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·29 de janeiro de 2025

Sem consenso, novo impeachment de Augusto Melo vira impasse entre CORI e Comissão de Ética

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  1. Por Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

Em novembro de 2024, o Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) aprovou, por unanimidade, a recomendação de abertura de um processo de destituição do presidente Augusto Melo por gestão temerária. Essa iniciativa é independente do processo de impeachment já em andamento, relacionado ao contrato com a VaideBet. Nas últimas semanas, o caso tramitou entre a Comissão de Ética e Disciplina e o CORI, com novas deliberações e divergências sobre o tema.

No documento enviado à Comissão de Ética e Disciplina no ano passado, o CORI apontou a ausência de balanços auditados e outros documentos que a diretoria tinha a obrigação de apresentar. Após analisar as contas do segundo trimestre de 2024, o colegiado reprovou o balancete devido à falta de documentação e inconsistências nas informações. A decisão foi tomada por 13 votos.


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Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians

Segundo apuração da Central do Timão, após receber o pedido de destituição, o presidente da Comissão de Ética e Disciplina Roberson de Medeiros devolveu o documento ao CORI com alguns questionamentos. Ele queria saber, por exemplo, se a diretoria foi formalmente notificada sobre a entrega dos documentos e se recebeu as devidas orientações antes da recomendação de destituição.

A resposta do CORI veio na última reunião do órgão, realizada poucas horas antes da votação do primeiro pedido de impeachment de Augusto Melo no Conselho Deliberativo, em 20 de janeiro. O órgão deliberou pelo reenvio do pedido ao comitê disciplinar, argumentando que não cabe ao presidente da Comissão de Ética fazer esses questionamentos, mas apenas instaurar o processo.

Quem tem que fazer questionamento se falta documento, se não falta, se houve a devida recomendação de entrega do documento, se houve a devida orientação à diretoria, não é o presidente da Comissão de Ética. O presidente da Comissão de Ética tem que ser isento“, explicou um dos membros trienais do CORI ouvidos pela reportagem.

Além das questões políticas, a divergência dentro do clube também envolve alguns aspectos regimentais. Nesse sentido, está sendo discutida uma proposta de reforma estatutária no Conselho Deliberativo, com o objetivo de esclarecer os chamados “casos omissos” e aprimorar pontos específicos do estatuto. De acordo com o documento vigente, o presidente da Comissão de Ética não tem autoridade para questionar, por conta própria, a recomendação do CORI. Sua função é instaurar o processo, o que já foi feito, nomear um relator e, somente após, permitir que o colegiado faça as solicitações necessárias.

A Central do Timão também entrou em contato com o presidente da Comissão de Ética para comentar o caso. Ele confirmou ter enviado as solicitações ao Conselho de Orientação e afirmou que ainda não recebeu retorno do órgão. Até o momento, Augusto Melo não foi chamado para apresentar sua defesa em relação a este segundo pedido de destituição.

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