Jornalista detona escolhas de Bap para departamentos do Flamengo | OneFootball

O jornalista Lúcio de Castro, da "Agência Sportlight" fez publicação criticando as mudanças feitas por Luiz Eduardo Baptista nos departamentos do Flamengo nos primeiros dias do mandato presidencial. Ainda que sem citar os dirigentes nominalmente, ele aponta a proximidade de escolhidos com dirigentes polêmicos do esporte nacional e classifica a equipe como um "rebotalho".

"O rebotalho. Assim vai se formando a equipe na Gávea: um mix dos braços-direitos de Nuzman com braços-direitos de Ricardo Teixeira. Que fique claro: as anteriores eram horríveis. Mas prometeram a modernidade e boas práticas. E o pior: parece aquele tal de compliance tirou férias", publicou Lúcio de Castro.

Lúcio de Castro aponta a proximidade dos contratos com Carlos Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico e da Rio-2016. O ex-atleta e político foi condenado em novembro de 2021 a 30 anos e 11 meses de prisão, por crimes de corrupção passiva, pertinência à organização criminosa, lavagem de ativos, evasão de divisas e concurso material.

Mas importante destacar que essa sentença foi anulada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O TRF-2 considerou que o juiz Marcelo Bretas, que comandava a Lava-Jato do Rio Janeiro, não tinha competência para julgar o caso.

O Flamengo anunciou a Edson Menezes para a vice-presidência dos Esportes Olímpicos e, nesta terça-feira (7), oficializou Marcus Vinícius Simões Freire como diretor da pasta. Edson trabalhou com Nuzman no COB e chegou a assumir a presidência após o afastamento do ex-mandatário. Mas a investigação da Lava Jato também chegou ao dirigente, que acabou preso em 2018. Prisão revogada no mesmo ano pelo ministro Gilmar Ferreira, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em março de 2024, o STF considerou o mandado prisão preventiva ilegal.

Marcus Vinicius Freire faz parte da famosa "geração de prata" do voleibol nacional e trabalhou no COB de 2008 a 2016, período em que Nuzman era o presidente. Ele foi Chefe da Missão Olímpica Brasileira em diferentes edições dos Jogos e sempre teve uma relação próxima ao presidente. O diretor rubro-negro, vale ressaltar, não se envolveu em qualquer polêmica similar ao dos outros companheiros de Comitê.

Lúcio de Castro não cita quais seriam os funcionários próximos a Ricardo Teixeira, banido eternamente do futebol por corrupção, contratados pelo clube. O dirigente é um dos nomes mais criticados do futebol nacional na história e foi condenado após a confirmação R$ 32,3 milhões em propinas de contratos da Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão. O escândalo de corrupção, chamado de "Fifagate", ganhou repercussão em 2015 após investigação do FBI.

Bap comenta onda de demissões no Flamengo

Em contato com o jornalista Mauro Cezar Pereira, do 'UOL', Bap afirmou que as muitas mudanças feitas até aqui estão dentro do que foi dito ao longo da campanha. Além de demissões por funcionários que fizeram campanha na eleição do clube, o que não permitido. Alterações foram feitas na comunicação, jurídico, compras, departamento médico, esportes olímpicos e redes sociais.

"O que se espalhava no clube era um terrorismo generalizado. Ocorreram mudanças relacionadas com o que pregamos ao longo da campanha. O clube tem quase 2.000 colaboradores. Mudanças ocorreram em menos de 40 casos, sendo que cinco em funções inexistentes anteriormente. Houve alguns casos onde funcionários do clube se engajaram em campanha política, o que é proibido. Então alguns foram desligados por uma questão de conduta profissional. A avaliação dos profissionais que foram desligados foi feita ao longo do tempo, não fruto de apenas dois dias como você coloca", disse Bap.