Gazeta Esportiva.com
·13 de fevereiro de 2024
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·13 de fevereiro de 2024
Os jogadores da seleção da Costa do Marfim, campeões pela terceira vez da Copa Africana de Nações, em casa, desfilaram nesta segunda-feira pelas ruas de Abidjan, acompanhados por uma multidão eufórica que aproveitou um feriado excepcional para comemorar com seus heróis.
Assim como aconteceu em 2015, no título anterior, os ‘Elefantes’ percorreram as ruas da capital econômica do país, em cima de um caminhão decorado para a festa, já com as três estrelas nas laterais.
No dia seguinte ao triunfo por 2 a 1 sobre a Nigéria, eles saudaram as dezenas de milhares de torcedores aglomerados nas pontes e avenidas dos vários bairros de Abidjan. Alguns deles não hesitaram em acompanhar o desfile, sem ligar para o forte calor que atingia a cidade.
Por volta das 20h, depois de mais de quatro horas rodando a cidade sob uma forte escolta policial, os jogadores entraram no estádio Félix Houphouët-Boigny totalmente coberto pela cor laranja e com um som ensurdecedor de gritos de alegria.
Vestidos com camisetas brancas onde se lia “Campeões da África”, os jogadores e membros da comissão técnica iniciaram uma volta olímpica.
Muitos deles ficaram claramente emocionados e filmaram com seus celulares a gigantesca festa.
“É um sentimento de orgulho que domina. Com três estrelas estamos entre as grandes nações africanas”, comemora Junior Djedjess, que compareceu ao estádio. Apenas Egito (7 títulos), Camarões (5) e Gana (4) tiveram melhor desempenho na história da competição.
“O meu país venceu, finalmente vou ver os ‘Elefantes’. É uma alegria imensa”, vibrou Moussa Savané, outro torcedor eufórico.
Da noite de domingo para segunda-feira, alguns torcedores conseguiram colocar as mãos em camisas que já traziam estampadas uma terceira estrela costurada ou colada às pressas.
Ressuscitados
Após a volta olímpica, os jogadores entraram em campo um a um e o veterano Max-Alain Gradel, de 36 anos, exibiu o troféu ao público. “Costa do Marfim, aqui está a sua Copa Africana. Deus abençoe a Costa do Marfim”, disse o capitão antes de entregar o troféu ao primeiro-ministro Robert Beugré Mambé.
“Não valemos nada, mas levamos a taça!”, gritavam os torcedores que correram em direção ao estádio no início da tarde. A frase irônica era dedicada a uma seleção que percorreu um caminho tortuoso e cheio de drama, indo da desconfiança à glória.
À beira do colapso há três semanas, quando a Guiné Equatorial os humilhou goleando por 4 a 0, os marfinenses se classificaram para as oitavas de final quase que por um milagre.
“Depois do 4 a 0 fiquei desanimado, mas ainda estávamos vivos e nasceu um novo time”, lembra Junior Djedjess.
A Costa do Marfim fez uma mudança radical: o técnico Jean-Louis Gasset foi demitido e substituído por um de seus auxiliares, o marfinense Emerse Faé, um novato nessa função.
E começou uma nova competição: Senegal, Mali, RD Congo e depois Nigéria caíram sob os “golpes de martelo” da Costa do Marfim, uma referência ao hit de Tam Sir, que se tornou o hino não oficial da competição, retomado em uníssono por todos os torcedores, sempre com uma coreografia.
“Organizamos uma CAN em casa, vencemos, saímos hoje para mostrar a eles o quanto estamos orgulhosos”, diz Hana Malika Koné, fã do meio-campista Seko Fofana.
Nesta segunda-feira, com aplausos ininterruptos no estádio, os atacantes Simon Adingra e Sébastien Haller – um deu assistência e o outro marcou um gol na final de domingo – estavam entre os mais elogiados. Mas um nome surge na multidão: “Faé, Faé” em homenagem a esse treinador que operou um verdadeiro ‘milagre’.
As comemorações não acabaram. Na terça-feira, os jogadores deverão ser recebidos pelo presidente Alassane Ouattara.