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·06 de fevereiro de 2025

O Flamengo de Filipe Luís quer fazer a gente feliz

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Somos um país de trabalhadores. Ainda que existam bilionários e herdeiros e golpistas e descendentes da família real portuguesa, a maior parte de nós passa a maior parte do dia, de uma maneira ou de outra, trabalhando pra sobreviver. Tem gente carregando caixa, tem gente dirigindo caminhão, tem gente digitando relatório e tem gente cuidando de criança, e cada pessoa está lidando com o bom e o ruim do seu trabalho.

Tem o dia mais quente que cansa mais o corpo, tem a reunião que poderia ser um email, tem a professora que precisa dar aula em três escolas diferentes. Sem jamais comparar esforços ou dificuldades, a questão é que todo trabalhador ou trabalhadora, depois de um dia cansativo, não quer nada além de repouso, paz, quem sabe uma diversão, uma alegria, pra compensar o cansaço de tudo que passou até chegar em casa.


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E sendo o Flamengo não apenas o time com maior representação na população brasileira, mas também uma equipe com profunda presença nas classes sociais de menor renda, o desempenho da equipe rubro-negra exerce sim, em algum grau, uma influência nos níveis de alegria e satisfação pessoal de milhões de trabalhadores. Um Flamengo que joga bem pode ser a alegria que um trabalhador precisa, mas um jogo horrendo da equipe rubro-negra pode sim ser a gota d’agua que faltava pra trabalhadora atirar a televisão pela janela.

Nesse sentido, o que Filipe Luís tem feito no comando da equipe da Gávea é um processo de resgate esportivo, mas também uma ação de saúde pública. Porque com o novo treinador, seja na reta final de 2024, seja no começo de 2025, assistir o Flamengo deixou de ser mais uma caixa pra carregar, mais um email pra responder, mais uma reunião de leitura de Powerpoint como se você não fosse alfabetizado, pra voltar a ser o que sempre deveria ter sido: uma alegria, um momento gostoso, um bálsamo de satisfação pra um trabalhador exausto.

Vitórias como a desta quarta-feira, diante da Portuguesa, podem não significar muita coisa do ponto de vista esportivo - como tende a acontecer com todos os jogos do Campeonato Estadual - mas tem o valor simbólico de lembrar o que esse time precisa representar pra vida da sua torcida: prazer, como o próprio hino diz. Flamengo não existe pra ser tristeza, tensão, ranger de dentes. Flamengo existe pra ser satisfação, alegria, um atacante dizendo que sua comemoração é um “V” por conta do nome da esposa e grande parte da torcida dizendo “não, cara, isso é uma vagina que tu tá fazendo com as mãos, não mete essa, safado”.

Flamengo é o Arrasca dando passe humilhante e fazendo gol de cavadinha, é a onipresença do Luiz Araújo, é o moleque Wallace Yan ser vice-artilheiro do Carioca quando os sites nem tem foto dele ainda pra usar nos gráficos, aí fica aquele bonequinho cinza misterioso. Negar ao torcedor esse tipo de alegria, como faziam os Tites e Vitor Pereiras da vida não é apenas incompetência, mas também uma crueldade com cada um de nós pra quem esse time representa muitas vezes o conforto e alegria que o dia não ofereceu.

Como disse certa vez Eliezer Rosa, “quando o Flamengo ganha, há mais amor nos morros, mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas, a vida canta, os ânimos se roboram, o homem trabalha mais e melhor, os filhos ganham presentes. Há beijos nas praças e nos jardins, porque a alma está em paz, está feliz. O Flamengo não pode perder, não deve perder. Sua derrota frustra, entristece, humilha e abate. A saúde, a higiene nacional exigem que o Flamengo vença, para o bem de todos, para a felicidade geral, para o bem-estar nacional.” Obrigado Filipinho por entender isso.

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