Jogada10
·13 de dezembro de 2023
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·13 de dezembro de 2023
O Botafogo termina a temporada em baixa, mas já prepara alguns dos seus ativos no elenco de olho em 2024. Afinal, vários jogadores que chegaram ao longo do ano ao clube não engrenaram como o esperado e, portanto, vem sendo lapidados para brilhar em um futuro próximo. Quase todos, aliás, vieram de fora do país, o que também requer um certo tempo de adaptação.
Aquele de quem se aguardava mais era Matías Segovia. O paraguaio chegou ao Alvinegro ainda em abril, antes do início do Campeonato Brasileiro, com o técnico Luís Castro. No currículo, a informação de que o Barcelona o monitorava desde a adolescência. Logo no início da competição nacional, junto à campanha espetacular no primeiro turno, virou xodó da torcida por conta dos dribles, ganhou coleção personalizada de produtos e música especial. No entanto, nunca se firmou.
Segovinha em ação pelo Botafogo no Campeonato Brasileiro – Foto: Vítor Silva/Botafogo
O meia-atacante, inclusive, foi utilizado com frequência nas partidas da Série A, mesmo após a contratação de Bruno Lage. Foi nesse período que herdou a camisa 10, antes com Sauer, que deixou o Brasil. Só que a baixa eficiência e as atuações, aliadas ao restante da equipe, foram cada vez piores. Segovinha terminou o ano sem sequer balançar a rede pelo Glorioso. Disputou 27 jogos e com apenas duas assistências.
Além disso, outra peça ofensiva que também decepcionou foi Diego Costa. Desde agosto, o centroavante fez 15 partidas pelo Botafogo, mas não engatou sequência dentro de campo e viu Tiquinho Soares seguir como titular. Sofreu com uma lesão muscular que o atrapalhou em certos momentos e marcou seus três gols quando o companheiro de posição estava fora de ação: diante de Bahia e Grêmio.
O maior destaque do veterano foi por algumas polêmicas em campo, quando discutiu com adversários e tentou desestabilizá-los, abusando de sua experiência de 15 anos no futebol europeu. Contra Medel, teve que aturar o deboche do chileno ao insinuar que Diego Costa tinha mau hálito. No fim, com a derrocada alvinegra, deu entrevista dura falando em “falta de caráter e humildade”. O tom pegou mal e deve contribuir para que o centroavante não renove seu contrato para 2024.
Segovinha – 27 jogos, 930 minutos, 0 gols e 2 assistências Diego Costa – 15 jogos, 643 minutos, 3 gols e 0 assistência Bastos – 4 jogos, 117 minutos, 0 gol e 0 assistência Diego Hernández – 5 jogos, 168 minutos, 0 gols e 0 assistências Mateo Ponte – 2 jogos, 66 minutos, 0 gols e 0 assistência Valentín Adamo – ainda não estreou
Já no sistema defensivo, o Botafogo surpreendeu no mercado e foi atrás de um jogador angolano. Ex-Lazio-ITA e Al Ahli-SAU, Bastos chegou no fim de agosto para reforçar o plantel e, nos primeiro treinos, impressionou pela força física. Porém, estreou apenas em outubro, na vitória fora de casa sobre o América-MG. Ao todo, foi utilizado em quatro duelos, dois deles desde o começo na formação principal. Ficou marcado pela falha pelo alto no gol de empate do Santos no Nilton Santos, que praticamente decretou o fim das chances de título.
Com a possível saída de Adryelson ao Lyon, da França, o angolano poderá ser mais bem aproveitado na próxima temporada. Ou, até mesmo, iniciar o ano como um das peças da dupla de zaga, ao lado de Cuesta. Apesar disso, o técnico Tiago Nunes já indica novos nomes para servirem como alternativas dentro do grupo. Afinal, Bastos, de 32 anos, não deixou a melhor impressão.
Bastos fez uma de suas poucas partidas contra o Vasco, em São Januário – Foto: Vitor Silva/Botafogo
No meio de 2023, o Botafogo também trouxe outros jovens jogadores do mercado sul-americano. Aliás, com grande potencial e destaque em seleções de base. É o caso, por exemplo, de Diego Hernández, que chegou para ajudar a parte ofensiva, mas também sem grandes atuações. Fez cinco jogos pelo clube desde maio, quando anunciado, e não participou de nenhum lance de gol.
Mesmo assim, a diretoria o tem como joia a ser lapidada para 2024. Por sinal, por ser uruguaio, há comparações suas com Arrascaeta, do Flamengo – ele já até chegou a ser convocado à Celeste na vaga do camisa 14 do Rubro-Negro, cortado por lesão. Em agosto, após alguns meses no Rio, Hernández falou, à rádio uruguaia ‘Carve Deportiva’, sobre a adaptação ao novo país e as diferenças encontradas.
Diego Hernández em treino do Botafogo – Foto: Vítor Silva/Botafogo
“Demora um pouco para se adaptar, tem um tempo em relação ao ritmo. Estou passando por esse processo. Todos estão falando comigo sobre isso. Mexe um pouco com a cabeça, porque estava vivendo um bom momento no Uruguai, e aqui tenho que buscar espaço, mas estou lidando com isso da melhor maneira. Muda ritmo, treinos, estrutura, quantidade de pessoas nos jogos, é tudo em excesso, é de primeiro nível”, disse o meia-atacante, à época.
Assim como Hernández, Mateo Ponte, de 20 anos, e Valentín Adamo, de 21, também não convenceram na temporada. O atacante de 1.91m, inclusive, sequer estreou e tende a ser utilizado no Campeonato Carioca. A concorrência no setor era grande, com Tiquinho, Diego Costa, Matheus Nascimento e Janderson. Já o lateral-direito ganhou poucas chances (dois jogos) e não entrou mais na reta final do Campeonato Brasileiro. Segundo Ponte, contratado por R$ 9 milhões, o técnico Tiago Nunes já garantiu que conta com seu trabalho em 2024.
“A temporada foi muito boa, desde que cheguei me trataram muito bem, todos são ótimas pessoas, é um elenco muito bom e com uma metodologia de trabalho muito boa. A ideia é ficar no Botafogo ano que vem, não sair por empréstimo. Com certeza irei me reintegrar assim que acabar o Pré-Olímpico, o técnico Tiago Nunes já disse o que quer de mim no ano que vem”, revelou, à ‘Rádio Sport 890’, do Uruguai.
Uruguaio Adamo só teve destaque mesmo na coletiva de apresentação – Foto: Vitor Silva/Botafogo
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