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·11 de junho de 2021

Seleção feminina contra o abuso: por que as jogadoras publicaram manifesto nas redes sociais?

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Horas antes de entrar em campo contra a Rússia, as jogadoras das seleção brasileira feminina e outras pessoas relacionadas à modalidade postaram em suas redes sociais um manifesto contra o assédio sexual e moral, especialmente direcionado à mulheres. O ato veio uma semana após denúncias direcionadas ao presidente da CBF.

Antes de seguir para Tóquio para a disputa das Olimpíadas, a seleção brasileira feminina vai entrar em campo duas vezes, contra Rússia e Canadá, em partidas amistosas. E, antes de enfrentar as russas, jogadoras, membros da comissão técnica e dirigentes da seleção feminina usaram suas vozes para se manifestar contra o assédio sexual e moral.


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Em suas redes sociais, as atletas da seleção, a treinadora Pia Sundhage, a coordenadora de competições femininas da CBF Aline Pellegrino, a coordenadora de seleções femininas Duda Luizelli e  outras, postaram um texto repudiando os atos de assédio e encorajando denúncias.

"Dizer não ao abuso são mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem. Nossa luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados. Hoje mais uma vez dizemos: não ao assédio", diz um trecho da nota.

Além da mensagem publicada em redes como Instagram e Twitter, as jogadoras entraram em campo para o amistoso contra a Rússia com uma faixa escrito "Assédio não".

O manifesto, visto como um ato de coragem por alguns internautas, veio uma semana após o afastamente de Rogério Cabocolo da presidência da CBF, justamente por denúnicas de assédio sexual e moral que foram feitas contra ele por uma funcionária da entidade máxima do futebol brasileiro.

A denúncia, divulgada inicialmente pelo GE.com, narra constrangimentos ao quais a funcionária foi submetida por Caboclo na presença de dirigentes da CBF, além de insinuações de cunho sexual.

O Comitê de Ética da CBF, a quem foram encaminhadas as denúncias, decidiu pelo afastamento de Caboclo do cargo de presidente da entidade por um período de 30 dias, que começou a valer no último domingo (6). Com o afastamento o vice mais velho em exercício, Antônio Carlos Nunes, mais conhecido como Coronel Nunes, assume a presidência da CBF, seguindo o estatuto da entidade.

Veja na íntegra o manifesto publicada pela seleção feminina:

"Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual. Especialmente nós, mulheres.

São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo.

Dizer não ao abuso são mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem.

Nossa luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados".