José Fernando Rio e a auditoria forense ao FC Porto: “Muita gente enriqueceu à custa do clube” | OneFootball

O FC Porto anunciou, esta quarta-feira, os resultados da auditoria forense, uma das promessas da actual gestão, sob a liderança de André Villas-Boas, para este mandato, com a finalidade de “identificar e corrigir irregularidades passadas para assegurar uma gestão ética, responsável e transparente”, de acordo com a nota de imprensa emitida pelo clube esta tarde. José Fernando Rio, ex-candidato à presidência dos dragões (2020), avaliou as conclusões e não hesitou em afirmar: “O FC Porto tem sido mal gerido nos últimos anos”.

“A conclusão evidente, e nada surpreendente, é que o clube tem sido mal gerido nos últimos anos. Os valores [relativos, principalmente, às viagens pessoais pagas a membros e familiares da anterior direcção dos Super Dragões] são quase obscenos. Existia uma grande promiscuidade entre os dirigentes do clube e os dos Super Dragões. Havia um status quo que interessava manter para ambas as partes e que foi financeiramente prejudicial para o FC Porto. O apoio ao clube teve um custo muito elevado”, começou por afirmar, em conversa com o nosso jornal, antes de mencionar o prejuízo de 50 milhões de euros resultante de comissões “acima dos valores de referência da FIFA”.

“O que vejo, neste caso, não são ilegalidades nem prejuízo contabilístico, mas sim valores que foram cobrados acima dos recomendados pelas instituições que regulam o futebol e acima dos valores de mercado, os quais são pagos pelos nossos principais concorrentes. A decisão de depender de um número restrito de empresários, naturalmente, fez com que os preços cobrados aumentassem e reduziu o leque de opções ao contratar atletas”, acrescentou.

Outro dos aspectos que, naturalmente, se destacou nesta auditoria foram os registos de despesas de representação, uma parte das quais “utilizada para fins estritamente pessoais”, conforme indicado no documento. Para José Fernando Rio, os números apresentados – “70 mil euros gastos em joalharias e relojoarias”, “1,1 milhões de euros em viaturas” ou “700 mil euros em refeições profissionais sem justificação objetiva” – são a prova de que “muita gente enriqueceu à custa do FC Porto”.

“Pelo que se tem observado ao longo dos últimos anos, muita gente enriqueceu à custa do FC Porto! E estes três casos analisados na auditoria, embora muito significativos e abrangentes, constituem apenas uma amostra”, concluiu.