Esporte News Mundo
·19 de abril de 2023
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Atualmente no comando do Al-Merreikh, do Sudão, o técnico Heron Ferreira é um dos brasileiros que está preso no país africano por causa da guerra. Ainda sem poder voltar, Heron destacou as dificuldades que vem passando recentemente, principalmente no seguido de conseguir insumos básicos para a alimentação. O treinador também destacou a necessidade de receber ajuda do governo brasileiro.
— Estamos vivendo uma situação bastante delicada. Estamos dentro de casa e tem segurança no nosso prédio temos, mas numa situação de guerra não temos como assegurar nossa integridade física. Os conflitos estão bem perto daqui aonde estou e é possível ouvir os tiros. Então realmente é uma situação de muito cuidado e atenção. Não tem sido fácil — disse Heron Ferreira em entrevista ao canal “Our Sports”, no Youtube, destacando também a dificuldade com a alimentação.
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— Até o momento temos comida e água, mas os mercados já estão com dificuldades. Ao lado de onde moro tem um mercado pequeno aonde as coisas já estão acabando. Então não tenho como dizer quanto tempo vamos resistir assim — completou o treinador.
Heron Ferreira também foi questionado sobre o contato com o governo brasileiro para a retirada dos profissionais do Sudão e um retorno ao Brasil. Apesar de já haver um início nas tratativas, o treinador garantiu que tudo ainda tem estado muito incerto e sem previsão de conclusão para a volta ao solo brasileiro.
— O contato com o Itamaraty já foi feito e o embaixador está na Arábia Saudita. Ele falou com o meu assistente e disse que não tinha nenhuma previsão de retirada dos brasileiros daqui do Sudão. Então a situação é desesperadora, já que não existe nenhum plano de saída daqui. Dizem apenas para aguardar — disse Heron Ferreira, que destacou também a interrupção do campeonato local.
— O campeonato foi parado e não temos previsão de volta. O que queremos agora é sair daqui para poder voltar ao nosso país. Estávamos trabalhando e é muito importante o nosso governo tomar uma providência — completou o treinador.
Apesar das dificuldades, Heron Ferreira afirmou que ainda é possível fazer contato com os familiares no Brasil, além de se atualizar das notícias sobre a guerra no Sudão. O treinador também destacou a quantidade de brasileiros no futebol do país.
— A nossa comunicação em nenhum momento foi cortada. Temos internet e telefone e podemos falar com nossos familiares no Brasil. Eu moro em um prédio com o nosso fisioterapeuta, aonde dividimos um apartamento. Outros membros da comissão técnica estão em outro apartamento. Estamos no aguardo para sair daqui — disse Heron Ferreira ao “Our Sports”, antes de completar.
— Eu trouxe quatro jogadores brasileiros para o time e temos mais cinco profissionais da comissão técnica. No total somos nove no clube. Pelo que eu saiba, não temos outros brasileiros trabalhando com futebol aqui. Mas nos disseram que temos cerca de 15 brasileiros aqui pela região. Mas não sei em que setor trabalham. Sei que no futebol não temos mais nenhum brasileiro — finalizou Heron Ferreira.
Em sua quarta passagem pelo Sudão, o treinador havia disputado apenas uma partida no comando do Al-Merreikh antes do começo da guerra. Heron Ferreira teve a sua primeira passagem pelo Sudão na temporada 2012, quando dirigiu justamente o Al-Merreikh, clube que comanda no momento. No país, o treinador ainda passou pelo Al-Ahly Shendi em dois momentos diferentes. No futebol brasileiro, Heron Ferreira comandou clubes como Juventude, Figueirense, CRB, Vila Nova e ASA.