oGol.com.br
·27 de setembro de 2024
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Na última semana, o Peñarol jogou por uma bola contra o Flamengo no Maracanã e, sem sofrer muito defensivamente, venceu, levando uma senhora vantagem para casa. Nesta quinta-feira, o time carbonero precisava de apenas um empate para avançar e soube desde o início a estratégia necessária para alcançar a classificação.
Com um sistema defensivo sólido, capitaneado pelo bom zagueiro Méndez e pela segurança do goleirão Aguerre, o time de Diego Aguirre entrou em campo no Campeón del Siglo com a certeza de que se desse a bola para o Flamengo e esperasse na defesa, pouca coisa aconteceria. E, de fato, nada aconteceu.
Mesmo com a atmosfera pulsante do Campeón del Siglo, o Flamengo foi o responsável por propor o jogo nos primeiros 45 minutos. Apesar de haver mérito do Rubro-Negro no controle das ações, o "sofrimento" sem a posse foi uma escolha carbonera, um risco calculado dos mandantes.
Sem pressionar a construção rubro-negra, o time de Diego Aguirre baixou as linhas e assistiu o Fla circular a bola de um lado para o lado na maior parte do tempo. O resultado disso foi uma posse de bola alta dos brasileiros, que não foi traduzida em grandes oportunidades. Faltou profundidade nas ações ofensivas dos cariocas.
Ora caindo pela esquerda, ora pelo centro, Bruno Henrique sofreu para ser a referência que normalmente Pedro (lesionado) costuma ser e trocou momentos em que deveria ser a flecha para ser o arco... Resultado? Não apareceu ninguém para completar as jogadas.
Aberto pela direita, o equatoriano Gonzalo Plata bem que tentou preencher essa lacuna aparecendo como surpresa no meio, mas deixou claro que não possui o cacoete de um grande centroavante/finalizador.
Tite ainda tinha mais 45 minutos para provar que era possível fazer o time ser agressivo e incisivo, especialmente no último terço. Não à toa, o comandante rubro-negro mudou um pouco o protocolo do que costuma fazer e logo nos instantes iniciais mandou a campo a dupla Wesley e Gabigol.
O objetivo parecia claro: dar mais profundidade pelos lados e criar uma referência na área para finalizar as jogadas. A teoria, entretanto, mais uma vez levou um golpe duro da realidade na prática... a armadilha do Peñarol, assim como no jogo do Maracanã, já estava preparada.
O time uruguaio congestionou a entrada de sua área e obrigou o Fla a ir atrás de seu repertório ofensivo para buscar espaços. Aproximações entre os homens de meio, triangulações, viradas rápidas de lado? Poderiam ser opções, mas não se fazem presente no "catálogo" de ações da equipe. Não nesta temporada.
Ao invés disso, o time de Tite ofereceu "chuveirinhos descalibrados" e muita imprecisão nos passes, especialmente nos pés da dupla Arrascaeta e De La Cruz. Além da pobreza ofensiva, chamou a atenção a falta de ousadia do ataque para concluir as jogadas em gol. Com mais de 70% de posse em todo o jogo, o Fla finalizou apenas 13 vezes, sendo duas na direção do gol, fazendo de Aguerre um especialíssimo espectador dentro de campo.
Ferido e em desvantagem na batalha, o Flamengo decidiu ou não foi capaz de mostrar sua artilharia e foi mandado embora da guerra com a frustração de não ter sequer ferido seu adversário...