MKT Esportivo
·15 de setembro de 2023
MKT Esportivo
·15 de setembro de 2023
Na década passada, a Superliga Chinesa era a liga nacional fora do eixo América do Sul e Europa mais comentada do mundo. Com grandes investimentos, o campeonato se mostrava em desenvolvimento e fortalecido com a chegada de grandes estrelas.
Após mais de dez anos, o torneio apresenta diversos escândalos de corrupção e capital reduzido. Deste modo, buscaremos entender como o plano chinês de se tornar protagonista no futebol, se encontra nos dias atuais.
Apresentando treinadores campeões do mundo, como Luiz Felipe Scolari e Marcelo Lippi, além de jogadores de alto nível, como o caso de Hulk, Oscar e do argentino Ezequiel Lavezzi, ex-PSG, a Superliga Chinesa passou a chamar a atenção do mundo, criando debates semelhantes aos da Saudi Pro League nos dias atuais.
Foto: STR/AFP
Com o aval de Xi Jinping, presidente da China, os chineses estavam empenhados em se tornar uma superpotência no esporte. Além de receberem forte apoio estatal, passaram a oferecer salários exorbitantes para promover sua liga, passando a rivalizar em gastos durante as janelas de transferências com grandes liga europeias.
Entre 2015 e 2019, o futebol local foi sendo posto à prova, com uma sequência de eventos: decisões financeiras irresponsáveis, corrupção no alto escalão de sua federação, e com o país se tornando o epicentro de uma pandemia de três anos. A soma desses acontecimentos, gerou um enfraquecimento nas bases políticas e na suspensão de investimentos de alto nível.
1- Covid
Muitos especialistas acreditam que o estrago já estava feito muito antes da Covid-19. Ao mesmo tempo em que as restrições da pandemia tornavam a vida na China, menos atrativa para os residentes no país (jogadores, treinadores e staff), o período também gerou estragos nas empresas que bancavam seus salários.
2- Decisões equivocadas
De fato, nem todos os problemas foram causados pela Covid. Alguns vieram simplesmente de más decisões de sua federação. Em uma tentativa de desenvolver os talentos nacionais, em 2017 a Associação Chinesa de Futebol (CFA) subiu a tributação sobre as aquisições do exterior, fazendo qualquer clube que gastasse mais de US$ 7 milhões, pagasse um valor igual à CFA.
Os clubes responderam zelando radicalmente por suas finanças. As consequências de todas essas atitudes foram terríveis para o sistema. Um clube após o outro foi forçado a fechar, resultando em um “malabarismo” que busca equilibrar as contas do clube ou manter os salários de suas estrelas.
3-Corrupção
Com a prisão decretada do presidente da Superliga Liu Jun, no começo do mês, e com diversos diretores investigados, a cúpula do futebol chinês se tornou um local sem nenhuma credibilidade, ocasionando uma diminuição na aquisição de parcerias e abalando a relação com o torcedor.
Atualmente, o que se vê é uma liga com severas leis de limitação na utilização de recursos, resultando na drástica redução de público na última década, impactando diretamente na receita dos clubes.
Enquanto os motivos por trás da aparente suspensão do desejo de Xi Jinping, continuam a ser discutidas, os fatos concretos mostram que a maioria dos talentos trazidos para construir a Superliga já deixaram o país.