RETROSPECTIVA 2024: Grande aposta 'no desespero', Carpini terminou como um tiro que saiu pela culatra do São Paulo | OneFootball

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·31 de dezembro de 2024

RETROSPECTIVA 2024: Grande aposta 'no desespero', Carpini terminou como um tiro que saiu pela culatra do São Paulo

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Em única chance em time grande, treinador deixou a desejar (Mauro Horita/Agência Paulistão)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo


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O ano de 2024 do São Paulo prometia ser calmo e com grande expectativa, mas a coisa desandou muito cedo, logo na primeira semana de atividades, quando a CBF fez o favor de convidar Dorival Júnior para a Seleção Brasileira.

Foi a deixa para a pré-temporada sofrer grande abalo. Afinal, foi Dorival quem conduziu a r3formulação do elenco, dispensando jogadores e indicando posições a serem reforçadas.

E eis que alguns dias depois, chegou Thiago Carpini para ser seu substituto.

A escolha surpreendeu. Afinal, o iniciante treinador, que vinha de um ano sendo finalista no Paulistão no Água Santa (eliminando o próprio São Paulo, diga-se de passagem) e um acesso na Série B com o Juventude, parecia ser um delírio, não uma afirmação da diretoria.

Carpini foi o primeiro nome vazado na lista de pretendentes. Mas sumiu nos dias seguintes. Outras opções foram procuradas. E recusadas. Os argentinos Luis Zubeldía e Pablo Vojvoda se recusaram a passar por entrevista com Muricy Ramalho, por exemplo. O uruguaio Paulo Pezzolano chegou a acertar contrato, mas Ronaldo, dono do espanhol Valladolid onde trabalhava, chiou com Julio Casares e fez o Tricolor recuar.

Ao mesmo tempo, Muricy conduzia as conversas com Carpini. O hoje coordenador técnico enxergou no novato uma figura de pupilo e bateu o pé internamente pela sua contratação.

Com um diálogo de teórico, um certo tom de deslumbramento e lutando contra a desconfiança, Carpini desembarcou no Morumbi precisando dar conta do recado, com uma torcida ainda eufórica pela inédita conquista da Copa do Brasil.

O trabalho de publicidade foi garantido ao ser divulgado que Carpini seguia os passos de Telê Santana ao morar no CT da Barra Funda e passar meio que 24 horas do dia trabalhando. Algo que foi confortante para parte da torcida, mas não acalmou os mais ácidos com o novato no posto.

E o início foi fulminante. O novato parecia ter dado conta do recado. Engatou seis partias de invencibilidade, conquistando a Supercopa do Brasil em cima do rival e derrubando o tabu sem vitórias em Itaquera. Parecia que a coisa caminhava para um casamento feliz. Até que os problemas começaram a aparecer. E o maior deles tem nome e sobrenome: James Rodríguez.

O colombiano ficou pistola com a falta de oportunidades, exigiu sua escalação, ouviu um não do técnico e anunciou a saída do clube. Foi um corre corre de muita intensidade, com jogadores conversando com James para fazê-lo mudar de ideia. E mais conversas com Carpini para demovê-lo da ideia de não utilizar o astro.

Mas a maior das 'facadas nas costas' veio de Muricy. Em um perfeito estilo paterno, o coordenador deu entrevistas a podcasts de amigo onde defendeu James e revelou uma certa má vontade de Carpini em utilizá-lo. Chegou ao ponto de sugerir como escalá-lo.

Sem saída e pressionado internamente, Carpini teve que reintegrar o colombiano. Mas o problema é que os resultados minguaram. A eliminação nos pênaltis para o Novorizontino em pleno Morumbi nas quartas de final do Paulistão parecia ser o ponto final da relação entre o novato e o São Paulo. Mas contrariando as expectativas, a diretoria decidiu mantê-lo no cargo.

E assim Carpini chegou para a disputa da Copa Libertadores, o seu maior sonho, segundo confidenciou antes e depois de assumir o São Paulo. Mas os sinais de desgaste já estavam visíveis fisicamente. Era um homem abatido, com olheiras, que havia engordado, completamente sem apoio das arquibancadas, vaiado e ofendido.

Os péssimos resultados se sucederam. Derrota na estreia na Libertadores para o Talleres, com James titular em uma noite completamente apagada. Dois tropeços nos primeiros jogos do Brasileirão, um deles na estreia para o Fortaleza em pleno Morumbi, e assim, apenas 18 jogos depois, Carpini foi demitido,com oito vitórias, quatro empates e seis derrotas.

Pode-se dizer que a passagem não foi de todo ruim ao novato treinador, que viu seu nome se consolidar no patamar nacional, assumindo logo em seguida o Vitória e protagonizando uma campanha meteórica dos baianos. Pessoalmente, a passagem pelo Morumbi foi, apesar de curta, intensa: ao ponto que ele não se esquece do São Paulo, citando até hoje fatos sobre os motivos que aponta como a razão pela sua demissão. A maioria deles em tom de injustiçado.

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