DomíniodeBola
·10 de abril de 2025
Vítor Murta Absolvido pelo Tribunal Arbitral do Desporto

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·10 de abril de 2025
Ex-dirigente boavisteiro comemora decisão, mas as acusações de assédio e discriminação continuam a gerar controvérsia
Vítor Murta, ex-presidente do Boavista, foi absolvido pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) da condenação imposta pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que o acusava de discriminação a uma funcionária da Boavista SAD. A decisão foi tomada por unanimidade, com o colégio arbitral a considerar nulo o procedimento disciplinar por prescrição, levando à anulação das sanções impostas ao antigo dirigente.
O acórdão datado de segunda-feira, ao qual a agência Lusa teve acesso, determinou que a ação interposta por Vítor Murta procedeu em virtude da nulidade do processo. O TAD concluiu que o CD da FPF não deveria ter dado seguimento à acusação, considerando que o prazo para instauração da ação disciplinar já tinha expirado.
Em declarações enviadas à agência Lusa, Vítor Murta mostrou-se satisfeito com a decisão do TAD e criticou as acusações contra si. O ex-dirigente afirmou que a funcionária visada no processo não apresentou provas consistentes e contradezia-se nas suas afirmações. Para Murta, as contradições e as conversações por WhatsApp que apresentou como evidência foram cruciais para a sua absolvição. “Essas contradições levaram a que me fosse dada razão. Para mim, foi importante que o tribunal se tenha pronunciado sobre os factos, reconhecendo que a funcionária não era coerente no seu depoimento”, disse o ex-presidente.
Em agosto de 2024, o CD da FPF havia sancionado Vítor Murta com seis meses de suspensão e uma multa de 2.448 euros por comportamentos discriminatórios e assédio sexual a uma funcionária da Boavista SAD. As infrações ocorreram entre 2019 e 2022 e foram associadas a atitudes discriminatórias com base no género e em comportamentos de assédio com conotação sexual.
O CD da FPF alegou que Murta utilizou expressões e atitudes grosseiras que importunaram a funcionária, que à data dos incidentes era jovem. Apesar da condenação inicial, o ex-presidente boavisteiro negou as acusações e recorreu para o TAD, onde obteve agora uma vitória legal. O Ministério Público, por sua vez, está a investigar a questão com base nas decisões do CD.
Vítor Murta foi presidente do Boavista entre 2018 e 2025 e liderou a SAD do clube portuense entre 2020 e 2024. Atualmente, a presidência da SAD foi assumida por Fary Faye, ex-jogador sénégalês, e Rui Garrido Pereira lidera o clube. A absolvição de Murta no TAD põe um ponto final no processo disciplinar, mas as implicações das acusações, que continuam a ser alvo de investigação por parte do Ministério Público, ainda estão longe de ser resolvidas.
Com o caso agora concluído no TAD, resta saber se novas revelações surgirão ou se o ex-dirigente do Boavista continuará a ser alvo de outras ações legais relacionadas com as acusações de assédio.