foi a vez de Estêvão costurar na ponta-direita, passar pela marcação e finalizar por cima do gol.
A partir daí, decidido a não correr risco, o time de Zubeldía decidiu manter a posse de bola e não se arriscar a deixar espaços para o Palmeiras jogar. E virou um domínio verde, mas lá grande objetividade.
Até que aos 43 veio o lance capital. Em uma lambança generalizada, Ferraresi, Arboleda e Rafael erraram na saída de uma bola, mas a arbitragem viu pênalti do equatoriano em cima de Vitor Roque, sumido até então, que caiu na disputa de jogada com o são-paulino. As imagens mostram, no mínimo, um lance duvidoso. Mas inexplicavelmente o VAR não foi consultado ou apontou algo. Na cobrança, Raphael Veiga colocou o mandante à frente do marcador.
Apesar do show de erros, o São Paulo mostrou de certa forma que não se abateu. E aos 49, no último lance do primeiro tempo, após cruzamento à área, o Tricolor teve sua melhor chance até então: Ferraresi desviou cruzamento à área e Calleri, livre de marcação, cabeceou para fora, rente à trave direita de Weverton.
Na volta do intervalo, o cenário foi o mesmo. Muito bem postado taticamente, o São Paulo seguia anulando as investidas palmeirenses e conseguindo construir quando apareciam os espaços deixados pelo adversário.
Aos 13, por exemplo, minutos depois de Oscar bater uma falta com perigo, foi a vez de Calleri ter outra boa oportunidade, se antecipando à marcação e desviando de cabeça no veneno um cruzamento de Enzo Díaz, de novo rente à trave.
O lance foi o estopim para uma mudança de panorama em campo. Zubeldía abriu mão dos três zagueiros, colocou Ferreirinha em campo e partiu para uma postura mais ofensiva, aproveitando que o adversário estagnou em seu campo e não dava sinais de que correria riscos com a vantagem no placar.
Evidente que com cenário o São Paulo passou a atuar de forma mais incisiva no seu campo de ataque, mas isso significava também dar os espaços esperados para o Palmeiras tentar aproveitar os contra-ataques. E foi nesse contexto que o rival teve uma de suas chances mais claras. Aos 21, Vitor Roque fez boa jogada e deixou Facundo Torres na cara do gol, mas Rafael saiu bem do gol e salvou o que parecia ser o segundo gol certo deles.
A chance clara perdida pelos mandantes parece ter ligado o alerta no São Paulo, que fez mais alterações e desistiu de se lançar tanto ao ataque, privilegiando o toque de bola estratégico na tentativa de abrir a marcação palmeirense. Deixou o jogo mais pragmático e eles um pouco melhores em campo, com oportunidades mais claras. Como aos 40, quando Felipe Anderson e Estêvão desperdiçaram um contra-ataque que parecia chance clara de gol, selando uma partida equiparada, disputada, decidida em um erro crucial e grotesco de arbitragem.
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