Sambafoot
·08 de agosto de 2022
Sambafoot
·08 de agosto de 2022
Ser vegano significa não consumir nada de origem animal. E não só na alimentação: também no vestuário e nos produtos de beleza. Esse estilo de vida se torna cada vez mais comum na sociedade e, agora, também quebrou as barreiras do futebol.
O Forest Green Rovers, time da terceira divisão do Campeonato Inglês, foi o pioneiro nesse sentido e é o primeiro clube de futebol do planeta a adotar medidas veganas no seu dia a dia. E, agora, um clube brasileiro tomou a mesma providência.
O Clube Laguna, do Rio Grande do Norte, é o primeiro clube do Brasil – e o segundo do mundo – a se tornar vegano. Mas, o que isso quer dizer? Os jogadores são proibidos de consumirem produtos de origem animal?
A resposta é: não! Os atletas do Laguna, assim como todos os outros funcionários, não precisam se tornar veganos para trabalharem no clube. O time potiguar simplesmente não oferecerá nenhum produto de origem animal no dia a dia da equipe.
Tanto as refeições, como os cafés da manhã e almoços, não terão, por exemplo, carnes de qualquer tipo, ovos, laticínios, mel e gelatina. Tecidos não veganos, como feitos de couro, lã, seda, cetim e pele estão proibidos nos uniformes da equipe.
O Laguna é a primeira Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Rio Grande do Norte e dá os seus primeiros passos como equipe profissional, já que foi fundado em abril. O clube vai disputar a segunda divisão do Campeonato Potiguar, que tem previsão para iniciar em setembro.
Gustavo Narbinger, de apenas 38 anos, é ex-jogador e técnico profissional e foi um dos fundadores do Clube Laguna. Ele quer, além das medidas veganas, montar um gramado 100% orgânico em um local ainda não determinado para a equipe mandar os seus jogos.
“Abrimos a empresa em abril desse ano, e será a primeira SAF do Rio Grande do Norte. Vamos jogar a Segunda Divisão estadual agora no segundo semestre, mas queremos estar na Série A do Brasileirão em até dez anos”, disse o dirigente, em entrevista recente para o portal UOL.
Gustavo é vegetariano desde 2003 e vegano desde 2019 e quando iniciou o projeto do Clube Laguna, disse não ter tido nenhum tipo de discussão ou discordância por parte dos outros dois sócios em relação à ideia de o clube ser vegano.
“Não entrou em pauta a opção de o clube não ser vegano. E o nosso posicionamento não é de ser radical. Somos um time com valores de futebol muito claros, e além disso somos veganos. Não queremos impor nada”, completou.
De acordo com a “The Vegan Society”, ou “A Sociedade Vegana” em português, o veganismo é “uma filosofia e estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra animais na alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade”.
Esse grupo é apontado como o responsável por ter criado o termo “veganismo”, na Inglaterra, em 1944.
O primeiro clube profissional a adotar o veganismo no seu dia a dia foi o Forest Green Rovers, que está na terceira divisão do Campeonato Inglês. O time está localizado na cidade de Nailsworth, no condado de Gloucester – região sudoeste da Inglaterra.
O time foi fundado em 16 de abril de 1889 e tem, como a sua maior conquista, o título da quarta divisão inglesa na temporada 2021-2022. Sob a presidência de Dale Vince, o clube buscou fazer inúmeras inovações ecológicas e se tornou vegano em 2015.