Zerozero
·15 janvier 2025
Zerozero
·15 janvier 2025
A auditoria forense feita às transações de bilhetes e parcerias com as claques do FC Porto, nomeadamente os Super Dragões, revelou que os portistas perderam uma receita de 5,1 milhões de euros.
Um valor significativo e que foi explicado no relatório partilhado esta quarta-feira e que revela práticas pouco comuns entre a principal claque dos dragões e o próprio clube.
A auditoria, que começou a ser realizada em maio de 2024, tinha como período de análise inicial as últimas duas temporadas (2022/23 e 2023/34), mas que devido à «relevância das evidências encontradas» levou o clube a estender a análise para as últimas cinco temporadas (a partir de 2017/18), excluindo o período de pandemia (2019/20 e 2020/21).
Neste período alargado, na área de bilhética os portistas reclamam uma dívida por saldar de dois milhões de euros aos Super Dragões, relativa aos bilhetes vendidos mas nunca pagos pela claque. Segundo o relatório, há ainda dívidas relativas à venda de «bilhetes às Casas do FC Porto, com ausência de documentação para justificar transações».
No apoio à claque, o clube revela ainda perdas de 1,45 milhões de euros em gastos incomuns para uma claque de futebol, nomeadamente com «faturas não elegíveis à luz dos protocolos», como viagens pessoais da direção dos Super Dragões para destinos «onde não existem jogos do clube», nomeadamente Cuba, Cancun, Maldivas, Brasil, Tanzânia, Ibiza e Sardenha.
No relatório foram ainda descobertos descontos não protocolados com os Super Dragões no preço final dos bilhetes, no total de 850 mil euros, e ofertas de bilhetes no valor de 340 mil euros no aniversário da mesma claque, num jogo de «grande relevância comercial de bilheteira», como o FC Porto-FC Barcelona da temporada passada.
Dentro dos protocolos, o clube apenas encontrou uma despesa de 800 mil euros de despesas de deslocação para apoiar a equipa fora do Estádio do Dragão.
A auditoria contemplou ainda as transações feitas pela anterior direção do FC Porto com as Casas de representação do clube, onde foram detetadas também perdas financeiras importantes para os azuis e brancos.
Só em bilhetes vendidos em excesso fora do protocolo, segundo o relatório fixado num limite de 2.500 bilhetes por Casa, a auditoria revelou que a perda estimada é de 110 mil euros, acrescendo a isso uma venda «sem fornecer dados legais obrigatórios», acumulando perdas de mais 81 mil euros.
Contas feitas, os dragões reclamam o valor perdido de 5,1 milhões de euros nas cinco temporadas analisadas, numa média de 1 milhão de euros por época.
Neste mesmo relatório, a direção portista enumerou as medidas já implementadas esta temporada para contrariar as ilegalidades, entre as quais a revisão dos protocolos com as claques, as novas regras da venda dos bilhetes, novas normas para a venda e revenda de bilhetes a partir das Casas do FC Porto e a cooperação com os processos judiciais em curso, como o «Bilhete Dourado» - com o intuito de recuperar as perdas identificadas na auditoria.
Direct