Trivela
·13 de julho de 2022
Trivela
·13 de julho de 2022
Quando o Junior de Barranquilla vendeu Miguel Borja para o River Plate, já tinha engatilhado a contratação de um substituto. E o anúncio aconteceu na noite desta terça-feira, para empolgar a torcida tricolor. Os Tiburones buscam um antigo ídolo na Europa: o centroavante Carlos Bacca, formado no próprio clube. O veterano retorna ao Caribe depois de 10 temporadas por clubes europeus, em seis delas superando os dois dígitos em gols marcados. Aos 35 anos, ainda carrega uma aura que pode valer bastante ao Junior, embora seu rendimento tenha caído nos últimos tempos.
Bacca nasceu na região metropolitana de Barranquilla e começou a carreira na base do Junior. Entretanto, o atacante demorou a se firmar com os Tiburones. Passou por empréstimos ao vizinho Barranquilla FC, na segunda divisão, e ao Minervén, no Campeonato Venezuelano. Essas experiências foram importantes para que o centroavante amadurecesse e chegasse para brilhar no time principal do Junior a partir de 2009, com a venda de Teo Gutiérrez. Bacca foi bicampeão nacional com o Junior e em ambas as oportunidades terminou como artilheiro da liga. Estava pronto para buscar novos desafios e, em janeiro de 2012, foi vendido ao Club Brugge por €1,5 milhão.
Bacca passou uma temporada e meia com o Club Brugge. Teve um desempenho arrasador em 2012/13, tornando-se artilheiro do Campeonato Belga com 25 gols. O Sevilla então pagou €10 milhões em sua contratação. O colombiano viveu seu auge na Andaluzia. Foram duas ótimas temporadas, com 49 gols marcados em 108 aparições. Conquistou duas vezes a Liga Europa, com papel destaque nas campanhas. Isso até que o Milan resolvesse pagar €33 milhões em sua transferência. Entretanto, em tempos difíceis dos rossoneri, Bacca não providenciou a força necessária. Não foi mal, com 34 gols em 77 partidas, mas não era o protagonista necessário para as ambições e não agradava pela falta de combatividade.
Em 2017/18, Bacca saiu emprestado para o Villarreal. Foi bem na temporada, com 15 gols por La Liga, o que valeu a compra definitiva e a presença na segunda Copa do Mundo de sua carreira. Contudo, as temporadas seguintes marcaram seu declínio. Não passou dos 10 gols em mais nenhum dos três anos com o Submarino Amarelo. Usado como reserva, inclusive na conquista da Liga Europa em 2020/21, saiu de graça rumo ao Granada na temporada passada. Decepcionou, sem um gol sequer para tentar livrar os andaluzes do rebaixamento. Diante da mudança de patamar dos Nazaríes, sua venda era mais que compreensível. Havia chegado a hora de retornar à Colômbia e ao Junior.
A dimensão de Carlos Bacca ao futebol colombiano é considerável. O centroavante possui uma carreira consolidada, na liga nacional e na Europa. Em importância, está apenas abaixo de Radamel Falcao García entre os grandes centroavantes do país na última década, num patamar parecido ao de Jackson Martínez e Téo Gutiérrez. Seus números pelos Cafeteros acabam mais limitados pela concorrência, com 52 partidas e 16 gols. Entretanto, o que fez também por clubes garante seu espaço na história.
O retorno ao Junior servirá para consolidar essa idolatria de Bacca. É difícil dizer se o centroavante terá um rendimento alto, pela queda abrupta nos últimos anos, mas faro de gol nunca faltou. Não é que o time vá sentir tanta falta de Borja, que por lá correspondeu bem. Considerando a importância dos Tiburones dentro do Campeonato Colombiano durante os últimos anos, não seria surpreendente se uma nova taça terminasse de coroar a história do veterano.