Belmonte admite interesse em Thiago Mendes. Mas alerta: São Paulo precisa vender para trazer volante | OneFootball

Volante está na mira do Tricolor para retornar ao Morumbi (Friedemann Vogel/Getty Images)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

O diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, resolveu abrir o jogo sobre as negociações do clube com o volante Thiago Mendes, nome com quem o clube chegou a ter um acordo para virar reforço após o término de seu contrato atual com o Al-Rayyan, do Catar, que acaba no final de junho.

Em entrevista ao portal 'UOL', Belmonte revelou que o pré-contrato com o jogador de 33 anos, que passou pelo Tricolor entre 2015 e 2017, só não ocorreu por questões financeiras. E que o clube do Morumbi busca uma composição melhor de caixa para poder tê-lo como reforço. E isso inclui vender alguém do atual plantel.

"Thiago Mendes é um jogador que a gente gosta muito, o (Luis) Zubeldía também. Mas eu não tenho orçamento para salários este ano. Então, eu tenho que compor com o que tenho aqui. A não ser que tenhamos saída no meio do ano e aí abre um fôlego do ponto de vista salarial", disse.

O São Paulo tem como meta a contratação de um primeiro volante para a janela de transferências do meio do ano. O clube conta apenas com Pablo Maia, que voltou a atuar recentemente após se recuperar de cirurgia. Alisson vinha sendo improvisado na função. Luiz Gustavo, outra opção, não tem data definida para voltar aos gramados após sofrer um tromboembolismo pulmonar. O Tricolor chegou a reintegrar Luan, que estava afastado do grupo, mas a revelação da base também não tem data definida para reestrear, recuperando a melhor forma física.

Mas como Mendes se tornará um jogador livre no mercado em junho, quando acaba o seu contrato com o Al-Rayyan, do Catar, e teoricamente ele já pode assinar um pré-acordo com quem bem entender, isso não impede outros clubes de tentarem atravessar a negociação são-paulina. E uma dessas equipes foi o Atlético-MG.

Os mineiros tentam desde janeiro convencer o volante de 32 anos a esquecer o Tricolor. Foram feitas três propostas oficiais. A última delas na semana passada. Com um atrativo deveras interessante ao jogador: o pagamento das luvas à vista. Mesmo assim, Mendes recusou a investida. Quer jogar no Morumbi.

Bem, nos faltam argumentos mais sólidos sobre a necessidade do Atlético-MG em contratar um volante. Fato é que o clube de Belo Horizonte parece mesmo empenhado em ter Mendes. Chegando ao ponto do técnico Cuca ligar pessoalmente ao jogador na tentativa de convencê-lo, alegando que nas Alterosas ele seria uma peça de destaque, fundamental em seu esquema. Nada feito.

A novela Thiago Mendes no Morumbi foi longa. Ele aproveitou as férias no Brasil para ir ao CT da Barra Funda, curtiu um clássico contra o Corinthians, sua mulher postou foto com camisa personalizada. Enfim, faltava a liberação. Mas ela não veio.

Os catari cobraram alto para liberar o volante. E até seu empresário, Paulo Pitombeira, ganhou generosas milhas aéreas com as idas e vindas ao país asiático nas negociações. Nada feito.

Mendes só não chegou ao São Paulo na última janela por faltar, acima de tudo, dinheiro para pagar o que o time do Catar quer para liberá-lo. Decidiu-se, então, pelo óbvio: aguardar o término do contrato com o Al-Rayyan para ele chegar de graça no segundo semestre.

Mas por qual motivo nada foi assinado ainda? Medo. O Tricolor tem receio de duas coisas: que o time catari sinta que o clube do Morumbi tenha assediado o jogador, afinal fez proposta oficial pela liberação antecipada. E, claro, e mais importante, evitar abrir leilão pelo jogador.

Esse último detalhe é o mais importante, afinal com a notícia vazada de que Mendes não renovará seu contrato, concorrentes apareceram. O Fluminense (de novo!) foi um que procurou Pitombeira. Mas a ameaça mais forte veio de Belo Horizonte. Cuca colocou na cabeça que quer porque quer o volante como reforço do Atlético-MG. Ligou pessoalmente. E tenta convencer os dirigentes do Galo a pagarem pela liberação aos cataris. Mas não adianta.

Mendes quer jogar no São Paulo. Gostou da recepção que teve no CT do elenco e da comissão técnica. E, melhor, o carinho que recebe da torcida nas redes sociais. Para jogar no Tricolor, aceitou até reduzir a pedida salarial.